Sartre e Camus: política, engajamento e vida intelectual numa amizade rompida

Bibliographic Details
Main Author: Fernandes, Luciana Lima
Publication Date: 2012
Format: Conference object
Language: por
Source: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
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Summary: Durante a ocupação alemã na França até a sua Libertação, no final da Segunda Guerra Mundial, muitos intelectuais franceses interviram diretamente no processo político que expulsou os alemães do país e levantaram questões a respeito de como a França deveria se portar diante do pós-guerra. Nomes como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Simone de Beauvoir, Maurice Merleau-Ponty, Francis Jeanson e Raymond Aron debatiam, entre outros assuntos, o papel do intelectual frente ao conflito e posteriormente, durante a Guerra Fria. Desde a Grécia Antiga, o intelectual exerce, dentre outras funções, as de ator político e formador de opinião. É sabido que a expressão e o conceito de intelectual não surgiram nesse período, mas remete ao final do século XIX, em 1898, com o conhecido caso Dreyfus. Esse oficial judeu condenado por alta traição fora defendido por Émile Zola, num famoso artigo de L’Aurore, intitulado “J’accuse”, e por outros escritores, cientistas, professores, estudantes, advogados etc. Maurice Barrès, um antidreyfusista, designou todos eles de “intelectuais” e foi assim que o termo surgiu. Inicialmente foi definido dessa forma, como aquele que não exerce atividades manuais e que possui algum prestígio perante os demais (WOLFF, 1996, p. 47-48). Na Grécia Antiga, apesar de não existir o termo da mesma forma que foi usada no século XX e que perdura até os dias atuais, surgiu o primeiro “intelectual”, que foi também o primeiro filósofo. Segundo Francis Wolff, Sócrates pode ser considerado assim “por ser o primeiro pensador perseguido não por suas idéias [...], mas simplesmente por exercer sua função intelectual, a do pensamento” (WOLFF, 1996, p. 49). A partir de então o intelectual se tornou uma figura presente ao longo da história, pois era aquele que falava em vez de trabalhar, derrubava valores já sedimentados e, tentando defender valores universais, intervinha em assuntos que teoricamente não deveria se intrometer (WOLFF, 1996, p. 50).[...]
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