Mário de andrade
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| Publication Date: | 2016 |
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| Source: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Faculdade São Leopoldo Mandic |
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Summary: | Naquele brando inverno carioca de 1938. Mário de Andrade dava os primeiros passos de uma vida nova. Tinha anunciado à família que saía de férias. mas era mudança mesmo. Precisava fugir de São Paulo custasse o que custasse. embora com o sacrifício de arrostar pela primeira vez. já quase aos 45 anos. o afastamento do convívio materno que o aconchegava. Ir ao Rio de Janeiro ia sempre. com alvoroço de menino. Achava maravilhosa a natureza; a gente o surpreendia e encantava. Cidade enfeada pela miséria. mas rica de humanidade. amava-a à distância. de amor platônico. feito de furtivos contatos. Numa de suas breves temporadas. assistiu ao carnaval carioca. A festa popular inspirou um poema em que botava pra fora sua frieza de paulista. seus policiamentos interiores. No Rio. convivia alegre com amigos escritores e artistas. entrava pela noite em discussões. lia e ouvia poemas nascidos de uma nova estética da qual ele. já conhecido como o papa do Modernismo. era pioneiro. Quem sabe. pensava. não poderia morar lá? Desta vez trazia uma mágoa muito funda. causada pelo naufrágio de um projeto a que se dedicara todo durante três anos. à frente do Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo. E essa amargura foi o elemento aglutinador de dores esparsas do corpo e da alma. sorrateiramente acumuladas. Até então costumava dizer. descuidado: 'Eu sou feliz!'. Mas de repente acontecera aquele grande dissabor. que o punha desarvorado diante das armadilhas do destino. Tinha ideia formada: considerava o destino uma conquista. realização perfeitamente controlada de tendências pessoais. e não trama inelutável dos fatos. Agora. desmoronada essa certeza. tudo ficava muito confuso. O jeito foi a fuga. o exílio no Rio |
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