Repertórios de ação dos movimentos sociais durante a pandemia de Covid-19: perspectivas e desafios para a comunicação digital e o ativismo no Brasil

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Main Author: Luvizotto, Caroline Kraus [UNESP]
Publication Date: 2025
Format: Other
Language: por
Source: Repositório Institucional da UNESP
Download full: https://hdl.handle.net/11449/310295
Summary: A pandemia de Covid-19 impôs uma nova realidade aos movimentos sociais e à participação cidadã, proibindo ou restringindo protestos e manifestações nas ruas, formas típicas de ativismo dos movimentos sociais. Neste cenário, ganhou força o ciberativismo, ou ativismo digital, que tem como principal insumo a informação difundida em ambiente digital. No Brasil, observouse a diminuição de oportunidades políticas para os movimentos sociais, mas, por outro lado, provocou mobilização da sociedade civil em geral, já que a pandemia se configurou como ameaça social e sanitária. Os estudos desenvolvidos por esta pesquisadora a partir de 2014 junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unesp e junto ao Grupo de Pesquisa Comunicação Midiática e Movimentos Sociais – ComMov, que versam, em sua maioria, sobre a relação entre comunicação, cidadania e participação social no contexto brasileiro; o desenvolvimento de pesquisa de pós-doutorado realizada na Universidade Nova de Lisboa (2020) com financiamento da Fapesp, que versa sobre a relação entre comunicação, cidadania e movimentos sociais no contexto português; e a pesquisa desenvolvida na qualidade de Professora Visitante Sênior junto ao Erich Brost Institute for International Journalism na Technische Universität Dortmund (TU Dortmund), Alemanha (2023), com financiamento da Capes, que versa sobre comunicação, informação e cidadania, contribuíram para a proposta e a conclusão desta pesquisa que respondeu aos seguintes questionamentos: qual é o impacto da pandemia de Covid-19 na luta pelo alcance e manutenção dos direitos civis e políticos? Quais são as perspectivas para a participação cidadã frente as grandes transformações econômicas e sociais impostas pela pandemia? Qual o potencial, limites e desafios da comunicação digital para a mobilização popular a partir da pandemia de Covid-19? Diante destes e de muitos outros questionamentos possíveis, esta pesquisa analisou a dinâmica contemporânea de movimentos sociais para estimar o potencial da comunicação digital para a participação cidadã, a partir da pandemia de Covid-19 no Brasil. Especificamente: identificamos as estratégias de mobilização dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; caracterizamos as estratégias de comunicação digital utilizadas pelos movimentos sociais depois do advento da pandemia de Covid-19, estimando seu potencial e limites a partir da realidade imposta pela pandemia; analisamos os conteúdos informacionais que conduziram o ativismo digital dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; e indicamos perspectivas e desafios para a comunicação digital e para o ativismo no Brasil a partir da pandemia de Covid-19. Como contribuição teórica e metodológica, desenvolvemos e propomos a classificação dos movimentos sociais brasileiros em Movimentos Sociais Antiausteridade, Movimentos Sociais de Afirmação Identitária e Movimentos Sociais Antissistema. Essa classificação não apenas enriquece os estudos empíricos realizados neste estudo, fornecendo a base para a seleção dos movimentos sociais objetos da pesquisa, como também oferece uma contribuição teórica para o campo das Ciências Sociais, ao propor um enquadramento metodológico que organiza as mobilizações brasileiras em grandes temas que, embora distintos, não são excludentes e é capaz de articular interseccionalidades e hibridizações. São objetos da pesquisa os seguintes movimentos sociais: Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude. Com o auxílio da ferramenta Fanpage Karma, realizamos a extração das postagens no perfil do Facebook dos movimentos sociais. O período de coleta corresponde aos dois primeiros anos de pandemia de Covid-19, exatamente de 12 de março de 2020 a 11 de março de 2022. As 6.366 postagens coletadas via Fanpage Karma passaram pelas etapas de Codificação, Categorização e Inferência, de acordo com o método de Análise de Conteúdo de Krippendorff (2019), seguindo o referencial teórico-metodológico de Pleyers (2020). Para além das categorias 2 previstas na proposta de Pleyers (2020) para compreender o repertório de ação dos movimentos sociais na pandemia de Covid-19, quais sejam: 1) Ações de protestos; 2) Ações em defesa dos direitos dos trabalhadores; 3) Ações de ajuda mútua e solidariedade; 4) Ações de monitoramento das ações do governo; 5) Ações de educação popular e conscientização; os dados analisados ofereceram subsídio para a criação de duas novas categorias, e que nos parece fundamental para pensar as estratégias de mobilização e comunicação digital dos movimentos sociais no Brasil: 6) Ações de comunicação pública e 7) Ações de manutenção das pautas dos movimentos. A análise apresentada a partir dos movimentos sociais Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude, aqui tratados como paradigmas empíricos para compreender o tema proposto, contribui para a compreensão da complexa relação entre os movimentos sociais, a comunicação digital e os impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil. Por meio da análise do repertório de ação dos nomeados movimentos sociais, buscamos não apenas descrever as estratégias de mobilização e comunicação adotadas por eles, mas também examinar suas implicações mais amplas para a participação cidadã, o ativismo político e a esfera pública. Ao longo da pesquisa, identificamos uma série de fatores que influenciaram a dinâmica dos movimentos sociais durante a pandemia. Por exemplo, observamos como as restrições de distanciamento social e as medidas de lockdown afetaram as formas tradicionais de mobilização, levando os movimentos a explorar alternativas digitais para manter sua relevância e eficácia; analisamos o papel das redes sociais e plataformas online na amplificação de mensagens e na formação de coalizões e alianças entre diferentes grupos e movimentos sociais; no que diz respeito às estratégias de comunicação digital, exploramos não apenas os conteúdos informacionais produzidos pelos movimentos sociais, mas também as táticas de engajamento e mobilização utilizadas para alcançar e envolver o público - isso incluiu a análise de campanhas de hashtag, vídeos virais, transmissões ao vivo e outras formas de interação online que se tornaram características proeminentes do ativismo digital durante a pandemia; discutimos os limites e os desafios associados à comunicação digital, como a disseminação de desinformação, o discurso de ódio e a vigilância governamental - esses problemas destacaram a necessidade de abordagens éticas e responsáveis para o uso das tecnologias digitais no ativismo e na mobilização social, bem como a importância de proteger a liberdade de expressão e a privacidade dos ativistas. Por fim, discutimos as implicações mais amplas dessas descobertas para o futuro da participação cidadã e do ativismo no Brasil. Identificamos oportunidades para fortalecer e aprimorar a comunicação digital como uma ferramenta que pode ajudar na promoção da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, ao mesmo tempo em que reconhecemos os desafios e as incertezas que podem surgir no processo.
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No Brasil, observouse a diminuição de oportunidades políticas para os movimentos sociais, mas, por outro lado, provocou mobilização da sociedade civil em geral, já que a pandemia se configurou como ameaça social e sanitária. Os estudos desenvolvidos por esta pesquisadora a partir de 2014 junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unesp e junto ao Grupo de Pesquisa Comunicação Midiática e Movimentos Sociais – ComMov, que versam, em sua maioria, sobre a relação entre comunicação, cidadania e participação social no contexto brasileiro; o desenvolvimento de pesquisa de pós-doutorado realizada na Universidade Nova de Lisboa (2020) com financiamento da Fapesp, que versa sobre a relação entre comunicação, cidadania e movimentos sociais no contexto português; e a pesquisa desenvolvida na qualidade de Professora Visitante Sênior junto ao Erich Brost Institute for International Journalism na Technische Universität Dortmund (TU Dortmund), Alemanha (2023), com financiamento da Capes, que versa sobre comunicação, informação e cidadania, contribuíram para a proposta e a conclusão desta pesquisa que respondeu aos seguintes questionamentos: qual é o impacto da pandemia de Covid-19 na luta pelo alcance e manutenção dos direitos civis e políticos? Quais são as perspectivas para a participação cidadã frente as grandes transformações econômicas e sociais impostas pela pandemia? Qual o potencial, limites e desafios da comunicação digital para a mobilização popular a partir da pandemia de Covid-19? Diante destes e de muitos outros questionamentos possíveis, esta pesquisa analisou a dinâmica contemporânea de movimentos sociais para estimar o potencial da comunicação digital para a participação cidadã, a partir da pandemia de Covid-19 no Brasil. Especificamente: identificamos as estratégias de mobilização dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; caracterizamos as estratégias de comunicação digital utilizadas pelos movimentos sociais depois do advento da pandemia de Covid-19, estimando seu potencial e limites a partir da realidade imposta pela pandemia; analisamos os conteúdos informacionais que conduziram o ativismo digital dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; e indicamos perspectivas e desafios para a comunicação digital e para o ativismo no Brasil a partir da pandemia de Covid-19. Como contribuição teórica e metodológica, desenvolvemos e propomos a classificação dos movimentos sociais brasileiros em Movimentos Sociais Antiausteridade, Movimentos Sociais de Afirmação Identitária e Movimentos Sociais Antissistema. Essa classificação não apenas enriquece os estudos empíricos realizados neste estudo, fornecendo a base para a seleção dos movimentos sociais objetos da pesquisa, como também oferece uma contribuição teórica para o campo das Ciências Sociais, ao propor um enquadramento metodológico que organiza as mobilizações brasileiras em grandes temas que, embora distintos, não são excludentes e é capaz de articular interseccionalidades e hibridizações. São objetos da pesquisa os seguintes movimentos sociais: Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude. Com o auxílio da ferramenta Fanpage Karma, realizamos a extração das postagens no perfil do Facebook dos movimentos sociais. O período de coleta corresponde aos dois primeiros anos de pandemia de Covid-19, exatamente de 12 de março de 2020 a 11 de março de 2022. As 6.366 postagens coletadas via Fanpage Karma passaram pelas etapas de Codificação, Categorização e Inferência, de acordo com o método de Análise de Conteúdo de Krippendorff (2019), seguindo o referencial teórico-metodológico de Pleyers (2020). Para além das categorias 2 previstas na proposta de Pleyers (2020) para compreender o repertório de ação dos movimentos sociais na pandemia de Covid-19, quais sejam: 1) Ações de protestos; 2) Ações em defesa dos direitos dos trabalhadores; 3) Ações de ajuda mútua e solidariedade; 4) Ações de monitoramento das ações do governo; 5) Ações de educação popular e conscientização; os dados analisados ofereceram subsídio para a criação de duas novas categorias, e que nos parece fundamental para pensar as estratégias de mobilização e comunicação digital dos movimentos sociais no Brasil: 6) Ações de comunicação pública e 7) Ações de manutenção das pautas dos movimentos. A análise apresentada a partir dos movimentos sociais Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude, aqui tratados como paradigmas empíricos para compreender o tema proposto, contribui para a compreensão da complexa relação entre os movimentos sociais, a comunicação digital e os impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil. Por meio da análise do repertório de ação dos nomeados movimentos sociais, buscamos não apenas descrever as estratégias de mobilização e comunicação adotadas por eles, mas também examinar suas implicações mais amplas para a participação cidadã, o ativismo político e a esfera pública. Ao longo da pesquisa, identificamos uma série de fatores que influenciaram a dinâmica dos movimentos sociais durante a pandemia. Por exemplo, observamos como as restrições de distanciamento social e as medidas de lockdown afetaram as formas tradicionais de mobilização, levando os movimentos a explorar alternativas digitais para manter sua relevância e eficácia; analisamos o papel das redes sociais e plataformas online na amplificação de mensagens e na formação de coalizões e alianças entre diferentes grupos e movimentos sociais; no que diz respeito às estratégias de comunicação digital, exploramos não apenas os conteúdos informacionais produzidos pelos movimentos sociais, mas também as táticas de engajamento e mobilização utilizadas para alcançar e envolver o público - isso incluiu a análise de campanhas de hashtag, vídeos virais, transmissões ao vivo e outras formas de interação online que se tornaram características proeminentes do ativismo digital durante a pandemia; discutimos os limites e os desafios associados à comunicação digital, como a disseminação de desinformação, o discurso de ódio e a vigilância governamental - esses problemas destacaram a necessidade de abordagens éticas e responsáveis para o uso das tecnologias digitais no ativismo e na mobilização social, bem como a importância de proteger a liberdade de expressão e a privacidade dos ativistas. Por fim, discutimos as implicações mais amplas dessas descobertas para o futuro da participação cidadã e do ativismo no Brasil. Identificamos oportunidades para fortalecer e aprimorar a comunicação digital como uma ferramenta que pode ajudar na promoção da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, ao mesmo tempo em que reconhecemos os desafios e as incertezas que podem surgir no processo.The Covid-19 pandemic imposed a new reality on social movements and civic participation, prohibiting or restricting protests and demonstrations in the streets, which are typical forms of activism for social movements. In this context, cyberactivism, or digital activism, gained prominence, with its main input being the information disseminated in digital environments. In Brazil, there was a decrease in political opportunities for social movements; however, it also mobilized civil society in general, as the pandemic constituted a social and health threat. The studies conducted by this researcher since 2014 under the Postgraduate Program in Communication at UNESP and the Research Group on Media Communication and Social Movements – ComMov, which mainly focus on the relationship between communication, citizenship, and social participation in the Brazilian context; the postdoctoral research carried out at the Universidade Nova de Lisboa (2020) funded by FAPESP, examining the relationship between communication, citizenship, and social movements in the Portuguese context; and the research developed as a Senior Visiting Professor at the Erich Brost Institute for International Journalism at the Technische Universität Dortmund (TU Dortmund), Germany (2023), funded by CAPES, focusing on communication, information, and citizenship, contributed to the proposal and conclusions of this study. This research sought to answer the following questions: What is the impact of the Covid-19 pandemic on the struggle for the achievement and maintenance of civil and political rights? What are the prospects for civic participation amid the significant economic and social transformations imposed by the pandemic? What are the potentialities, limits, and challenges of digital communication for popular mobilization following the Covid-19 pandemic? Addressing these and many other possible questions, this research analyzed the contemporary dynamics of social movements to estimate the potential of digital communication for civic participation in the context of the Covid-19 pandemic in Brazil. Specifically, we identified the mobilization strategies of social movements following the Covid-19 pandemic; characterized the digital communication strategies used by social movements after the onset of the pandemic, estimating their potential and limitations within the context imposed by the pandemic; analyzed the informational content that drove the digital activism of social movements during the pandemic; and pointed out perspectives and challenges for digital communication and activism in Brazil post-Covid-19 pandemic. As a theoretical and methodological contribution, we developed and proposed the classification of Brazilian social movements into Anti-Austerity Social Movements, Identity Affirmation Movements, and AntiSystem Movements. This classification not only enriches the empirical studies conducted in this research—providing the basis for selecting the social movements that constitute the objects of study—but also offers a theoretical contribution to the field of Social Sciences by proposing a methodological framework that organizes Brazilian mobilizations around major themes which, although distinct, are not mutually exclusive, and are capable of articulating intersectionalities and hybridizations. The following social movements are the objects of this research: Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil, and Levante Popular da Juventude. Using the Fanpage Karma tool, we extracted posts from the Facebook profiles of these social movements. The collection period corresponds to the first two years of the Covid-19 pandemic, precisely from March 12, 2020, to March 11, 2022. The 6,366 posts collected via Fanpage Karma underwent the steps of Coding, Categorization, and Inference, following Krippendorff’s (2019), Content Analysis method and Pleyers' (2020) theoretical-methodological framework. Beyond the categories proposed by Pleyers (2020) to understand the repertoire of social movements during the Covid-19 pandemic—namely: 1) Protest actions; 2) Actions defending workers' 4 rights; 3) Mutual aid and solidarity actions; 4) Monitoring government actions; 5) Popular education and awareness-raising actions—the analyzed data supported the creation of two new categories that are fundamental for understanding the mobilization and digital communication strategies of social movements in Brazil: 6) Public communication actions and 7) Actions to maintain the movements' agendas. The analysis presented through the social movements Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil, and Levante Popular da Juventude—treated here as empirical paradigms for understanding the proposed theme—contributes to comprehending the complex relationship between social movements, digital communication, and the impacts of the Covid19 pandemic in Brazil. Through an analysis of the action repertoire of these social movements, we sought not only to describe the mobilization and communication strategies adopted by them but also to examine their broader implications for civic participation, political activism, and the public sphere. Throughout the research, we identified several factors influencing the dynamics of social movements during the pandemic. For example, we observed how social distancing restrictions and lockdown measures affected traditional forms of mobilization, pushing movements to explore digital alternatives to maintain their relevance and effectiveness; we analyzed the role of social media and online platforms in amplifying messages and forming coalitions and alliances among different groups and social movements; regarding digital communication strategies, we explored not only the informational content produced by social movements but also the engagement and mobilization tactics used to reach and involve the public - this included analyzing hashtag campaigns, viral videos, live streams, and other forms of online interaction that became prominent features of digital activism during the pandemic; we identified the limits and challenges associated with digital communication, such as the spread of misinformation, hate speech, and government surveillance - these issues highlighted the need for ethical and responsible approaches to the use of digital technologies in activism and social mobilization, as well as the importance of protecting freedom of expression and activists' privacy. Finally, we discussed the broader implications of these findings for the future of civic participation and activism in Brazil. We identified opportunities to strengthen and enhance digital communication as a tool to promote democracy, social justice, and human rights, while recognizing the challenges and uncertainties that may arise in the process.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Luvizotto, Caroline Kraus [UNESP]2025-05-09T16:45:46Z2025-05-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/11449/310295porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2025-06-02T18:31:44Zoai:repositorio.unesp.br:11449/310295Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462025-06-02T18:31:44Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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Os estudos desenvolvidos por esta pesquisadora a partir de 2014 junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unesp e junto ao Grupo de Pesquisa Comunicação Midiática e Movimentos Sociais – ComMov, que versam, em sua maioria, sobre a relação entre comunicação, cidadania e participação social no contexto brasileiro; o desenvolvimento de pesquisa de pós-doutorado realizada na Universidade Nova de Lisboa (2020) com financiamento da Fapesp, que versa sobre a relação entre comunicação, cidadania e movimentos sociais no contexto português; e a pesquisa desenvolvida na qualidade de Professora Visitante Sênior junto ao Erich Brost Institute for International Journalism na Technische Universität Dortmund (TU Dortmund), Alemanha (2023), com financiamento da Capes, que versa sobre comunicação, informação e cidadania, contribuíram para a proposta e a conclusão desta pesquisa que respondeu aos seguintes questionamentos: qual é o impacto da pandemia de Covid-19 na luta pelo alcance e manutenção dos direitos civis e políticos? Quais são as perspectivas para a participação cidadã frente as grandes transformações econômicas e sociais impostas pela pandemia? Qual o potencial, limites e desafios da comunicação digital para a mobilização popular a partir da pandemia de Covid-19? Diante destes e de muitos outros questionamentos possíveis, esta pesquisa analisou a dinâmica contemporânea de movimentos sociais para estimar o potencial da comunicação digital para a participação cidadã, a partir da pandemia de Covid-19 no Brasil. Especificamente: identificamos as estratégias de mobilização dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; caracterizamos as estratégias de comunicação digital utilizadas pelos movimentos sociais depois do advento da pandemia de Covid-19, estimando seu potencial e limites a partir da realidade imposta pela pandemia; analisamos os conteúdos informacionais que conduziram o ativismo digital dos movimentos sociais a partir da pandemia de Covid-19; e indicamos perspectivas e desafios para a comunicação digital e para o ativismo no Brasil a partir da pandemia de Covid-19. Como contribuição teórica e metodológica, desenvolvemos e propomos a classificação dos movimentos sociais brasileiros em Movimentos Sociais Antiausteridade, Movimentos Sociais de Afirmação Identitária e Movimentos Sociais Antissistema. Essa classificação não apenas enriquece os estudos empíricos realizados neste estudo, fornecendo a base para a seleção dos movimentos sociais objetos da pesquisa, como também oferece uma contribuição teórica para o campo das Ciências Sociais, ao propor um enquadramento metodológico que organiza as mobilizações brasileiras em grandes temas que, embora distintos, não são excludentes e é capaz de articular interseccionalidades e hibridizações. São objetos da pesquisa os seguintes movimentos sociais: Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude. Com o auxílio da ferramenta Fanpage Karma, realizamos a extração das postagens no perfil do Facebook dos movimentos sociais. O período de coleta corresponde aos dois primeiros anos de pandemia de Covid-19, exatamente de 12 de março de 2020 a 11 de março de 2022. As 6.366 postagens coletadas via Fanpage Karma passaram pelas etapas de Codificação, Categorização e Inferência, de acordo com o método de Análise de Conteúdo de Krippendorff (2019), seguindo o referencial teórico-metodológico de Pleyers (2020). Para além das categorias 2 previstas na proposta de Pleyers (2020) para compreender o repertório de ação dos movimentos sociais na pandemia de Covid-19, quais sejam: 1) Ações de protestos; 2) Ações em defesa dos direitos dos trabalhadores; 3) Ações de ajuda mútua e solidariedade; 4) Ações de monitoramento das ações do governo; 5) Ações de educação popular e conscientização; os dados analisados ofereceram subsídio para a criação de duas novas categorias, e que nos parece fundamental para pensar as estratégias de mobilização e comunicação digital dos movimentos sociais no Brasil: 6) Ações de comunicação pública e 7) Ações de manutenção das pautas dos movimentos. A análise apresentada a partir dos movimentos sociais Ação da Cidadania, Greenpeace Brasil e Levante Popular da Juventude, aqui tratados como paradigmas empíricos para compreender o tema proposto, contribui para a compreensão da complexa relação entre os movimentos sociais, a comunicação digital e os impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil. Por meio da análise do repertório de ação dos nomeados movimentos sociais, buscamos não apenas descrever as estratégias de mobilização e comunicação adotadas por eles, mas também examinar suas implicações mais amplas para a participação cidadã, o ativismo político e a esfera pública. Ao longo da pesquisa, identificamos uma série de fatores que influenciaram a dinâmica dos movimentos sociais durante a pandemia. 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