Os efeitos da dança do ventre e do pilates solo em aspectos físicos e psicológicos de mulheres com câncer de mama em uso de hormonioterapia: um ensaio clínico randomizado

Bibliographic Details
Main Author: Boing, Leonessa
Publication Date: 2021
Format: Doctoral thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da Udesc
dARK ID: ark:/33523/001300000h54n
Download full: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21660
Summary: Introdução: O câncer de mama é um problema de saúde pública em nível mundial, e seus tratamentos podem ter consequências em aspectos psicológicos e físicos para as mulheres. A fim de minimizar estas consequências, o exercício físico tem sido visto como uma alternativa eficaz. O método Pilates solo e a dança do ventre, nesse sentido, podem ser práticas importantes para estas mulheres, porém ainda não se reconhece todos os efeitos em mulheres em uso de hormonioterapia para o câncer de mama. Objetivo: Analisar os efeitos do método Pilates solo e da dança do ventre em aspectos psicológicos e físicos de mulheres em tratamento adjuvante com hormonioterapia para o câncer de mama no Centro de Pesquisas Oncológicas - CEPON. Métodos: Este ensaio clínico randomizado controlado foi composto por 74 mulheres em uso de hormonioterapia, as quais foram randomizadas em três grupos: grupo método Pilates solo (n = 25), grupo dança do ventre (n = 25) e grupo controle (n = 24). Os grupos método Pilates solo e dança do ventre receberam as intervenções no CEPON durante 16 semanas, três vezes por semana, com 60 minutos a sessão no período matutino. O grupo controle recebeu três palestras educativas, três ligações telefônicas para acompanhamento durante as 16 semanas, e foi convidado a manter as atividades de rotina durante este período. Todos os três grupos foram avaliados em quatro momentos, no baseline, no pós-intervenção e no follow-up de seis e 12 meses. Os aspectos psicológicos foram avaliados por meio de questionário em formato de entrevista individual, sendo estes, sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck), otimismo (Teste de Orientação da Vida), estresse (Escala de Estresse Percebido), fadiga (Functional Assessment of Cancer Therapy-Fatigue), qualidade do sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh), dor (Escala Visual Analógica), imagem corporal (Body Image After Breast Cancer), função sexual (Female Sexual Function Index), e autoestima (Escala de Autoestima de Rosenberg). Os aspectos físicos foram avaliados por uma bateria de testes contendo mensurações de força isométrica de membro superior (dinamômetro portátil), amplitude de movimento (goniômetro digital), simetria da amplitude de movimento e da força isométrica (fórmulas específicas), funcionalidade de membro superior (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand), linfedema (volume do braço), propriocepção (cinesiômetro), aptidão cardiorrespiratória (teste cardiopulmonar), capacidade funcional (teste de seis minutos), circunferência da cintura abdominal (perimetria), e percentual de gordura (ultrassom BodyMetrix). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e sociodemográficas (formulário construído pelo pesquisador baseado na literatura), as variáveis antropométricas (massa corporal e estatura para cálculo do índice de massa corporal - Kg/m²;) e atividade física (Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta). As coletas foram realizadas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes: Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way ou Kruskal-Wallis, Teste t para amostras independentes ou U de Mann Whitney, Regressão logística binária, ANOVA two-way com medidas repetidas e teste de comparação diferença mínima significativa (DMS), e Generalized Estimating Equation (GEE) com teste post hoc DMS. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: As participantes deste ensaio clínico não apresentaram diferenças significativas entre os grupos randomizados no período baseline, garantindo a homogeneidade da amostra. Elas tiveram média de idade de 55±10 anos, em sua maioria estudaram até o ensino médio (44%), estavam aposentadas, desempregadas ou na perícia (58%), eram de classe baixa (71%), encontravamse com companheiro (54%), acima do peso (62%), foram submetidas à cirurgia conservadora das mamas (62%), com linfonodectomia (58%), em sua maioria estavam em uso de inibidores de aromatase como hormonioterapia (58%), e haviam sido submetidas a quimioterapia e radioterapia previamente (48%). Durante o período do estudo, 22 mulheres não completaram a coleta pós-intervenção, sendo assim, 52 mulheres finalizaram o pós-intervenção, contemplando 18 no grupo método Pilates solo, 18 no grupo dança do ventre e 16 no grupo controle. Os resultados apresentados no primeiro artigo desta tese mostram que após as 16 semanas as mulheres demonstraram uma melhora na fadiga para todos os três grupos do estudo (p = 0,027), e esta melhora foi mantida no período follow-up. Para os grupos Pilates solo e dança do ventre, uma sutil diminuição dos sintomas depressivos e estresse também foram observadas, apesar de não significativas. Em relação à magnitude de mudança percebida, 92% das mulheres dos grupos de exercício físico (Pilates solo e dança do ventre) relataram uma melhora muito significativa na percepção de saúde, após as 16 semanas de intervenção. No segundo artigo, foi observado um efeito para o grupo dança do ventre na melhora da imagem corporal na escala de limitações no pós-intervenção (p = 0,004), e mantida no follow-up de 12 meses, e uma diminuição do desconforto durante a relação sexual no pós-intervenção (p = 0,001), e este efeito também foi mantido no follow-up. Para o grupo Pilates solo, a melhora nas limitações da imagem corporal foi dentificada apenas entre o baseline e o follow-up de 12 meses (p = 0,014), e para o grupo controle houve uma piora nesta mesma escala neste período (p = 0,045). O grupo Pilates solo apresentou melhores escores em todos os tempos do estudo, na escala de preocupações com o braço da imagem corporal, quando comparado ao grupo dança do ventre (p = 0,004). E os três grupos do estudo apresentaram uma melhora na autoestima entre o baseline e o follow-up de 12 meses (p = 0,050), e uma piora no orgasmo entre o baseline e o pós-intervenção (p =0,021), e entre o baseline e o follow-up de seis meses (p < 0,001). No terceiro artigo, para o grupo dança do ventre observou-se no pós-intervenção uma melhora na funcionalidade de membro superior (p = 0,001), diminuição do linfedema (p = 0,017), aumento da força isométrica no movimento de flexão (p = 0,006), extensão (p = 0,001), abdução (p = 0,002) e rotação interna (p = 0,002), e melhora da simetria da amplitude de movimento da abdução (p = 0,041) e na simetria de força de rotação interna (p = 0,009). Para o grupo Pilates solo no pós-intervenção notou-se um aumento da amplitude de movimento de flexão (p = 0,026), da força isométrica no movimento de flexão (p = 0,023), extensão (p = 0,001), e na rotação externa (p = 0,036), e melhora da simetria na força de extensão (p = 0,034), e abdução (p = 0,044). Nenhuma mudança significativa foi percebida para o grupo controle no pósintervenção nas variáveis avaliadas neste artigo. No follow-up foi percebido um declínio significativo para ambos os grupos que receberam a intervenção com exercício físico, com aumento do linfedema (p = 0,032), diminuição da amplitude de movimento na flexão (p =0,044) e na rotação (p = 0,025), diminuição da força nos movimentos de abdução (p = 0,012) e rotação interna (p = 0,004). Por fim, no quarto artigo desta tese, pode-se perceber uma diferença significativa entre as duas intervenções com exercício físico, com maior frequência cardíaca após o aquecimento para o grupo que recebeu as aulas de dança do ventre. Foi observado após a intervenção um aumento da distância percorrida no teste de seis minutos para os três grupos (p = 0,016) e uma diminuição da frequência ao final do teste (p = 0,043), com destaque para a dança do ventre. Também para os três grupos foi percebida uma diminuição na circunferência da cintura abdominal após as 16 semanas de intervenção (p < 0,001), com destaque para o grupo Pilates solo. Apenas para o grupo dança do ventre, pode-se notar uma menor percepção de esforço no estágio de 35 Watts no teste cardiopulmonar no ciclo ergômetro (p = 0,006) no pós-intervenção. No follow-up de seis meses os grupos Pilates solo e dança do ventre apresentaram um aumento na potência final do teste (p < 0,001) e diminuição do percentual de gordura (p = 0,002). Nos 12 meses notou-se uma diminuição no V̇ O2pico apenas para o grupo dança do ventre (p = 0,025), e para os grupos, Pilates solo e dança do ventre, um aumento da distância no teste de seis minutos (p = 0,004), e diminuição do percentual de gordura (p<0,001) foi apresentado neste período. Conclusão: Com base nos desfechos encontrados neste ensaio clínico randomizado, pode-se afirmar que o método Pilates solo e a dança do ventre foram efetivos na melhora de alguns aspectos psicológicos e físicos de mulheres com câncer de mama em uso de hormonioterapia. A dança do ventre foi efetiva na melhora das limitações da imagem corporal, do desconforto durante a relação sexual, na força isométrica, simetria dos membros superiores, linfedema, funcionalidade de membro superior, capacidade funcional e circunferência da cintura abdominal, e o método Pilates foi efetivo na melhora das preocupações com o braço na imagem corporal, aumento da força isométrica, amplitude de movimento, simetria, capacidade funcional e circunferência abdominal. Dessa forma, considera-se que esta tese contribui com evidências inovadoras acerca dos efeitos do exercício físico, por meio do método Pilates solo e da dança do ventre, nos aspectos psicológicos e físicos de mulheres em curso de hormonioterapia para o câncer de mama. Recomenda-se que o exercício físico seja incluído na reabilitação oncológica em todos os seus contextos.
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Métodos: Este ensaio clínico randomizado controlado foi composto por 74 mulheres em uso de hormonioterapia, as quais foram randomizadas em três grupos: grupo método Pilates solo (n = 25), grupo dança do ventre (n = 25) e grupo controle (n = 24). Os grupos método Pilates solo e dança do ventre receberam as intervenções no CEPON durante 16 semanas, três vezes por semana, com 60 minutos a sessão no período matutino. O grupo controle recebeu três palestras educativas, três ligações telefônicas para acompanhamento durante as 16 semanas, e foi convidado a manter as atividades de rotina durante este período. Todos os três grupos foram avaliados em quatro momentos, no baseline, no pós-intervenção e no follow-up de seis e 12 meses. Os aspectos psicológicos foram avaliados por meio de questionário em formato de entrevista individual, sendo estes, sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck), otimismo (Teste de Orientação da Vida), estresse (Escala de Estresse Percebido), fadiga (Functional Assessment of Cancer Therapy-Fatigue), qualidade do sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh), dor (Escala Visual Analógica), imagem corporal (Body Image After Breast Cancer), função sexual (Female Sexual Function Index), e autoestima (Escala de Autoestima de Rosenberg). Os aspectos físicos foram avaliados por uma bateria de testes contendo mensurações de força isométrica de membro superior (dinamômetro portátil), amplitude de movimento (goniômetro digital), simetria da amplitude de movimento e da força isométrica (fórmulas específicas), funcionalidade de membro superior (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand), linfedema (volume do braço), propriocepção (cinesiômetro), aptidão cardiorrespiratória (teste cardiopulmonar), capacidade funcional (teste de seis minutos), circunferência da cintura abdominal (perimetria), e percentual de gordura (ultrassom BodyMetrix). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e sociodemográficas (formulário construído pelo pesquisador baseado na literatura), as variáveis antropométricas (massa corporal e estatura para cálculo do índice de massa corporal - Kg/m²;) e atividade física (Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta). As coletas foram realizadas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes: Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way ou Kruskal-Wallis, Teste t para amostras independentes ou U de Mann Whitney, Regressão logística binária, ANOVA two-way com medidas repetidas e teste de comparação diferença mínima significativa (DMS), e Generalized Estimating Equation (GEE) com teste post hoc DMS. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: As participantes deste ensaio clínico não apresentaram diferenças significativas entre os grupos randomizados no período baseline, garantindo a homogeneidade da amostra. Elas tiveram média de idade de 55±10 anos, em sua maioria estudaram até o ensino médio (44%), estavam aposentadas, desempregadas ou na perícia (58%), eram de classe baixa (71%), encontravamse com companheiro (54%), acima do peso (62%), foram submetidas à cirurgia conservadora das mamas (62%), com linfonodectomia (58%), em sua maioria estavam em uso de inibidores de aromatase como hormonioterapia (58%), e haviam sido submetidas a quimioterapia e radioterapia previamente (48%). Durante o período do estudo, 22 mulheres não completaram a coleta pós-intervenção, sendo assim, 52 mulheres finalizaram o pós-intervenção, contemplando 18 no grupo método Pilates solo, 18 no grupo dança do ventre e 16 no grupo controle. Os resultados apresentados no primeiro artigo desta tese mostram que após as 16 semanas as mulheres demonstraram uma melhora na fadiga para todos os três grupos do estudo (p = 0,027), e esta melhora foi mantida no período follow-up. Para os grupos Pilates solo e dança do ventre, uma sutil diminuição dos sintomas depressivos e estresse também foram observadas, apesar de não significativas. Em relação à magnitude de mudança percebida, 92% das mulheres dos grupos de exercício físico (Pilates solo e dança do ventre) relataram uma melhora muito significativa na percepção de saúde, após as 16 semanas de intervenção. No segundo artigo, foi observado um efeito para o grupo dança do ventre na melhora da imagem corporal na escala de limitações no pós-intervenção (p = 0,004), e mantida no follow-up de 12 meses, e uma diminuição do desconforto durante a relação sexual no pós-intervenção (p = 0,001), e este efeito também foi mantido no follow-up. Para o grupo Pilates solo, a melhora nas limitações da imagem corporal foi dentificada apenas entre o baseline e o follow-up de 12 meses (p = 0,014), e para o grupo controle houve uma piora nesta mesma escala neste período (p = 0,045). 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A dança do ventre foi efetiva na melhora das limitações da imagem corporal, do desconforto durante a relação sexual, na força isométrica, simetria dos membros superiores, linfedema, funcionalidade de membro superior, capacidade funcional e circunferência da cintura abdominal, e o método Pilates foi efetivo na melhora das preocupações com o braço na imagem corporal, aumento da força isométrica, amplitude de movimento, simetria, capacidade funcional e circunferência abdominal. Dessa forma, considera-se que esta tese contribui com evidências inovadoras acerca dos efeitos do exercício físico, por meio do método Pilates solo e da dança do ventre, nos aspectos psicológicos e físicos de mulheres em curso de hormonioterapia para o câncer de mama. 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Ex: 18 fev. 2025.https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21660ark:/33523/001300000h54nAttribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Udescinstname:Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)instacron:UDESC2025-06-25T06:01:48Zoai:repositorio.udesc.br:UDESC/21660Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://pergamumweb.udesc.br/biblioteca/index.phpPRIhttps://repositorio-api.udesc.br/server/oai/requestri@udesc.bropendoar:63912025-06-25T06:01:48Repositório Institucional da Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)false
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Os aspectos físicos foram avaliados por uma bateria de testes contendo mensurações de força isométrica de membro superior (dinamômetro portátil), amplitude de movimento (goniômetro digital), simetria da amplitude de movimento e da força isométrica (fórmulas específicas), funcionalidade de membro superior (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand), linfedema (volume do braço), propriocepção (cinesiômetro), aptidão cardiorrespiratória (teste cardiopulmonar), capacidade funcional (teste de seis minutos), circunferência da cintura abdominal (perimetria), e percentual de gordura (ultrassom BodyMetrix). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e sociodemográficas (formulário construído pelo pesquisador baseado na literatura), as variáveis antropométricas (massa corporal e estatura para cálculo do índice de massa corporal - Kg/m²;) e atividade física (Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta). As coletas foram realizadas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes: Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way ou Kruskal-Wallis, Teste t para amostras independentes ou U de Mann Whitney, Regressão logística binária, ANOVA two-way com medidas repetidas e teste de comparação diferença mínima significativa (DMS), e Generalized Estimating Equation (GEE) com teste post hoc DMS. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: As participantes deste ensaio clínico não apresentaram diferenças significativas entre os grupos randomizados no período baseline, garantindo a homogeneidade da amostra. Elas tiveram média de idade de 55±10 anos, em sua maioria estudaram até o ensino médio (44%), estavam aposentadas, desempregadas ou na perícia (58%), eram de classe baixa (71%), encontravamse com companheiro (54%), acima do peso (62%), foram submetidas à cirurgia conservadora das mamas (62%), com linfonodectomia (58%), em sua maioria estavam em uso de inibidores de aromatase como hormonioterapia (58%), e haviam sido submetidas a quimioterapia e radioterapia previamente (48%). Durante o período do estudo, 22 mulheres não completaram a coleta pós-intervenção, sendo assim, 52 mulheres finalizaram o pós-intervenção, contemplando 18 no grupo método Pilates solo, 18 no grupo dança do ventre e 16 no grupo controle. Os resultados apresentados no primeiro artigo desta tese mostram que após as 16 semanas as mulheres demonstraram uma melhora na fadiga para todos os três grupos do estudo (p = 0,027), e esta melhora foi mantida no período follow-up. 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O grupo Pilates solo apresentou melhores escores em todos os tempos do estudo, na escala de preocupações com o braço da imagem corporal, quando comparado ao grupo dança do ventre (p = 0,004). E os três grupos do estudo apresentaram uma melhora na autoestima entre o baseline e o follow-up de 12 meses (p = 0,050), e uma piora no orgasmo entre o baseline e o pós-intervenção (p =0,021), e entre o baseline e o follow-up de seis meses (p < 0,001). No terceiro artigo, para o grupo dança do ventre observou-se no pós-intervenção uma melhora na funcionalidade de membro superior (p = 0,001), diminuição do linfedema (p = 0,017), aumento da força isométrica no movimento de flexão (p = 0,006), extensão (p = 0,001), abdução (p = 0,002) e rotação interna (p = 0,002), e melhora da simetria da amplitude de movimento da abdução (p = 0,041) e na simetria de força de rotação interna (p = 0,009). Para o grupo Pilates solo no pós-intervenção notou-se um aumento da amplitude de movimento de flexão (p = 0,026), da força isométrica no movimento de flexão (p = 0,023), extensão (p = 0,001), e na rotação externa (p = 0,036), e melhora da simetria na força de extensão (p = 0,034), e abdução (p = 0,044). Nenhuma mudança significativa foi percebida para o grupo controle no pósintervenção nas variáveis avaliadas neste artigo. No follow-up foi percebido um declínio significativo para ambos os grupos que receberam a intervenção com exercício físico, com aumento do linfedema (p = 0,032), diminuição da amplitude de movimento na flexão (p =0,044) e na rotação (p = 0,025), diminuição da força nos movimentos de abdução (p = 0,012) e rotação interna (p = 0,004). Por fim, no quarto artigo desta tese, pode-se perceber uma diferença significativa entre as duas intervenções com exercício físico, com maior frequência cardíaca após o aquecimento para o grupo que recebeu as aulas de dança do ventre. Foi observado após a intervenção um aumento da distância percorrida no teste de seis minutos para os três grupos (p = 0,016) e uma diminuição da frequência ao final do teste (p = 0,043), com destaque para a dança do ventre. Também para os três grupos foi percebida uma diminuição na circunferência da cintura abdominal após as 16 semanas de intervenção (p < 0,001), com destaque para o grupo Pilates solo. Apenas para o grupo dança do ventre, pode-se notar uma menor percepção de esforço no estágio de 35 Watts no teste cardiopulmonar no ciclo ergômetro (p = 0,006) no pós-intervenção. No follow-up de seis meses os grupos Pilates solo e dança do ventre apresentaram um aumento na potência final do teste (p < 0,001) e diminuição do percentual de gordura (p = 0,002). Nos 12 meses notou-se uma diminuição no V̇ O2pico apenas para o grupo dança do ventre (p = 0,025), e para os grupos, Pilates solo e dança do ventre, um aumento da distância no teste de seis minutos (p = 0,004), e diminuição do percentual de gordura (p<0,001) foi apresentado neste período. Conclusão: Com base nos desfechos encontrados neste ensaio clínico randomizado, pode-se afirmar que o método Pilates solo e a dança do ventre foram efetivos na melhora de alguns aspectos psicológicos e físicos de mulheres com câncer de mama em uso de hormonioterapia. A dança do ventre foi efetiva na melhora das limitações da imagem corporal, do desconforto durante a relação sexual, na força isométrica, simetria dos membros superiores, linfedema, funcionalidade de membro superior, capacidade funcional e circunferência da cintura abdominal, e o método Pilates foi efetivo na melhora das preocupações com o braço na imagem corporal, aumento da força isométrica, amplitude de movimento, simetria, capacidade funcional e circunferência abdominal. Dessa forma, considera-se que esta tese contribui com evidências inovadoras acerca dos efeitos do exercício físico, por meio do método Pilates solo e da dança do ventre, nos aspectos psicológicos e físicos de mulheres em curso de hormonioterapia para o câncer de mama. Recomenda-se que o exercício físico seja incluído na reabilitação oncológica em todos os seus contextos.
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