Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UCSAL |
Texto Completo: | https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1692 |
Resumo: | Este projeto de pesquisa visa a contribuir para uma melhor compreensão da problemática do trabalho infantil, bem como refletir sobre o papel do Estado e da sociedade civil no processo de enfrentamento das problemáticas sociais atuais. A partir da década de 90, o papel do Estado brasileiro e o seu relacionamento com os poderes locais sofrem profundas mudanças. Com a Constituição Federal de 1988 aprofunda-se o processo de descentralização e desconcentração de recursos e decisões para os governos locais. Neste contexto, a questão do desenvolvimento local sustentável passa a ocupar espaço crescente na agenda do Governo brasileiro, sendo considerado como uma ferramenta poderosa para a implementação de uma nova governabilidade – o que implica num Estado descentralizado e desconcentrado, que se oriente para o fortalecimento dos atores sociais locais e que esteja efetivamente comprometido com o controle social e com a sustentabilidade de suas ações (PAIVA, 2002). Por outro lado, é também a partir de 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que o debate acerca dos direitos das crianças ganha fôlego no País. O ano de 1990 é um marco significativo na maneira como a sociedade brasileira e o governo devem lidar com as nossas crianças e adolescentes. Com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), institui-se a idéia de sujeitos de direitos, constituindo-se, conforme Carvalho, num divisor de águas no trato das questões referentes à criança e ao adolescente no Brasil. As crianças e adolescentes passam a ser prioridades absolutas para o País. Ainda segundo essa lei, a proteção integral de todos os meninos e meninas, sem distinção de gênero, raça, religião ou classe social é de responsabilidade do Estado, da família e da sociedade. No Brasil, somente no final da década de 80 começa-se a se processar um movimento discreto, em torno do UNICEF, com vistas a alterar a Constituição Brasileira. A Constituição de 1988 estabelece a idade mínima de 18 anos para admissão em trabalhos noturnos e perigosos, e de 14 anos para os demais tipos de trabalho. Ainda no final do ano de 1988, uma emenda altera para 16 anos a idade mínima para admissão no trabalho. Esse movimento não ocorre de forma isolada no Brasil. Em nível internacional temos a Convenção sobre os Direitos da Criança3, de setembro de 1990, que mudou drasticamente a abordagem em relação à criança. “A idéia de que a criança tem necessidades especiais abriu espaço para a convicção de que ela tem direitos, o mesmo conjunto de direitos dos adultos: civis e políticos, sociais, culturais e econômicos” (UNICEF,1997). Essa convenção definiu como criança qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade. Segundo Dimenstein (1997), as questões ligadas à infância só começaram a fazer parte da agenda política nacional e, também, da imprensa a partir dos anos 90. Em seu artigo “Como a Criança Ensinou à Imprensa o Terceiro Caminho”, o autor fala que, em 1989, quando quis fazer uma reportagem sobre o assassinato de crianças no Brasil, percorrendo diversos arquivos de jornais pelo País “[...] encontrou-se como informação o fato de que simplesmente não havia informação”, denotando assim, que, apesar desta problemática não ser recente, hoje é mister enfrentá-la. É neste cenário que é criado, em 1994, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, com a participação de representantes do governo e de organizações nãogovernamentais, empresários, sindicalistas, igrejas, etc. A partir das orientações desse Fórum, em 1996, lança-se o Programa de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil, inicialmente nos Estados de Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia. Segundo Paiva (2002), o desenvolvimento local torna-se, assim, um novo paradigma, aonde a potencialização dos recursos endógenos vem a substituir o planejamento centralizado das décadas de 70 e 80, tendo como fundamental a participação dos atores locais. É nesta perspectiva que hoje se orientam os programas e projetos de governo voltados para a redução das desigualdades sociais e regionais por meio da promoção do empreendedorismo local – criação de novas oportunidades de emprego e geração de renda; fortalecimento das aptidões técnico-gerenciais do poder local e criação de capital social - capacitação dos atores locais e suas organizações. Visando a combater o trabalho infantil na perspectiva de sua erradicação, implanta-se na Bahia, em 1997, o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Destinado a famílias com filhos de 7 a 15 anos, submetidos a trabalhos degradantes, penosos e de exploração infantil, busca criar condições mínimas para que as famílias possam auto-sustentar-se sem a utilização de mão-de-obra infantil, por intermédio do oferecimento de uma bolsa, garantindo, assim, o ingresso e a permanência das crianças na escola, além de garantir o seu direito de ser criança. Inicialmente previsto para atender a região sisaleira, o Programa, nesses anos, expande-se para várias regiões da Bahia, e está, hoje, em 93 municípios do Estado. O Programa chega a seu sétimo ano de implantação atendendo a 117.809 crianças baianas. Assim, acredita-se ser da maior importância estudos que analisem os impactos desse Programa. Este projeto vem no sentido de contribuir para identificar os sucessos e fracassos dessa experiência, e as contribuições no sentido de construir um modelo de desenvolvimento local sustentável. É nessa perspectiva que venho desenvolvendo este projeto como aluna do Mestrado em Educação e Contemporaneidade da UNEB, com o propósito de discutir como esse Programa, apesar de ser focalizado, ao mobilizar diferentes atores sociais locais, tem contribuído para o desenvolvimento sustentável dessa região. O projeto PETI – o resgate da infância perdida? tem por objetivo identificar os avanços obtidos com a implementação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI na região sisaleira em termos da melhoria das condições de vida de sua população e garantia às crianças do seu direito de viver integralmente a sua infância, analisando o que o Programa representou para as crianças beneficiadas em termos do resgate do direito de viverem integralmente a sua infância. |
id |
UCSAL-1_ae29fb8ff9efac214a52c5cb853eaaa6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ri.ucsal.br:prefix/1692 |
network_acronym_str |
UCSAL-1 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UCSAL |
repository_id_str |
|
spelling |
UCSAL, Universidade Católica do SalvadorPedreira, Lúcia Álvares2020-09-21T14:46:40Z2020-09-212020-09-21T14:46:40Z2003-1085-88480-18-12https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1692porUniversidade Católica do SalvadorUCSALBrasilSEMOC - Semana de Mobilização Científica (6: 2003: Salvador, Ba)Sociais e HumanidadesMultidisciplinarTrabalho infantilSEMOC - Semana de Mobilização CientíficaPrograma de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida?SEMOC - Semana de Mobilização Científica (6: 2003: Salvador, Ba)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectEste projeto de pesquisa visa a contribuir para uma melhor compreensão da problemática do trabalho infantil, bem como refletir sobre o papel do Estado e da sociedade civil no processo de enfrentamento das problemáticas sociais atuais. A partir da década de 90, o papel do Estado brasileiro e o seu relacionamento com os poderes locais sofrem profundas mudanças. Com a Constituição Federal de 1988 aprofunda-se o processo de descentralização e desconcentração de recursos e decisões para os governos locais. Neste contexto, a questão do desenvolvimento local sustentável passa a ocupar espaço crescente na agenda do Governo brasileiro, sendo considerado como uma ferramenta poderosa para a implementação de uma nova governabilidade – o que implica num Estado descentralizado e desconcentrado, que se oriente para o fortalecimento dos atores sociais locais e que esteja efetivamente comprometido com o controle social e com a sustentabilidade de suas ações (PAIVA, 2002). Por outro lado, é também a partir de 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que o debate acerca dos direitos das crianças ganha fôlego no País. O ano de 1990 é um marco significativo na maneira como a sociedade brasileira e o governo devem lidar com as nossas crianças e adolescentes. Com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), institui-se a idéia de sujeitos de direitos, constituindo-se, conforme Carvalho, num divisor de águas no trato das questões referentes à criança e ao adolescente no Brasil. As crianças e adolescentes passam a ser prioridades absolutas para o País. Ainda segundo essa lei, a proteção integral de todos os meninos e meninas, sem distinção de gênero, raça, religião ou classe social é de responsabilidade do Estado, da família e da sociedade. No Brasil, somente no final da década de 80 começa-se a se processar um movimento discreto, em torno do UNICEF, com vistas a alterar a Constituição Brasileira. A Constituição de 1988 estabelece a idade mínima de 18 anos para admissão em trabalhos noturnos e perigosos, e de 14 anos para os demais tipos de trabalho. Ainda no final do ano de 1988, uma emenda altera para 16 anos a idade mínima para admissão no trabalho. Esse movimento não ocorre de forma isolada no Brasil. Em nível internacional temos a Convenção sobre os Direitos da Criança3, de setembro de 1990, que mudou drasticamente a abordagem em relação à criança. “A idéia de que a criança tem necessidades especiais abriu espaço para a convicção de que ela tem direitos, o mesmo conjunto de direitos dos adultos: civis e políticos, sociais, culturais e econômicos” (UNICEF,1997). Essa convenção definiu como criança qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade. Segundo Dimenstein (1997), as questões ligadas à infância só começaram a fazer parte da agenda política nacional e, também, da imprensa a partir dos anos 90. Em seu artigo “Como a Criança Ensinou à Imprensa o Terceiro Caminho”, o autor fala que, em 1989, quando quis fazer uma reportagem sobre o assassinato de crianças no Brasil, percorrendo diversos arquivos de jornais pelo País “[...] encontrou-se como informação o fato de que simplesmente não havia informação”, denotando assim, que, apesar desta problemática não ser recente, hoje é mister enfrentá-la. É neste cenário que é criado, em 1994, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, com a participação de representantes do governo e de organizações nãogovernamentais, empresários, sindicalistas, igrejas, etc. A partir das orientações desse Fórum, em 1996, lança-se o Programa de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil, inicialmente nos Estados de Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia. Segundo Paiva (2002), o desenvolvimento local torna-se, assim, um novo paradigma, aonde a potencialização dos recursos endógenos vem a substituir o planejamento centralizado das décadas de 70 e 80, tendo como fundamental a participação dos atores locais. É nesta perspectiva que hoje se orientam os programas e projetos de governo voltados para a redução das desigualdades sociais e regionais por meio da promoção do empreendedorismo local – criação de novas oportunidades de emprego e geração de renda; fortalecimento das aptidões técnico-gerenciais do poder local e criação de capital social - capacitação dos atores locais e suas organizações. Visando a combater o trabalho infantil na perspectiva de sua erradicação, implanta-se na Bahia, em 1997, o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Destinado a famílias com filhos de 7 a 15 anos, submetidos a trabalhos degradantes, penosos e de exploração infantil, busca criar condições mínimas para que as famílias possam auto-sustentar-se sem a utilização de mão-de-obra infantil, por intermédio do oferecimento de uma bolsa, garantindo, assim, o ingresso e a permanência das crianças na escola, além de garantir o seu direito de ser criança. Inicialmente previsto para atender a região sisaleira, o Programa, nesses anos, expande-se para várias regiões da Bahia, e está, hoje, em 93 municípios do Estado. O Programa chega a seu sétimo ano de implantação atendendo a 117.809 crianças baianas. Assim, acredita-se ser da maior importância estudos que analisem os impactos desse Programa. Este projeto vem no sentido de contribuir para identificar os sucessos e fracassos dessa experiência, e as contribuições no sentido de construir um modelo de desenvolvimento local sustentável. É nessa perspectiva que venho desenvolvendo este projeto como aluna do Mestrado em Educação e Contemporaneidade da UNEB, com o propósito de discutir como esse Programa, apesar de ser focalizado, ao mobilizar diferentes atores sociais locais, tem contribuído para o desenvolvimento sustentável dessa região. O projeto PETI – o resgate da infância perdida? tem por objetivo identificar os avanços obtidos com a implementação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI na região sisaleira em termos da melhoria das condições de vida de sua população e garantia às crianças do seu direito de viver integralmente a sua infância, analisando o que o Programa representou para as crianças beneficiadas em termos do resgate do direito de viverem integralmente a sua infância.6info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UCSALinstname:Universidade Católica de Salvador (UCSAL)instacron:UCSALORIGINALPrograma de erradicação do trabalho infantil - Peti, o resgate da infância perdida?.pdfPrograma de erradicação do trabalho infantil - Peti, o resgate da infância perdida?.pdfapplication/pdf25587https://ri.ucsal.br/bitstreams/9358cfe6-07f5-49a1-adf7-2b3cf62a5e1f/download492d208e033f504eb5c97fbf74e9c798MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://ri.ucsal.br/bitstreams/b6a3096b-3ae6-4f25-b4df-3a7b9c2dd4eb/download43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52prefix/16922020-09-21 16:46:43.108open.accessoai:ri.ucsal.br:prefix/1692https://ri.ucsal.brRepositório Institucionalhttp://ri.ucsal.br:8080/oai/requestrosemary.magalhaes@ucsal.bropendoar:2020-09-21T16:46:43Repositório Institucional da UCSAL - Universidade Católica de Salvador (UCSAL)falseTElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4K |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
SEMOC - Semana de Mobilização Científica (6: 2003: Salvador, Ba) |
title |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
spellingShingle |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? UCSAL, Universidade Católica do Salvador Sociais e Humanidades Multidisciplinar Trabalho infantil SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
title_short |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
title_full |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
title_fullStr |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
title_full_unstemmed |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
title_sort |
Programa de erradicação do trabalho infantil - PETI o resgate da infância perdida? |
author |
UCSAL, Universidade Católica do Salvador |
author_facet |
UCSAL, Universidade Católica do Salvador Pedreira, Lúcia Álvares |
author_role |
author |
author2 |
Pedreira, Lúcia Álvares |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
UCSAL, Universidade Católica do Salvador Pedreira, Lúcia Álvares |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Sociais e Humanidades Multidisciplinar |
topic |
Sociais e Humanidades Multidisciplinar Trabalho infantil SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Trabalho infantil SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
description |
Este projeto de pesquisa visa a contribuir para uma melhor compreensão da problemática do trabalho infantil, bem como refletir sobre o papel do Estado e da sociedade civil no processo de enfrentamento das problemáticas sociais atuais. A partir da década de 90, o papel do Estado brasileiro e o seu relacionamento com os poderes locais sofrem profundas mudanças. Com a Constituição Federal de 1988 aprofunda-se o processo de descentralização e desconcentração de recursos e decisões para os governos locais. Neste contexto, a questão do desenvolvimento local sustentável passa a ocupar espaço crescente na agenda do Governo brasileiro, sendo considerado como uma ferramenta poderosa para a implementação de uma nova governabilidade – o que implica num Estado descentralizado e desconcentrado, que se oriente para o fortalecimento dos atores sociais locais e que esteja efetivamente comprometido com o controle social e com a sustentabilidade de suas ações (PAIVA, 2002). Por outro lado, é também a partir de 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que o debate acerca dos direitos das crianças ganha fôlego no País. O ano de 1990 é um marco significativo na maneira como a sociedade brasileira e o governo devem lidar com as nossas crianças e adolescentes. Com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), institui-se a idéia de sujeitos de direitos, constituindo-se, conforme Carvalho, num divisor de águas no trato das questões referentes à criança e ao adolescente no Brasil. As crianças e adolescentes passam a ser prioridades absolutas para o País. Ainda segundo essa lei, a proteção integral de todos os meninos e meninas, sem distinção de gênero, raça, religião ou classe social é de responsabilidade do Estado, da família e da sociedade. No Brasil, somente no final da década de 80 começa-se a se processar um movimento discreto, em torno do UNICEF, com vistas a alterar a Constituição Brasileira. A Constituição de 1988 estabelece a idade mínima de 18 anos para admissão em trabalhos noturnos e perigosos, e de 14 anos para os demais tipos de trabalho. Ainda no final do ano de 1988, uma emenda altera para 16 anos a idade mínima para admissão no trabalho. Esse movimento não ocorre de forma isolada no Brasil. Em nível internacional temos a Convenção sobre os Direitos da Criança3, de setembro de 1990, que mudou drasticamente a abordagem em relação à criança. “A idéia de que a criança tem necessidades especiais abriu espaço para a convicção de que ela tem direitos, o mesmo conjunto de direitos dos adultos: civis e políticos, sociais, culturais e econômicos” (UNICEF,1997). Essa convenção definiu como criança qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade. Segundo Dimenstein (1997), as questões ligadas à infância só começaram a fazer parte da agenda política nacional e, também, da imprensa a partir dos anos 90. Em seu artigo “Como a Criança Ensinou à Imprensa o Terceiro Caminho”, o autor fala que, em 1989, quando quis fazer uma reportagem sobre o assassinato de crianças no Brasil, percorrendo diversos arquivos de jornais pelo País “[...] encontrou-se como informação o fato de que simplesmente não havia informação”, denotando assim, que, apesar desta problemática não ser recente, hoje é mister enfrentá-la. É neste cenário que é criado, em 1994, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, com a participação de representantes do governo e de organizações nãogovernamentais, empresários, sindicalistas, igrejas, etc. A partir das orientações desse Fórum, em 1996, lança-se o Programa de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil, inicialmente nos Estados de Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia. Segundo Paiva (2002), o desenvolvimento local torna-se, assim, um novo paradigma, aonde a potencialização dos recursos endógenos vem a substituir o planejamento centralizado das décadas de 70 e 80, tendo como fundamental a participação dos atores locais. É nesta perspectiva que hoje se orientam os programas e projetos de governo voltados para a redução das desigualdades sociais e regionais por meio da promoção do empreendedorismo local – criação de novas oportunidades de emprego e geração de renda; fortalecimento das aptidões técnico-gerenciais do poder local e criação de capital social - capacitação dos atores locais e suas organizações. Visando a combater o trabalho infantil na perspectiva de sua erradicação, implanta-se na Bahia, em 1997, o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Destinado a famílias com filhos de 7 a 15 anos, submetidos a trabalhos degradantes, penosos e de exploração infantil, busca criar condições mínimas para que as famílias possam auto-sustentar-se sem a utilização de mão-de-obra infantil, por intermédio do oferecimento de uma bolsa, garantindo, assim, o ingresso e a permanência das crianças na escola, além de garantir o seu direito de ser criança. Inicialmente previsto para atender a região sisaleira, o Programa, nesses anos, expande-se para várias regiões da Bahia, e está, hoje, em 93 municípios do Estado. O Programa chega a seu sétimo ano de implantação atendendo a 117.809 crianças baianas. Assim, acredita-se ser da maior importância estudos que analisem os impactos desse Programa. Este projeto vem no sentido de contribuir para identificar os sucessos e fracassos dessa experiência, e as contribuições no sentido de construir um modelo de desenvolvimento local sustentável. É nessa perspectiva que venho desenvolvendo este projeto como aluna do Mestrado em Educação e Contemporaneidade da UNEB, com o propósito de discutir como esse Programa, apesar de ser focalizado, ao mobilizar diferentes atores sociais locais, tem contribuído para o desenvolvimento sustentável dessa região. O projeto PETI – o resgate da infância perdida? tem por objetivo identificar os avanços obtidos com a implementação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI na região sisaleira em termos da melhoria das condições de vida de sua população e garantia às crianças do seu direito de viver integralmente a sua infância, analisando o que o Programa representou para as crianças beneficiadas em termos do resgate do direito de viverem integralmente a sua infância. |
publishDate |
2003 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2003-10 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-09-21T14:46:40Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-09-21 2020-09-21T14:46:40Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/conferenceObject |
format |
conferenceObject |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1692 |
dc.identifier.isbn.none.fl_str_mv |
85-88480-18-12 |
identifier_str_mv |
85-88480-18-12 |
url |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1692 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
SEMOC - Semana de Mobilização Científica (6: 2003: Salvador, Ba) |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Católica do Salvador |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UCSAL |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Católica do Salvador |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UCSAL instname:Universidade Católica de Salvador (UCSAL) instacron:UCSAL |
instname_str |
Universidade Católica de Salvador (UCSAL) |
instacron_str |
UCSAL |
institution |
UCSAL |
reponame_str |
Repositório Institucional da UCSAL |
collection |
Repositório Institucional da UCSAL |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://ri.ucsal.br/bitstreams/9358cfe6-07f5-49a1-adf7-2b3cf62a5e1f/download https://ri.ucsal.br/bitstreams/b6a3096b-3ae6-4f25-b4df-3a7b9c2dd4eb/download |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
492d208e033f504eb5c97fbf74e9c798 43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UCSAL - Universidade Católica de Salvador (UCSAL) |
repository.mail.fl_str_mv |
rosemary.magalhaes@ucsal.br |
_version_ |
1830839912696381440 |