A padroeira dos filósofos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Ruy Afonso Costa
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de História (São Paulo)
DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.1977.76256
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/76256
Resumo: (primeiro parágrafo do artigo)Não podia ser indiferente às moças do século XII o fato de ser uma mulher reverenciada pelos filósofos e teólogos como a sua padroeira. Elas deviam ver com satisfação que o dia da festa de Santa Catarina de Alexandria era feriado na Universidade de Paris. Por isso, embora não pudessem freqüentar as faculdades como os rapazes — impossibilidade que se manteria por muitos séculos — o nível das suas aspirações devia ser bem elevado em matéria de estudos, quando se leva em conta que os maiores sábios da Idade Média liam com enlevo e devoção a Conversio e a Passio de Santa Catarina de Alexandria, a jovem de 18 anos que brilhou pela beleza do corpo, mas ainda muito mais pela beleza da virtude, como cantou Alfano, monge de Monte Cassino e arcebispo de Salerno, em sua Ode em louvor de Santa Catarina. Não foram, porém, os atributos morais os únicos a determinarem a elevação de Catarina às culminâncias do culto a ela prestado pelos universitários medievais. Como diz o mesmo Alfano noutro hino, Cantus in laudem S. Catharinae Virginis, "a doutora confundiu os sábios". Com essa afirmação ele se reportava à discussão que Santa Catarina manteve, conforme a Passio, com os cinqüenta filósofos que ela dominou com o peso da doutrina e o fascínio das palavras.  
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