Remuneração executiva e desempenho empresarial: o efeito moderador do perfil de risco e da governança corporativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Lucas Tronbjerg Villafuerte Bertolli
Data de Publicação: 2025
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-28032025-142217/
Resumo: As relações entre remuneração executiva e desempenho empresarial são tema de diversos estudos e, embora a maior parte destes tenha evidenciado uma conexão positiva entre ambas, há uma série de resultados mistos que impedem a criação de consenso acadêmico. Partindo da premissa de que a remuneração variável é parte dos sistemas de incentivos gerenciais, foi explorada a relação entre esta e o desempenho empresarial, sob a lente da Teoria de Agência e da miopia gerencial, e postulou-se que a relação entre ambas é influenciada por variáveis moderadoras, neste caso o perfil de risco dos executivos e as práticas de governança corporativa. Foi utilizada uma amostra de empresas listadas na B3 entre 2019 e 2023, com a aplicação de modelos de regressão para examinar os efeitos da remuneração, moderados pelo perfil de risco dos executivos e pela governança corporativa. O perfil de risco dos executivos foi mensurado por meio do indicador Vega, enquanto a governança corporativa é avaliada a partir do Informe Brasileiro do Código de Governança Corporativa. Foi observado que executivos com maior propensão ao risco reagem mais aos incentivos da remuneração de curto prazo, ao mesmo tempo que intensifica a miopia gerencial, anulando o funcionamento dos incentivos de longo prazo. Em contrapartida, a governança corporativa demonstrou capacidade de mitigar os efeitos da miopia gerencial, promovendo o funcionamento adequado dos pacotes de remuneração, especialmente de longo prazo. O teste com uma interação tripla entre as variáveis revelou que a combinação dos fatores leva a um desempenho empresarial superior. Isso sugere que a combinação de uma governança robusta com a presença de executivos com perfil de maior risco permite a maximização dos resultados financeiros a curto e a longo prazo. No campo teórico, o estudo avança a compreensão das dinâmicas entre remuneração executiva e desempenho, destacando a importância de se considerar variáveis moderadoras, para explicar os resultados mistos encontrados em pesquisas anteriores. Na prática, os resultados sugerem que empresas devem desenhar pacotes de remuneração que considerem o perfil de risco de seus executivos e assegurem a implementação de uma governança corporativa robusta, capaz de mitigar os efeitos da miopia gerencial e promover o alinhamento de interesses.
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Partindo da premissa de que a remuneração variável é parte dos sistemas de incentivos gerenciais, foi explorada a relação entre esta e o desempenho empresarial, sob a lente da Teoria de Agência e da miopia gerencial, e postulou-se que a relação entre ambas é influenciada por variáveis moderadoras, neste caso o perfil de risco dos executivos e as práticas de governança corporativa. Foi utilizada uma amostra de empresas listadas na B3 entre 2019 e 2023, com a aplicação de modelos de regressão para examinar os efeitos da remuneração, moderados pelo perfil de risco dos executivos e pela governança corporativa. O perfil de risco dos executivos foi mensurado por meio do indicador Vega, enquanto a governança corporativa é avaliada a partir do Informe Brasileiro do Código de Governança Corporativa. Foi observado que executivos com maior propensão ao risco reagem mais aos incentivos da remuneração de curto prazo, ao mesmo tempo que intensifica a miopia gerencial, anulando o funcionamento dos incentivos de longo prazo. Em contrapartida, a governança corporativa demonstrou capacidade de mitigar os efeitos da miopia gerencial, promovendo o funcionamento adequado dos pacotes de remuneração, especialmente de longo prazo. O teste com uma interação tripla entre as variáveis revelou que a combinação dos fatores leva a um desempenho empresarial superior. Isso sugere que a combinação de uma governança robusta com a presença de executivos com perfil de maior risco permite a maximização dos resultados financeiros a curto e a longo prazo. No campo teórico, o estudo avança a compreensão das dinâmicas entre remuneração executiva e desempenho, destacando a importância de se considerar variáveis moderadoras, para explicar os resultados mistos encontrados em pesquisas anteriores. Na prática, os resultados sugerem que empresas devem desenhar pacotes de remuneração que considerem o perfil de risco de seus executivos e assegurem a implementação de uma governança corporativa robusta, capaz de mitigar os efeitos da miopia gerencial e promover o alinhamento de interesses.The relationships between executive compensation and corporate performance have been the subject of numerous studies, and although most of these studies have shown a positive connection between the two, there are a series of mixed results that impedes the creation of an academic consensus. Based on the premise that performance-based compensation is part of the managerial incentive systems, this study explored the relationship between executive compensation and corporate performance through the lens of Agency Theory and managerial myopia. It was hypothesized that this relationship is influenced by moderating variables, in this case, the executives\' risk profile and corporate governance practices. A sample of companies listed on the B3 from 2019 to 2023 was used, applying regression models to examine the effects of compensation, moderated by the executives\' risk profile and corporate governance. The executives\' risk profile was measured using the Vega indicator, while corporate governance was assessed through scores from the Brazilian Corporate Governance Code Report. It was observed that executives with a higher propensity for risk respond more to short-term compensation incentives, while also intensifying managerial myopia, thereby nullifying the effectiveness of long-term incentives. On the other hand, corporate governance demonstrated its ability tomitigate the effects of managerial myopia, promoting the proper functioning of compensation packages, particularly on long-term. The test with a triple interaction revealed that the combination of these factors leads to superior corporate performance. This suggests that the combination of robust governance with the presence of executives with a higher risk profile allows for the maximization of financial results in both the short and long term. Theoretically, the study advances the understanding of the dynamics between executive compensation and performance, highlighting the importance of considering moderating variables to explain the mixed results found in previous research. In practice, the results suggest that companies should design compensation packages that consider the risk profile of their executives and ensure the implementation of robust corporate governance capable of mitigating the effects of managerial myopia and promoting the alignment of interests.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAguiar, Andson Braga deMoreira, Lucas Tronbjerg Villafuerte Bertolli2025-01-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-28032025-142217/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2025-03-28T19:30:02Zoai:teses.usp.br:tde-28032025-142217Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212025-03-28T19:30:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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