A dedgradação socioeconômica na região do comércio em Salvador

Bibliographic Details
Main Author: Souza, Fábio Antônio Moura Costa de
Publication Date: 2003
Other Authors: UCSAL, Universidade Católica do Salvador
Format: Conference object
Language: por
Source: Repositório Institucional da UCSAL
Download full: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/2101
Summary: A partir de meados da década de 70 inicia-se o declínio da atividade comercial historicamente conhecida, e, por que não dizer, da vida urbana no Bairro do Comércio, na Cidade Baixa, assim como na Rua Chile, já na parte alta da cidade do Salvador. No decorrer dos últimos 30 anos, aproximadamente, o que se vê nessa região do Comércio é um quase abandono por parte do poder público. De forma pontual, a Administração atua com pequenas reformas, implantação de áreas para estacionamento, reestruturação dos equipamentos e serviços já existentes – vide o Plano de Ações Emergenciais do ano 2000 –, com pouca melhoria efetiva para aquela área e para as pessoas que circulam ou exercem atividades no mercado formal ou informal de trabalho. O surgimento de empreendimentos desenvolvimentistas e investimentos capitalistas tais como: o Shopping Iguatemi, o Centro Industrial de Aratu (CIA), a Avenida Paralela, o Centro Administrativo da Bahia (CAB), o Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC), a ampliação do Aeroporto, a transferência da estação rodoviária, a BR-324 e a Estrada do Côco, entre os principais e, ainda, somando-se à própria obsolescência das edificações e infra-estrutura urbana aí implantadas, impulsionam o crescimento de Salvador para o norte da cidade, inclusive a faixa da orla marítima. Além do mais, a preferência em se criar novas firmas ou transferi-las para essa promissora área começa a ser facilmente percebida. Na mesma medida, o mercado imobiliário em franca ascensão na cidade investe em novos espaços condizentes com esta expansão. São inversões ao longo da Av. Paralela, inaugurada em 1971; condomínios residenciais em Stella Mares; em trechos na Estrada do Côco, entre eles o condomínio Villas do Atlântico (anos 80), e também o adensamento das áreas do Rio Vermelho, Pituba-Iguatemi e Itapoã. O processo desordenado de expansão física e populacional de Salvador levou ao aparecimento e consolidação de subcentros. Estes, por estarem deveras distantes do centro antigo, começaram a ser dotados de equipamentos sociais e infra-estruturais que, para o mal ou para o bem, os tornaram bastantes autônomos entre si e da área central. E ainda, as demandas por grandes deslocamentos cotidianos sofrem um grande revés quando as atividades econômicas de apoio ligadas ao uso residencial do solo ganham mais importância no contexto de crescente desemprego e pauperização da população a partir da “Década Perdida” (anos 80), contribuindo para o esvaziamento. Com a nova lógica do crescimento de Salvador, exterior a ela própria, na medida que foi conseqüência de ações estatais cujo intuito era desconcentrar a atividade produtiva, sobretudo a industrial, do centro-sul para o norte-nordeste a partir dos anos 70, através da Superintendência do Desenvolvimento para os Estados do Nordeste – SUDENE, a região do Comércio começa a perder a sua função de centro comercial e financeiro da cidade. Função desempenhada, entre as de maior destaque, a partir da comercialização das safras de cana-de-açúcar e tabaco e, por isso mesmo, sediando um grande número e variedade de firmas e estabelecimentos. Naquela época, quando Salvador exercia o papel de escoadouro da produção das fazendas e engenhos situados no Recôncavo, em vista aos mercados consumidores internacionais, a área do Comércio detinha grande status social, em face da ocupação e uso do solo, em conseqüência daquela atividade portuária. Os representantes da classe burguesa que aí possuíam suas firmas também gozavam de grande prestígio na sociedade local. A nata dessa sociedade soteropolitana circulava por aquelas ruas seja a negócios ou para usufruir o tempo livre com atividades de lazer (restaurantes, centros culturais, compras, interesses pessoais, etc). Com o declínio socioeconômico das atividades ali praticadas e, por conseguinte, de seus praticantes, nota-se a substituição desse conjunto de atividades por outros cada vez menos prestigiados perante aquela sociedade, visto o caráter secundário das firmas ou empresas que permaneceram no referido local. Enquanto isso, novas empresas, ofertando bens e serviços de melhor qualidade, migraram para um novo centro que se iniciara a partir de meados dos anos 70, em um outro local, sob um novo contexto econômico de produção de serviços e circulação de mercadorias. O fato é que o Bairro do Comércio, quer tenha sido pela falta de atuação do poder público – para que ele continuasse a corresponder às perspectivas da nova conjuntura do mercado econômico que começara a despontar a partir dos já citados empreendimentos desenvolvimentistas e investimentos capitalistas –, quer tenha sido pelas próprias limitações naturais em suportar uma expansão das atividades ou a sua densificação (o que demandaria por mais espaços e também mais infra-estrutura) passa por um processo de decadência que, se não for contido a tempo, poderá tornar-se muito difícil de reverter, haja vista o número de empresários que têm fechado suas firmas nessa região para abri-las em shoppings ou em outros centros com maior fluxo de pessoas, mercadorias e serviços. A década de 90 é considerada como o marco do êxodo das empresas lá sediadas. Para olhos mais destreinados, talvez, isso que vem acontecendo com o Comércio se configure num acontecimento normal ou até esperado, pois, para a maioria das pessoas, os esvaziamentos de certos setores da dinâmica comercial naquela área foram e são encarados como conseqüência da sociedade pós-moderna, na qual todas as lojas, empresas e centros de entretenimento se concentram em shoppings e similares. É a ideologia da degradação natural das áreas centrais antigas que o poder público, aliado a interesses de grupos hegemônicos, tenta passar à sociedade como meio de justificar a falta de atuação dos planificadores governamentais ou a ineficiência destes quando da elaboração de Planos Diretores e/ou Urbanísticos. Até mesmo para os próprios indivíduos que lá desenvolvem suas atividades laborais, percebe-se que alguma coisa não está certa. Há consciência de que aquela região já não é, há muito tempo, o mesmo centro de outrora, mas não fica clara a causa das mudanças. Comerciantes e comerciários, entre vários outros ofícios, que na sua grande maioria já trabalham ali, há muito anos, lamentam o fechamento de lojas tradicionais em vários ramos de venda atacadista e de varejo. Da mesma forma, alguns bancos transferiram suas agências para outros logradouros mais convenientes. Os preços dos terrenos vêm se desvalorizando. Escritórios, mercados, farmácias, cartórios, restaurantes finos, consultórios, alfaiatarias, cines, etc. mudaram seus endereços ou simplesmente fecharam suas portas. Edifícios, antes luxuosos e cheios de glamour, como o Ed. Lincoln, o Ed. Centenário, o Ed. Estados Unidos e o Cidade de Ilhéus encontram-se em péssimo estado de conservação ou quase vazios, bem como ruas e praças, antes movimentadíssimas de transeuntes, agora servem de local de descanso e esconderijo a pedintes e marginais. Também o Terminal da França, antes tão movimentado com grandes fluxos de pessoas e de linhas de ônibus, teve a sua função tão reduzida por esse processo que passou a ser apenas ponto de passagem para o transporte coletivo, tendo em vista a retirada de várias linhas de operação que já estavam com um baixo índice de produtividade (IPK). Toda aquela atmosfera de ostentação, charme e prestígio social que fazia parte daquele pedaço de Salvador já não combinam em nada com o atual Comércio. Só para citar alguns problemas, os proprietários de firmas com estabelecimentos unitários, que não fazem parte de redes, têm muitas dificuldades em se manter funcionando, e as filiais de redes de lojas não têm a mesma rotatividade dos estoques que outras unidades em outros locais. Quando um centro de negócios e decisões, do tipo que o Comércio já representou, perde a sua força a ponto de serem propostos planos de revitalização, como o elaborado pelo Instituto Miguel Calmon, por volta de uns dez anos atrás, é porque algo estrutural foi modificado ou se modificou. Esse fenômeno precisa ser investigado, debatido e contornado. Caso a economia soteropolitana, como um todo, sofresse uma queda em sua dinâmica, esse fato não se sobressairia. O que destoa nessa conjuntura é a perda de importância que o Comércio atingiu no cenário regional nos últimos 30 anos, em contraposição ao crescimento experimentado por Salvador, em todos os ramos de negócios, e pela sua região metropolitana nesse mesmo período.
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De forma pontual, a Administração atua com pequenas reformas, implantação de áreas para estacionamento, reestruturação dos equipamentos e serviços já existentes – vide o Plano de Ações Emergenciais do ano 2000 –, com pouca melhoria efetiva para aquela área e para as pessoas que circulam ou exercem atividades no mercado formal ou informal de trabalho. O surgimento de empreendimentos desenvolvimentistas e investimentos capitalistas tais como: o Shopping Iguatemi, o Centro Industrial de Aratu (CIA), a Avenida Paralela, o Centro Administrativo da Bahia (CAB), o Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC), a ampliação do Aeroporto, a transferência da estação rodoviária, a BR-324 e a Estrada do Côco, entre os principais e, ainda, somando-se à própria obsolescência das edificações e infra-estrutura urbana aí implantadas, impulsionam o crescimento de Salvador para o norte da cidade, inclusive a faixa da orla marítima. Além do mais, a preferência em se criar novas firmas ou transferi-las para essa promissora área começa a ser facilmente percebida. Na mesma medida, o mercado imobiliário em franca ascensão na cidade investe em novos espaços condizentes com esta expansão. São inversões ao longo da Av. Paralela, inaugurada em 1971; condomínios residenciais em Stella Mares; em trechos na Estrada do Côco, entre eles o condomínio Villas do Atlântico (anos 80), e também o adensamento das áreas do Rio Vermelho, Pituba-Iguatemi e Itapoã. O processo desordenado de expansão física e populacional de Salvador levou ao aparecimento e consolidação de subcentros. Estes, por estarem deveras distantes do centro antigo, começaram a ser dotados de equipamentos sociais e infra-estruturais que, para o mal ou para o bem, os tornaram bastantes autônomos entre si e da área central. E ainda, as demandas por grandes deslocamentos cotidianos sofrem um grande revés quando as atividades econômicas de apoio ligadas ao uso residencial do solo ganham mais importância no contexto de crescente desemprego e pauperização da população a partir da “Década Perdida” (anos 80), contribuindo para o esvaziamento. Com a nova lógica do crescimento de Salvador, exterior a ela própria, na medida que foi conseqüência de ações estatais cujo intuito era desconcentrar a atividade produtiva, sobretudo a industrial, do centro-sul para o norte-nordeste a partir dos anos 70, através da Superintendência do Desenvolvimento para os Estados do Nordeste – SUDENE, a região do Comércio começa a perder a sua função de centro comercial e financeiro da cidade. Função desempenhada, entre as de maior destaque, a partir da comercialização das safras de cana-de-açúcar e tabaco e, por isso mesmo, sediando um grande número e variedade de firmas e estabelecimentos. 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Enquanto isso, novas empresas, ofertando bens e serviços de melhor qualidade, migraram para um novo centro que se iniciara a partir de meados dos anos 70, em um outro local, sob um novo contexto econômico de produção de serviços e circulação de mercadorias. O fato é que o Bairro do Comércio, quer tenha sido pela falta de atuação do poder público – para que ele continuasse a corresponder às perspectivas da nova conjuntura do mercado econômico que começara a despontar a partir dos já citados empreendimentos desenvolvimentistas e investimentos capitalistas –, quer tenha sido pelas próprias limitações naturais em suportar uma expansão das atividades ou a sua densificação (o que demandaria por mais espaços e também mais infra-estrutura) passa por um processo de decadência que, se não for contido a tempo, poderá tornar-se muito difícil de reverter, haja vista o número de empresários que têm fechado suas firmas nessa região para abri-las em shoppings ou em outros centros com maior fluxo de pessoas, mercadorias e serviços. A década de 90 é considerada como o marco do êxodo das empresas lá sediadas. 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Também o Terminal da França, antes tão movimentado com grandes fluxos de pessoas e de linhas de ônibus, teve a sua função tão reduzida por esse processo que passou a ser apenas ponto de passagem para o transporte coletivo, tendo em vista a retirada de várias linhas de operação que já estavam com um baixo índice de produtividade (IPK). Toda aquela atmosfera de ostentação, charme e prestígio social que fazia parte daquele pedaço de Salvador já não combinam em nada com o atual Comércio. Só para citar alguns problemas, os proprietários de firmas com estabelecimentos unitários, que não fazem parte de redes, têm muitas dificuldades em se manter funcionando, e as filiais de redes de lojas não têm a mesma rotatividade dos estoques que outras unidades em outros locais. 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O fato é que o Bairro do Comércio, quer tenha sido pela falta de atuação do poder público – para que ele continuasse a corresponder às perspectivas da nova conjuntura do mercado econômico que começara a despontar a partir dos já citados empreendimentos desenvolvimentistas e investimentos capitalistas –, quer tenha sido pelas próprias limitações naturais em suportar uma expansão das atividades ou a sua densificação (o que demandaria por mais espaços e também mais infra-estrutura) passa por um processo de decadência que, se não for contido a tempo, poderá tornar-se muito difícil de reverter, haja vista o número de empresários que têm fechado suas firmas nessa região para abri-las em shoppings ou em outros centros com maior fluxo de pessoas, mercadorias e serviços. A década de 90 é considerada como o marco do êxodo das empresas lá sediadas. Para olhos mais destreinados, talvez, isso que vem acontecendo com o Comércio se configure num acontecimento normal ou até esperado, pois, para a maioria das pessoas, os esvaziamentos de certos setores da dinâmica comercial naquela área foram e são encarados como conseqüência da sociedade pós-moderna, na qual todas as lojas, empresas e centros de entretenimento se concentram em shoppings e similares. É a ideologia da degradação natural das áreas centrais antigas que o poder público, aliado a interesses de grupos hegemônicos, tenta passar à sociedade como meio de justificar a falta de atuação dos planificadores governamentais ou a ineficiência destes quando da elaboração de Planos Diretores e/ou Urbanísticos. Até mesmo para os próprios indivíduos que lá desenvolvem suas atividades laborais, percebe-se que alguma coisa não está certa. Há consciência de que aquela região já não é, há muito tempo, o mesmo centro de outrora, mas não fica clara a causa das mudanças. Comerciantes e comerciários, entre vários outros ofícios, que na sua grande maioria já trabalham ali, há muito anos, lamentam o fechamento de lojas tradicionais em vários ramos de venda atacadista e de varejo. Da mesma forma, alguns bancos transferiram suas agências para outros logradouros mais convenientes. Os preços dos terrenos vêm se desvalorizando. Escritórios, mercados, farmácias, cartórios, restaurantes finos, consultórios, alfaiatarias, cines, etc. mudaram seus endereços ou simplesmente fecharam suas portas. Edifícios, antes luxuosos e cheios de glamour, como o Ed. Lincoln, o Ed. Centenário, o Ed. Estados Unidos e o Cidade de Ilhéus encontram-se em péssimo estado de conservação ou quase vazios, bem como ruas e praças, antes movimentadíssimas de transeuntes, agora servem de local de descanso e esconderijo a pedintes e marginais. Também o Terminal da França, antes tão movimentado com grandes fluxos de pessoas e de linhas de ônibus, teve a sua função tão reduzida por esse processo que passou a ser apenas ponto de passagem para o transporte coletivo, tendo em vista a retirada de várias linhas de operação que já estavam com um baixo índice de produtividade (IPK). Toda aquela atmosfera de ostentação, charme e prestígio social que fazia parte daquele pedaço de Salvador já não combinam em nada com o atual Comércio. Só para citar alguns problemas, os proprietários de firmas com estabelecimentos unitários, que não fazem parte de redes, têm muitas dificuldades em se manter funcionando, e as filiais de redes de lojas não têm a mesma rotatividade dos estoques que outras unidades em outros locais. Quando um centro de negócios e decisões, do tipo que o Comércio já representou, perde a sua força a ponto de serem propostos planos de revitalização, como o elaborado pelo Instituto Miguel Calmon, por volta de uns dez anos atrás, é porque algo estrutural foi modificado ou se modificou. Esse fenômeno precisa ser investigado, debatido e contornado. Caso a economia soteropolitana, como um todo, sofresse uma queda em sua dinâmica, esse fato não se sobressairia. O que destoa nessa conjuntura é a perda de importância que o Comércio atingiu no cenário regional nos últimos 30 anos, em contraposição ao crescimento experimentado por Salvador, em todos os ramos de negócios, e pela sua região metropolitana nesse mesmo período.
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