Alterações orais tardias em pacientes submetidos a radioterapia e/ou quimioterapia em cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Deboni, Aline Lima da Silva [UNIFESP]
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
dARK ID: ark:/48912/001300002hj83
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/8888
Resumo: Objetivo: Avaliar as alterações orais tardias em pacientes não operados de cabeça e pescoço, submetidos a radioterapia (RT) com ou sem quimioterapia (QT). Material e Métodos: Foram revisados 515 prontuários de pacientes tratados para tumores de cabeça e pescoço, entre 2005 e 2009, sendo que 41 pacientes preencheram os critérios de inclusão. Os efeitos tardios foram graduados através do sistema do Common Toxicity Criteria (CTC) - Radiotherapy and Oncology Group /European Organization for Research and Treatment of Cancer (RTOG/EORTC) – Escala de graduação de morbidade tardia da radiação. A função salivar foi verificada através da sialometria e de um método de avaliação simplificado. Os dados foram submetidos a análise estatística. Resultados: O tempo médio de seguimento foi de 17,1 meses e houve a predominância de complicações tardias leves para as complicações estudadas. Entre as alterações classificadas como graus 2 ou 3, as mais freqüentes ocorreram em glândulas salivares, mucosa oral e alterações no paladar. Foi verificada uma correlação estatística significante entre os níveis de fluxo de saliva não estimulada/estimulada e a graduação, segundo o CTC – RTOG/EORTC, para a mucosa oral. O nível baixo de fluxo salivar (<0,03 mL/min e <0,09 mL/min) foi identificado como fator de risco independente para a toxicidade em mucosa oral (graus ≥ 2) (valor de p = variou de 0,001 a 0,032); (odds ratio [OR] = variou de 7,14 a 30; risco relativo [RR] = variou de 4,3 a 8,3). Verificou-se também, relação significante entre o sistema de graduação de xerostomia (objetivo) e a graduação, segundo o CTC – RTOG/EORTC, para glândulas salivares (p = 0,001). Oitenta e cinco por cento dos pacientes apresentavam hipossalivação e 58,7% consideravam a xerostomia como o efeito tardio mias debilitante. Conclusão: A maioria dos pacientes apresentou graduações tardias leves (0 e 1), segundo os critérios do CTC – RTOG/EORTC; as variáveis demográficas, do tumor e do tratamento não se apresentaram como fatores estatisticamente significantes para o desenvolvimento e severidade das complicações orais tardias; a hipofunção salivar aumentou de 4,3 a 8,3 vezes o RR para o ocorrência de reações tardias severas em mucosa; a xerostomia foi considerada o fator mais debilitante após o tratamento. Os resultados mostram a importância da avaliação do hipofluxo salivar como um fator preditivo independente para a severidade de efeitos tardios em mucosa oral.
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A função salivar foi verificada através da sialometria e de um método de avaliação simplificado. Os dados foram submetidos a análise estatística. Resultados: O tempo médio de seguimento foi de 17,1 meses e houve a predominância de complicações tardias leves para as complicações estudadas. Entre as alterações classificadas como graus 2 ou 3, as mais freqüentes ocorreram em glândulas salivares, mucosa oral e alterações no paladar. Foi verificada uma correlação estatística significante entre os níveis de fluxo de saliva não estimulada/estimulada e a graduação, segundo o CTC – RTOG/EORTC, para a mucosa oral. O nível baixo de fluxo salivar (<0,03 mL/min e <0,09 mL/min) foi identificado como fator de risco independente para a toxicidade em mucosa oral (graus ≥ 2) (valor de p = variou de 0,001 a 0,032); (odds ratio [OR] = variou de 7,14 a 30; risco relativo [RR] = variou de 4,3 a 8,3). Verificou-se também, relação significante entre o sistema de graduação de xerostomia (objetivo) e a graduação, segundo o CTC – RTOG/EORTC, para glândulas salivares (p = 0,001). Oitenta e cinco por cento dos pacientes apresentavam hipossalivação e 58,7% consideravam a xerostomia como o efeito tardio mias debilitante. Conclusão: A maioria dos pacientes apresentou graduações tardias leves (0 e 1), segundo os critérios do CTC – RTOG/EORTC; as variáveis demográficas, do tumor e do tratamento não se apresentaram como fatores estatisticamente significantes para o desenvolvimento e severidade das complicações orais tardias; a hipofunção salivar aumentou de 4,3 a 8,3 vezes o RR para o ocorrência de reações tardias severas em mucosa; a xerostomia foi considerada o fator mais debilitante após o tratamento. Os resultados mostram a importância da avaliação do hipofluxo salivar como um fator preditivo independente para a severidade de efeitos tardios em mucosa oral. Purpose: To assess the late oral complications (LOC) in non surgical head and neck cancer (HNC) patients, submitted to radiotherapy (RT) with or without chemotherapy (chemo). Materials and Methods: The average follow-up for HNC patients was 17.1 months. Five hundred fifteen charts from patients treated for HNC between 2005 and 2009 were reviewed and 41 non surgical HNC patients met the inclusion criteria. Salivary glands function was assessed using a simplified new grading system (NGSX) (Esibruch et al. 2003) and sialometry. Late effects were assessed using the Common Toxicity Criteria (CTC) - Radiotherapy and Oncology Group /European Organization for Research and Treatment of Cancer (RTOG/EORTC) - Late Radiation Morbidity Scale. Data were submitted to statistical analysis. Results: There was a predominance of mild LOC complications among the variables studied. A statistical correlation was found for both unstimulated/stimulated salivary flow rates and the average CTC – RTOG/EORTC grades for the mucous membrane. The low salivary flow rates (<0.03 mL/min e <0.09 mL/min) were identified as a potential risk factor (p <0.005) and an independent predictor for mucous membrane toxicity (for ≥2 grades). A significant correlation was also found between objective NGSX scores (p = 0.001) and CTC – RTOG/EORTC grades for salivary glands. Eighty five percent of the patients were classified as suffered from hyposalivation as well as 58,7% considered the dryness in the mouth the most debilitating complication. Conclusions: Considering the late effects assessed, the majority of patients presented mild graduation (0 and 1) according to CTC – RTOG/EORTC criteria; the demographic, tumor and treatment variables were not statistically significant for the development and severity of late oral complication; the salivary hipofunction increased from 4.3 to 8.3 times the RR for the occurrence of severe late mucosal reaction; xerostomia was considered the most debilitating complication after treatment. Data show the role of salivary hypofunction as an independet predictor for the severity of late mucous membrane complication.BV UNIFESP: Teses e dissertaçõesUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Segreto, Helena Regina Comodo [UNIFESP]Segreto, Roberto Araújo [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/6367946444408610http://lattes.cnpq.br/7504101247615306http://lattes.cnpq.br/8361637287831757Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Deboni, Aline Lima da Silva [UNIFESP]2015-07-22T20:49:19Z2015-07-22T20:49:19Z2011-02-22info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion65 f.application/pdfDEBONI, Aline Lima da Silva. Alterações orais tardias em pacientes submetidos a radioterapia e/ou quimioterapia em cabeça e pescoço. 2011. 65 f. Dissertação (Mestrado em Radiologia Clínica) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2011.http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/8888ark:/48912/001300002hj83porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2025-07-24T09:08:21Zoai:repositorio.unifesp.br:11600/8888Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652025-07-24T09:08:21Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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