Howards end: o espaÃo nas narrativas literÃria e fÃlmica
| Autor(a) principal: | |
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| Data de Publicação: | 2012 |
| Tipo de documento: | Dissertação |
| Idioma: | por |
| Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
| Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7627 |
Resumo: | A presente dissertaÃÃo examina a construÃÃo do espaÃo em duas narrativas: o romance Howards End (1910), de E. M. Forster, e o filme Retorno a Howards End (1992), dirigido por James Ivory. Nossa hipÃtese à de que a narrativa fÃlmica serve-se de elementos espaciais para tecer comentÃrios sobre o gÃnero ao qual pertence: os filmes de heranÃa; e, assim, reformula a discussÃo inicial a que essas narrativas estavam atreladas. Desse modo, a funÃÃo do espaÃo no filme difere daquela empregada no romance. Trata-se, portanto, de uma estratÃgia tradutÃria que coloca o texto de Ivory em diÃlogo com a sua Ãpoca, apesar de buscar recriar o perÃodo eduardiano na tela. Para demonstrar a nossa interpretaÃÃo, examinamos primeiramente o espaÃo no romance de Forster. ConcluÃmos que, nesse texto, a construÃÃo do espaÃo apresenta as seguintes funÃÃes: discutir simbolicamente a complexidade dos gÃneros masculino e feminino, o modo arbitrÃrio com que a questÃo era percebida no inÃcio do sÃculo XX, e a representaÃÃo da casa como local de refÃgio contra o sentimento de fragmentaÃÃo na sociedade; os espaÃos externos funcionam como cenÃrio no qual refletem-se as profundas transformaÃÃes trazidas pela modernidade no inÃcio do sÃculo passado. No filme, por outro lado, o espaÃo faz uso da estÃtica da exposiÃÃo, uma caracterÃstica tÃpica dos filmes de heranÃa, para redimensionar a discussÃo sobre a identidade inglesa. Se, em seu inÃcio, o discurso do gÃnero em questÃo procurava resgatar o ideÃrio imperialista britÃnico, o filme de Ivory desconstrÃi tal noÃÃo e aponta para a impossibilidade deste retorno. Nosso trabalho ampara-se em conceitos oriundos dos Estudos Descritivos de traduÃÃo, partindo da teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1990), o conceito de reescritura de Lefevere (2007), e em estudos que enfocam a narrativa cinematogrÃfica, como Vanoye & Goliot-LÃtà (1994), Aumont (1995), Silva (2007) e Gaudreault & Jost (2009). |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisHowards end: o espaÃo nas narrativas literÃria e fÃlmicaHowards end: the space in the literary and in the filmic narratives2012-02-09Carlos Augusto Viana da Silva47838582334http://lattes.cnpq.br/3316600178531895 IrenÃsia Torres de Oliveira26767155349Vera LÃcia Santiago AraÃjo1430895934961323764372http://lattes.cnpq.br/1647081501916764 Josà Ailson Lemos de SouzaUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LetrasUFCBRCinema Literatura Reescritura TraduÃÃoCinema Literature Rewriting TranslationLITERATURA COMPARADAA presente dissertaÃÃo examina a construÃÃo do espaÃo em duas narrativas: o romance Howards End (1910), de E. M. Forster, e o filme Retorno a Howards End (1992), dirigido por James Ivory. Nossa hipÃtese à de que a narrativa fÃlmica serve-se de elementos espaciais para tecer comentÃrios sobre o gÃnero ao qual pertence: os filmes de heranÃa; e, assim, reformula a discussÃo inicial a que essas narrativas estavam atreladas. Desse modo, a funÃÃo do espaÃo no filme difere daquela empregada no romance. Trata-se, portanto, de uma estratÃgia tradutÃria que coloca o texto de Ivory em diÃlogo com a sua Ãpoca, apesar de buscar recriar o perÃodo eduardiano na tela. Para demonstrar a nossa interpretaÃÃo, examinamos primeiramente o espaÃo no romance de Forster. ConcluÃmos que, nesse texto, a construÃÃo do espaÃo apresenta as seguintes funÃÃes: discutir simbolicamente a complexidade dos gÃneros masculino e feminino, o modo arbitrÃrio com que a questÃo era percebida no inÃcio do sÃculo XX, e a representaÃÃo da casa como local de refÃgio contra o sentimento de fragmentaÃÃo na sociedade; os espaÃos externos funcionam como cenÃrio no qual refletem-se as profundas transformaÃÃes trazidas pela modernidade no inÃcio do sÃculo passado. No filme, por outro lado, o espaÃo faz uso da estÃtica da exposiÃÃo, uma caracterÃstica tÃpica dos filmes de heranÃa, para redimensionar a discussÃo sobre a identidade inglesa. Se, em seu inÃcio, o discurso do gÃnero em questÃo procurava resgatar o ideÃrio imperialista britÃnico, o filme de Ivory desconstrÃi tal noÃÃo e aponta para a impossibilidade deste retorno. Nosso trabalho ampara-se em conceitos oriundos dos Estudos Descritivos de traduÃÃo, partindo da teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1990), o conceito de reescritura de Lefevere (2007), e em estudos que enfocam a narrativa cinematogrÃfica, como Vanoye & Goliot-LÃtà (1994), Aumont (1995), Silva (2007) e Gaudreault & Jost (2009).This dissertation examines the construction of space in two narratives: the novel Howards End (1910), by E. M. Forster, and the homonymous film (1992), directed by James Ivory. Our hypothesis is that the film makes use of spatial elements to comment on the film genre itself: the heritage films; and so, it reformulates the initial discourse with which such narratives were related to. Thereby, the function of space in the film is different from that function used in the novel. It is, therefore, a translation strategy which places Ivoryâs text in a dialectical relation with its own time, although it tries to recreate Edwardian period on screen. In order to demonstrate our interpretation, we firstly examined the space in the novel. We concluded that, in this text, the space has the following functions: to symbolically discuss the complexity of male and female genres, showing the arbitrary way by which this question was seen at the beginning of the 20th century, and the representation of the house as a place of refuge from the feeling of fragmentation in society; exterior places function as sceneries in which the deep changes brought by modernity are reflected. In the film, however, space is used to construct the aesthetics of display, a typical characteristic of heritage films, to modify the notions on English identity commonly related to these narratives. If, at the beginning, heritage films discourse attempted to redeem British imperialistic position, Ivoryâs film deconstructs such attempt and indicates its impossibility. Our work is based on concepts from Descriptive Translation Studies, from polysystem theory by Even-Zohar (1990), Lefevereâs concept of rewriting, and on studies that deal with film narratives such as Vanoye & Goliot-LÃtà (1994), Aumont (1995), Silva (2007) and Gaudreault & Jost (2009).FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgicohttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7627application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:20:47Zmail@mail.com - |
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This dissertation examines the construction of space in two narratives: the novel Howards End (1910), by E. M. Forster, and the homonymous film (1992), directed by James Ivory. Our hypothesis is that the film makes use of spatial elements to comment on the film genre itself: the heritage films; and so, it reformulates the initial discourse with which such narratives were related to. Thereby, the function of space in the film is different from that function used in the novel. It is, therefore, a translation strategy which places Ivoryâs text in a dialectical relation with its own time, although it tries to recreate Edwardian period on screen. In order to demonstrate our interpretation, we firstly examined the space in the novel. We concluded that, in this text, the space has the following functions: to symbolically discuss the complexity of male and female genres, showing the arbitrary way by which this question was seen at the beginning of the 20th century, and the representation of the house as a place of refuge from the feeling of fragmentation in society; exterior places function as sceneries in which the deep changes brought by modernity are reflected. In the film, however, space is used to construct the aesthetics of display, a typical characteristic of heritage films, to modify the notions on English identity commonly related to these narratives. If, at the beginning, heritage films discourse attempted to redeem British imperialistic position, Ivoryâs film deconstructs such attempt and indicates its impossibility. Our work is based on concepts from Descriptive Translation Studies, from polysystem theory by Even-Zohar (1990), Lefevereâs concept of rewriting, and on studies that deal with film narratives such as Vanoye & Goliot-LÃtà (1994), Aumont (1995), Silva (2007) and Gaudreault & Jost (2009). |
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