Avaliação da excitabilidade cortical de idosos com depressão maior submetidos a tratamento com estimulação ThetaBurst : análise exploratória de um estudo randomizado, duplo cego, controlado por placebo
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Publication Date: | 2024 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Download full: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06022025-125158/ |
Summary: | ODUÇÃO: o envelhecimento é um processo multifacetado que traz desafios físicos e psicológicos. Nesse contexto, a depressão é uma das condições mais prevalentes em idosos, variando de 25 a 50%. Diversas estratégias são empregadas no tratamento do transtorno depressivo maior (TDM), como a psicoterapia e a farmacoterapia. Além disso, há abordagens de neuromodulação não invasiva, com especial destaque para Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), um tratamento consolidado para depressão. Uma variante da EMT é a theta burst stimulation (TBS) que consiste na aplicação de uma série de pulsos a 50Hz. A técnica vem apresentando resultados promissores no tratamento de condições neuropsiquiátricas e mostrando-se cognitivamente segura em sujeitos adultos. Além da utilização para tratamento, podemos utilizar a EMT como método diagnóstico neurofisiológico, usando a avaliação das medidas de excitabilidade cortical motora de maneira não invasiva. As medidas desses parâmetros são importantes, pois com informações sobre o funcionamento do córtex motor pode ser possível demonstrar relação com a condição clínica dos pacientes ou com a resposta aos tratamentos. OBJETIVO: avaliar as medidas de excitabilidade cortical, eliciados por estimulação magnética transcraniana, em idosos com depressão maior. MÉTODO: 107 sujeitos foram divididos nos grupos ativo ou sham, para receber 20 sessões consecutivas de TBS. Foram realizadas avaliações clínicas e avaliação das medidas e excitabilidade cortical ao decorrer das semanas, com o intuito de comparar as medidas de excitabilidade cortical com a resposta ao tratamento com TBS. RESULTADOS: As medidas de excitabilidade não se alteraram em resposta ao tratamento com TBS, durante as semanas. Ambos os grupos mantiveram valores consistentes de limiar motor ao longo das 12 semanas sem diferenças significativas entre os grupos ativo e sham. Os valores de potencial evocado motor permaneceram estáveis em ambos os grupos ao longo do tempo. Os dados mostram que tanto os valores de SICI quanto de ICF não tiveram mudanças significativas do baseline para as semanas 6 e 12, e os intervalos de confiança são sobrepostos entre os grupos ativo e sham. O limiar motor do lado esquerdo foi significativamente associado às alterações do HDRS ao considerar os dados até as semanas 6 e 12, e o limiar motor do lado direito ao considerar os dados até 6 semanas. Limiares mais baixos previram maior redução dos sintomas depressivos no grupo de tratamento. CONCLUSÕES: os resultados sugerem que limiares mais baixos no início do tratamento podem predizer uma melhor resposta à TBS. Neste estudo as demais medidas de excitabilidade cortical não foram relacionadas com resposta ou não ao tratamento, porém, outras medidas podem ser estudadas nesta população para que possam se tornar um marcador |
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Avaliação da excitabilidade cortical de idosos com depressão maior submetidos a tratamento com estimulação ThetaBurst : análise exploratória de um estudo randomizado, duplo cego, controlado por placeboEvaluation of cortical excitability in old age patients with major depression undergoing ThetaBurst stimulation treatment : exploratory analysis of a randomized, double-blind, placebo controlled studyCortical excitabilityElderlyEstimulação magnética transcraniana repetitivaExcitabilidade corticalIdosoMajor depressive disorderNeuromodulaçãoNeuromodulationRepetitive transcranial magnetic stimulationTheta BurstTheta BurstTranstorno depressivo maiorODUÇÃO: o envelhecimento é um processo multifacetado que traz desafios físicos e psicológicos. Nesse contexto, a depressão é uma das condições mais prevalentes em idosos, variando de 25 a 50%. Diversas estratégias são empregadas no tratamento do transtorno depressivo maior (TDM), como a psicoterapia e a farmacoterapia. Além disso, há abordagens de neuromodulação não invasiva, com especial destaque para Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), um tratamento consolidado para depressão. Uma variante da EMT é a theta burst stimulation (TBS) que consiste na aplicação de uma série de pulsos a 50Hz. A técnica vem apresentando resultados promissores no tratamento de condições neuropsiquiátricas e mostrando-se cognitivamente segura em sujeitos adultos. Além da utilização para tratamento, podemos utilizar a EMT como método diagnóstico neurofisiológico, usando a avaliação das medidas de excitabilidade cortical motora de maneira não invasiva. As medidas desses parâmetros são importantes, pois com informações sobre o funcionamento do córtex motor pode ser possível demonstrar relação com a condição clínica dos pacientes ou com a resposta aos tratamentos. OBJETIVO: avaliar as medidas de excitabilidade cortical, eliciados por estimulação magnética transcraniana, em idosos com depressão maior. MÉTODO: 107 sujeitos foram divididos nos grupos ativo ou sham, para receber 20 sessões consecutivas de TBS. Foram realizadas avaliações clínicas e avaliação das medidas e excitabilidade cortical ao decorrer das semanas, com o intuito de comparar as medidas de excitabilidade cortical com a resposta ao tratamento com TBS. RESULTADOS: As medidas de excitabilidade não se alteraram em resposta ao tratamento com TBS, durante as semanas. Ambos os grupos mantiveram valores consistentes de limiar motor ao longo das 12 semanas sem diferenças significativas entre os grupos ativo e sham. Os valores de potencial evocado motor permaneceram estáveis em ambos os grupos ao longo do tempo. Os dados mostram que tanto os valores de SICI quanto de ICF não tiveram mudanças significativas do baseline para as semanas 6 e 12, e os intervalos de confiança são sobrepostos entre os grupos ativo e sham. O limiar motor do lado esquerdo foi significativamente associado às alterações do HDRS ao considerar os dados até as semanas 6 e 12, e o limiar motor do lado direito ao considerar os dados até 6 semanas. Limiares mais baixos previram maior redução dos sintomas depressivos no grupo de tratamento. CONCLUSÕES: os resultados sugerem que limiares mais baixos no início do tratamento podem predizer uma melhor resposta à TBS. Neste estudo as demais medidas de excitabilidade cortical não foram relacionadas com resposta ou não ao tratamento, porém, outras medidas podem ser estudadas nesta população para que possam se tornar um marcadorINTRODUCTION: Aging is a multifaceted process that brings physical and psychological challenges. In this context, depression is one of the most prevalent conditions in the old age, ranging from 25 to 50%. Various strategies are employed in the treatment of major depressive disorder (MDD), such as psychotherapy and pharmacotherapy. Additionally, there are non-invasive neuromodulation approaches, with a special emphasis on Transcranial Magnetic Stimulation (TMS), a consolidated treatment for depression. A variant of TMS is theta burst stimulation (TBS), which involves applying a series of pulses at 50Hz. This technique has shown promising results in the treatment of neuropsychiatric conditions and has been proven cognitively safe in adult subjects. Beyond its use for treatment, TMS can also be employed to assess motor cortical excitability measures non-invasively and in just a few minutes. These measurements are important, as information on the function of the motor cortex may demonstrate a relationship with the clinical condition of patients or with the response to treatments. OBJECTIVE: To evaluate the measures of cortical excitability, elicited by transcranial magnetic stimulation, in late life depression. METHOD: 107 subjects were divided into active or sham groups, to receive 20 consecutive sessions of TBS. Clinical assessments and evaluations of cortical excitability measures were conducted over the weeks, with the aim of comparing cortical excitability measures with the response to TBS treatment. RESULTS: Excitability measures did not change in response to TBS treatment over the weeks. Both groups maintained consistent motor threshold values throughout the 12 weeks with no significant differences between the active and sham groups. Motor evoked potential values remained stable in both groups over time. The data show that both SICI and ICF values did not experience significant changes from baseline at weeks 6 and 12, and the confidence intervals overlap between the active and sham groups. The left-side motor threshold was significantly associated with HDRS score changes considering data up to weeks 6 and 12, and the right-side motor threshold when considering data up to 6 weeks. Lower thresholds predicted a greater reduction in depressive symptoms in the treatment group. CONCLUSIONS: The results suggest that lower thresholds at the start of treatment may predict a better response to TBS. In this study, other measures of cortical excitability were not related to the response or lack thereof to treatment, but other measures can be studied in this population to potentially become a markerBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPValiengo, Leandro da Costa LaneMarinho, Kalian Almeida Pereira2024-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06022025-125158/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2025-02-17T19:54:02Zoai:teses.usp.br:tde-06022025-125158Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212025-02-17T19:54:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Avaliação da excitabilidade cortical de idosos com depressão maior submetidos a tratamento com estimulação ThetaBurst : análise exploratória de um estudo randomizado, duplo cego, controlado por placebo Evaluation of cortical excitability in old age patients with major depression undergoing ThetaBurst stimulation treatment : exploratory analysis of a randomized, double-blind, placebo controlled study |
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ODUÇÃO: o envelhecimento é um processo multifacetado que traz desafios físicos e psicológicos. Nesse contexto, a depressão é uma das condições mais prevalentes em idosos, variando de 25 a 50%. Diversas estratégias são empregadas no tratamento do transtorno depressivo maior (TDM), como a psicoterapia e a farmacoterapia. Além disso, há abordagens de neuromodulação não invasiva, com especial destaque para Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), um tratamento consolidado para depressão. Uma variante da EMT é a theta burst stimulation (TBS) que consiste na aplicação de uma série de pulsos a 50Hz. A técnica vem apresentando resultados promissores no tratamento de condições neuropsiquiátricas e mostrando-se cognitivamente segura em sujeitos adultos. Além da utilização para tratamento, podemos utilizar a EMT como método diagnóstico neurofisiológico, usando a avaliação das medidas de excitabilidade cortical motora de maneira não invasiva. As medidas desses parâmetros são importantes, pois com informações sobre o funcionamento do córtex motor pode ser possível demonstrar relação com a condição clínica dos pacientes ou com a resposta aos tratamentos. OBJETIVO: avaliar as medidas de excitabilidade cortical, eliciados por estimulação magnética transcraniana, em idosos com depressão maior. MÉTODO: 107 sujeitos foram divididos nos grupos ativo ou sham, para receber 20 sessões consecutivas de TBS. Foram realizadas avaliações clínicas e avaliação das medidas e excitabilidade cortical ao decorrer das semanas, com o intuito de comparar as medidas de excitabilidade cortical com a resposta ao tratamento com TBS. RESULTADOS: As medidas de excitabilidade não se alteraram em resposta ao tratamento com TBS, durante as semanas. Ambos os grupos mantiveram valores consistentes de limiar motor ao longo das 12 semanas sem diferenças significativas entre os grupos ativo e sham. Os valores de potencial evocado motor permaneceram estáveis em ambos os grupos ao longo do tempo. Os dados mostram que tanto os valores de SICI quanto de ICF não tiveram mudanças significativas do baseline para as semanas 6 e 12, e os intervalos de confiança são sobrepostos entre os grupos ativo e sham. O limiar motor do lado esquerdo foi significativamente associado às alterações do HDRS ao considerar os dados até as semanas 6 e 12, e o limiar motor do lado direito ao considerar os dados até 6 semanas. Limiares mais baixos previram maior redução dos sintomas depressivos no grupo de tratamento. CONCLUSÕES: os resultados sugerem que limiares mais baixos no início do tratamento podem predizer uma melhor resposta à TBS. Neste estudo as demais medidas de excitabilidade cortical não foram relacionadas com resposta ou não ao tratamento, porém, outras medidas podem ser estudadas nesta população para que possam se tornar um marcador |
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