Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2009 |
Format: | Article |
Language: | por |
Source: | Revista de Biologia Neotropical (Online) |
Download full: | https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633 |
Summary: | Utilizou-se transpirômetro de equilíbrio para plantio de cinco espécies arbóreas avaliando seu comportamento fisiológico quanto a: transpiração total, transpiração e condutância estomática foliar, crescimento, partição de fitomassa, fluorescência da clorofila a e anatomia de folhas. As espécies avaliadas foram: Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson (ipê amarelo), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (jatobá), Myroxylon balsamum (L.) Harms (bálsamo), Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Eucalyptus citriodora Hook. (eucaliptos). O equipamento consiste em sistema hidráulico composto de três elementos: a) reservatório de água; b) bóia para controlar o nível de água nos vasos de plantio; c) vasos. O solo foi analisado pelo LASF/UFG-AGRO e recebeu a adição de 50 g de calcário dolomítico e 88 g de NPK (4-14-8) por vaso. Configurou-se o experimento em parcelas subdivididas no tempo, com significância de 5% e análise estatística por SAS/STAT. Os eucaliptos apresentaram transpiração semelhante; ipê, jatobá e bálsamo não apresentaram diferença significativa entre si. As medidas porométricas sugeriram que as espécies obedecem a rigoroso controle estomático, com fechamento dos estômatos em função da alta demanda evaporativa do ar, alterando as taxas transpiratórias e a condutância estomática ao longo do dia. As avaliações biofísicas evidenciaram que o crescimento em altura, diâmetro e área foliar de E. camaldulensis foi superior ao das outras espécies. Para partição de fitomassa, E. camaldulensis apresentou significativa diferença em matéria seca de caule, folhas e raiz. A eficiência fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm) foi estatisticamente semelhante para os eucaliptos, o ipê e o bálsamo, havendo diferença significativa entre a razão Fv/Fm de E. camaldulensis e a do jatobá, sugerindo que o último apresentou maior suscetibilidade do fotossistema II neste experimento devido à alta luminosidade. O estudo anatômico foliar evidenciou que os eucaliptos têm folhas anfiestomáticas com estômatos anomocíticos; o ipê e o bálsamo, folhas hipostomáticas com estômatos anomocíticos; e o jatobá, folhas hipostomáticas com estômatos paracíticos. Sugere-se que a anatomia foliar influenciou a taxa transpiratória resultando em diferenças no crescimento e partição de fitomassa. Ipê, jatobá e bálsamo apresentaram mais camadas de parênquima lacunoso que os eucaliptos, característica adaptativa que permite a essas espécies colonizar locais de menor luminosidade. Todas as espécies estudadas apresentaram cavidades secretoras. A densidade estomática média estimada das espécies indicou proximidade aos valores encontrados em plantas esclerófilas (100-500/mm²). Esta pesquisa evidenciou a importância das respostas fisiológicas das espécies arbóreas quanto ao consumo de água, contribuindo para a definição de estratégias de manejo de ambientes naturais e norteando informações para reflorestamentos com espécies exóticas e nativas do Cerrado goiano. |
id |
UFG-27_77635a84c46c21de1b3e5f48cbdf9c68 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.ufg.br:article/5633 |
network_acronym_str |
UFG-27 |
network_name_str |
Revista de Biologia Neotropical (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticasEcofisiologia vegetalCerradoplantas exóticasplantas nativas.Utilizou-se transpirômetro de equilíbrio para plantio de cinco espécies arbóreas avaliando seu comportamento fisiológico quanto a: transpiração total, transpiração e condutância estomática foliar, crescimento, partição de fitomassa, fluorescência da clorofila a e anatomia de folhas. As espécies avaliadas foram: Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson (ipê amarelo), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (jatobá), Myroxylon balsamum (L.) Harms (bálsamo), Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Eucalyptus citriodora Hook. (eucaliptos). O equipamento consiste em sistema hidráulico composto de três elementos: a) reservatório de água; b) bóia para controlar o nível de água nos vasos de plantio; c) vasos. O solo foi analisado pelo LASF/UFG-AGRO e recebeu a adição de 50 g de calcário dolomítico e 88 g de NPK (4-14-8) por vaso. Configurou-se o experimento em parcelas subdivididas no tempo, com significância de 5% e análise estatística por SAS/STAT. Os eucaliptos apresentaram transpiração semelhante; ipê, jatobá e bálsamo não apresentaram diferença significativa entre si. As medidas porométricas sugeriram que as espécies obedecem a rigoroso controle estomático, com fechamento dos estômatos em função da alta demanda evaporativa do ar, alterando as taxas transpiratórias e a condutância estomática ao longo do dia. As avaliações biofísicas evidenciaram que o crescimento em altura, diâmetro e área foliar de E. camaldulensis foi superior ao das outras espécies. Para partição de fitomassa, E. camaldulensis apresentou significativa diferença em matéria seca de caule, folhas e raiz. A eficiência fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm) foi estatisticamente semelhante para os eucaliptos, o ipê e o bálsamo, havendo diferença significativa entre a razão Fv/Fm de E. camaldulensis e a do jatobá, sugerindo que o último apresentou maior suscetibilidade do fotossistema II neste experimento devido à alta luminosidade. O estudo anatômico foliar evidenciou que os eucaliptos têm folhas anfiestomáticas com estômatos anomocíticos; o ipê e o bálsamo, folhas hipostomáticas com estômatos anomocíticos; e o jatobá, folhas hipostomáticas com estômatos paracíticos. Sugere-se que a anatomia foliar influenciou a taxa transpiratória resultando em diferenças no crescimento e partição de fitomassa. Ipê, jatobá e bálsamo apresentaram mais camadas de parênquima lacunoso que os eucaliptos, característica adaptativa que permite a essas espécies colonizar locais de menor luminosidade. Todas as espécies estudadas apresentaram cavidades secretoras. A densidade estomática média estimada das espécies indicou proximidade aos valores encontrados em plantas esclerófilas (100-500/mm²). Esta pesquisa evidenciou a importância das respostas fisiológicas das espécies arbóreas quanto ao consumo de água, contribuindo para a definição de estratégias de manejo de ambientes naturais e norteando informações para reflorestamentos com espécies exóticas e nativas do Cerrado goiano.Universidade Federal de Goiás2009-02-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; Vol. 5 No. 1 (2008); 77-78Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; Vol. 5 Núm. 1 (2008); 77-78Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; v. 5 n. 1 (2008); 77-782178-05791807-9652reponame:Revista de Biologia Neotropical (Online)instname:Universidade Federal de Goiás (UFG)instacron:UFGporhttps://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633/4482Copyright (c) 2008 Revista de Biologia Neotropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessde Souza, Cynthia Domingues2019-08-21T15:18:56Zoai:ojs.revistas.ufg.br:article/5633Revistahttps://revistas.ufg.br/RBN/PUBhttps://revistas.ufg.br/RBN/oairev.bio.neotrop@gmail.com2178-05791807-9652opendoar:2019-08-21T15:18:56Revista de Biologia Neotropical (Online) - Universidade Federal de Goiás (UFG)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
title |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
spellingShingle |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas de Souza, Cynthia Domingues Ecofisiologia vegetal Cerrado plantas exóticas plantas nativas. |
title_short |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
title_full |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
title_fullStr |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
title_full_unstemmed |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
title_sort |
Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas |
author |
de Souza, Cynthia Domingues |
author_facet |
de Souza, Cynthia Domingues |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
de Souza, Cynthia Domingues |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ecofisiologia vegetal Cerrado plantas exóticas plantas nativas. |
topic |
Ecofisiologia vegetal Cerrado plantas exóticas plantas nativas. |
description |
Utilizou-se transpirômetro de equilíbrio para plantio de cinco espécies arbóreas avaliando seu comportamento fisiológico quanto a: transpiração total, transpiração e condutância estomática foliar, crescimento, partição de fitomassa, fluorescência da clorofila a e anatomia de folhas. As espécies avaliadas foram: Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson (ipê amarelo), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (jatobá), Myroxylon balsamum (L.) Harms (bálsamo), Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Eucalyptus citriodora Hook. (eucaliptos). O equipamento consiste em sistema hidráulico composto de três elementos: a) reservatório de água; b) bóia para controlar o nível de água nos vasos de plantio; c) vasos. O solo foi analisado pelo LASF/UFG-AGRO e recebeu a adição de 50 g de calcário dolomítico e 88 g de NPK (4-14-8) por vaso. Configurou-se o experimento em parcelas subdivididas no tempo, com significância de 5% e análise estatística por SAS/STAT. Os eucaliptos apresentaram transpiração semelhante; ipê, jatobá e bálsamo não apresentaram diferença significativa entre si. As medidas porométricas sugeriram que as espécies obedecem a rigoroso controle estomático, com fechamento dos estômatos em função da alta demanda evaporativa do ar, alterando as taxas transpiratórias e a condutância estomática ao longo do dia. As avaliações biofísicas evidenciaram que o crescimento em altura, diâmetro e área foliar de E. camaldulensis foi superior ao das outras espécies. Para partição de fitomassa, E. camaldulensis apresentou significativa diferença em matéria seca de caule, folhas e raiz. A eficiência fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm) foi estatisticamente semelhante para os eucaliptos, o ipê e o bálsamo, havendo diferença significativa entre a razão Fv/Fm de E. camaldulensis e a do jatobá, sugerindo que o último apresentou maior suscetibilidade do fotossistema II neste experimento devido à alta luminosidade. O estudo anatômico foliar evidenciou que os eucaliptos têm folhas anfiestomáticas com estômatos anomocíticos; o ipê e o bálsamo, folhas hipostomáticas com estômatos anomocíticos; e o jatobá, folhas hipostomáticas com estômatos paracíticos. Sugere-se que a anatomia foliar influenciou a taxa transpiratória resultando em diferenças no crescimento e partição de fitomassa. Ipê, jatobá e bálsamo apresentaram mais camadas de parênquima lacunoso que os eucaliptos, característica adaptativa que permite a essas espécies colonizar locais de menor luminosidade. Todas as espécies estudadas apresentaram cavidades secretoras. A densidade estomática média estimada das espécies indicou proximidade aos valores encontrados em plantas esclerófilas (100-500/mm²). Esta pesquisa evidenciou a importância das respostas fisiológicas das espécies arbóreas quanto ao consumo de água, contribuindo para a definição de estratégias de manejo de ambientes naturais e norteando informações para reflorestamentos com espécies exóticas e nativas do Cerrado goiano. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-02-27 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633 |
url |
https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5633/4482 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2008 Revista de Biologia Neotropical info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2008 Revista de Biologia Neotropical |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Goiás |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Goiás |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; Vol. 5 No. 1 (2008); 77-78 Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; Vol. 5 Núm. 1 (2008); 77-78 Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology; v. 5 n. 1 (2008); 77-78 2178-0579 1807-9652 reponame:Revista de Biologia Neotropical (Online) instname:Universidade Federal de Goiás (UFG) instacron:UFG |
instname_str |
Universidade Federal de Goiás (UFG) |
instacron_str |
UFG |
institution |
UFG |
reponame_str |
Revista de Biologia Neotropical (Online) |
collection |
Revista de Biologia Neotropical (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Biologia Neotropical (Online) - Universidade Federal de Goiás (UFG) |
repository.mail.fl_str_mv |
rev.bio.neotrop@gmail.com |
_version_ |
1839894207719800832 |