CONFRONTOS ÉPICOS: Tensões entre Canções de Maralto e a Recepção de Bertolt Brecht no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correia, Nicolas Matheus Lopes Queiroz dos Santos
Data de Publicação: 2025
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Udesc
dARK ID: ark:/33523/001300000st2z
Texto Completo: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/22813
Resumo: Esta dissertação propõe uma análise crítica da peça Canções de Maralto (2023), encenada pela Cia Mosca, grupo teatral formado majoritariamente por estudantes do curso de Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). O espetáculo surge a partir de desdobramentos da peça radiofônica Youkali – A Ilha da Magia. O trabalho parte do confronto entre os fundamentos estético-políticos do teatro épico brechtiano e as formas dramatúrgicas experimentadas na montagem da peça, considerando os deslocamentos e reconfigurações dessa estética em um contexto universitário, periférico e contemporâneo do Brasil. O principal objetivo da pesquisa é investigar de que modo os procedimentos formais adotados tensionam os conceitos originais do teatro épico, revelando, assim, os limites, contradições e potências de seu deslocamento em realidades específicas da periferia do capitalismo mundializado. O texto organiza-se na forma de ensaios, explorando o objeto por prismas diversos, como propõe Theodor W. Adorno. Com base na teoria crítica e na história do teatro político brasileiro, busca-se compreender Canções de Maralto como uma forma arruinada da estética épica: obra fragmentada, atravessada por múltiplas camadas simbólicas, que manifesta, por meio do Coro dos Desempregados, o colapso da identidade coletiva e a existência do Precariado brasileiro, como definido por Ruy Braga. Por fim, defende-se que Canções de Maralto deve ser lida como uma peça alegórica — no sentido benjaminiano — que, ao invés de sintetizar uma forma estética ideal, revela, em sua incompletude e negatividade, as marcas da formação social, política e estética do Brasil contemporâneo. A obra se apresenta, assim, como uma expressão crítica das impossibilidades do presente e dos resíduos utópicos que ainda persistem na cena periférica do teatro nacional.
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