Extrato de Passiflora edulis na cicatrização de anastomose colônica em ratos: estudo morfológico e tensiométrico
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Publication Date: | 2006 |
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Source: | Acta Cirúrgica Brasileira (Online) |
Download full: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502006000900004 |
Summary: | INTRODUÇÃO: Pesquisas de novas substâncias com finalidades terapêuticas têm sido realizadas procurando isolar, extrair ou purificar novos compostos de origem vegetal. A Passiflora edulis (maracujá), espécie pertencente à família Passifloracea, originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano, é popularmente usada como sedativo, analgésico e antinflamatório e no tratamento de lesões cutâneas, feridas e erisipelas. OBJETIVO: Avaliar a cicatrização de anastomoses colônicas em ratos, que receberam extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis no trans-operatório. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, distribuídos em dois grupos de 20 animais cada, denominados: grupo Passiflora (GP) e grupo controle (GC). Os ratos de cada grupo foram separados em dois subgrupos de 10 animais cada, avaliados no 3º e 7º dia do pós-operatório. O procedimento cirúrgico constou de secção da alça colônica esquerda, 5cm acima da reflexão peritoneal com preservação da arcada vascular e anastomose término-terminal em plano único. O grupo Passiflora recebeu dose única intraperitoneal do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis na dose de 250 mg/Kg. O grupo controle recebeu dose única de solução salina intraperitoneal em volume igual ao GP. Os parâmetros avaliados foram: aspectos macroscópicos da parede e cavidade abdominal, aderências perianastomóticas, pressão de ruptura à insuflação de ar, reação inflamatória tecidual da anastomose que constou de polimorfonucleares, monomorfonucleares e proliferação fibroblástica. RESULTADOS: Os aspectos macroscópicos não apresentaram diferenças significantes entre os grupos. Não ocorreu nenhuma deiscência de anastomose nos grupos estudados. Com relação à pressão de ruptura à insuflação de ar, observou-se que a média foi significantemente maior no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora no 3º dia (P3), cuja pressão foi 42,6 ± 17,8 mmHg em comparação ao subgrupo controle (C3), cuja pressão foi 25,4 ± 14,1 mmHg, p=0,028. O mesmo não ocorreu no 7º dia, onde o subgrupo C7 apresentou pressão de ruptura de 187,3 ± 39,5 mmHg, enquanto o subgrupo P7, apresentou pressão de ruptura de 203,0 ± 50,0 mmHg, p=0,447. Na análise histológica, os polimorfonucleares foram mais freqüentes no subgrupo C3, em comparação ao subgrupo P3, com diferença significante (p=0,034). Os monomorfonucleares (MMN) e proliferação fibroblástica foram mais freqüentes no subgrupo P3, com diferença significante, onde p=0,02 para MMN, e p=0,001 para proliferação fibroblástica. No 7º dia, houve diferença significante em todas as variáveis histológicas coradas pela hematoxilina-eosina e Tricômico de Masson (p<0,05) no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora. CONCLUSÃO: A administração peroperatória do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis influencia de forma significante na cicatrização das anastomoses colônicas em ratos. |
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Extrato de Passiflora edulis na cicatrização de anastomose colônica em ratos: estudo morfológico e tensiométricoCicatrização de FeridasPassiflora Anastomose CirurgicaRatosINTRODUÇÃO: Pesquisas de novas substâncias com finalidades terapêuticas têm sido realizadas procurando isolar, extrair ou purificar novos compostos de origem vegetal. A Passiflora edulis (maracujá), espécie pertencente à família Passifloracea, originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano, é popularmente usada como sedativo, analgésico e antinflamatório e no tratamento de lesões cutâneas, feridas e erisipelas. OBJETIVO: Avaliar a cicatrização de anastomoses colônicas em ratos, que receberam extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis no trans-operatório. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, distribuídos em dois grupos de 20 animais cada, denominados: grupo Passiflora (GP) e grupo controle (GC). Os ratos de cada grupo foram separados em dois subgrupos de 10 animais cada, avaliados no 3º e 7º dia do pós-operatório. O procedimento cirúrgico constou de secção da alça colônica esquerda, 5cm acima da reflexão peritoneal com preservação da arcada vascular e anastomose término-terminal em plano único. O grupo Passiflora recebeu dose única intraperitoneal do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis na dose de 250 mg/Kg. O grupo controle recebeu dose única de solução salina intraperitoneal em volume igual ao GP. Os parâmetros avaliados foram: aspectos macroscópicos da parede e cavidade abdominal, aderências perianastomóticas, pressão de ruptura à insuflação de ar, reação inflamatória tecidual da anastomose que constou de polimorfonucleares, monomorfonucleares e proliferação fibroblástica. RESULTADOS: Os aspectos macroscópicos não apresentaram diferenças significantes entre os grupos. Não ocorreu nenhuma deiscência de anastomose nos grupos estudados. Com relação à pressão de ruptura à insuflação de ar, observou-se que a média foi significantemente maior no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora no 3º dia (P3), cuja pressão foi 42,6 ± 17,8 mmHg em comparação ao subgrupo controle (C3), cuja pressão foi 25,4 ± 14,1 mmHg, p=0,028. O mesmo não ocorreu no 7º dia, onde o subgrupo C7 apresentou pressão de ruptura de 187,3 ± 39,5 mmHg, enquanto o subgrupo P7, apresentou pressão de ruptura de 203,0 ± 50,0 mmHg, p=0,447. Na análise histológica, os polimorfonucleares foram mais freqüentes no subgrupo C3, em comparação ao subgrupo P3, com diferença significante (p=0,034). Os monomorfonucleares (MMN) e proliferação fibroblástica foram mais freqüentes no subgrupo P3, com diferença significante, onde p=0,02 para MMN, e p=0,001 para proliferação fibroblástica. No 7º dia, houve diferença significante em todas as variáveis histológicas coradas pela hematoxilina-eosina e Tricômico de Masson (p<0,05) no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora. CONCLUSÃO: A administração peroperatória do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis influencia de forma significante na cicatrização das anastomoses colônicas em ratos.Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia2006-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502006000900004Acta Cirúrgica Brasileira v.21 suppl.3 2006reponame:Acta Cirúrgica Brasileira (Online)instname:Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia (SBDPC)instacron:SBDPC10.1590/S0102-86502006000900004info:eu-repo/semantics/openAccessBezerra,José Antonio FerreiraCampos,Antonio Carlos L.Vasconcelos,Paulo Roberto Leitão deNicareta,Jean RicardoRibeiro,Elaine RossiSebastião,Ana Paula MartinsUrdiales,Akihito Inca A.Moreira,MarlusBorges,Alessandra Miguelpor2007-02-02T00:00:00Zoai:scielo:S0102-86502006000900004Revistahttps://www.bvs-vet.org.br/vetindex/periodicos/acta-cirurgica-brasileira/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||sgolden@terra.com.br0102-86501678-2674opendoar:2007-02-02T00:00Acta Cirúrgica Brasileira (Online) - Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia (SBDPC)false |
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INTRODUÇÃO: Pesquisas de novas substâncias com finalidades terapêuticas têm sido realizadas procurando isolar, extrair ou purificar novos compostos de origem vegetal. A Passiflora edulis (maracujá), espécie pertencente à família Passifloracea, originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano, é popularmente usada como sedativo, analgésico e antinflamatório e no tratamento de lesões cutâneas, feridas e erisipelas. OBJETIVO: Avaliar a cicatrização de anastomoses colônicas em ratos, que receberam extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis no trans-operatório. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, distribuídos em dois grupos de 20 animais cada, denominados: grupo Passiflora (GP) e grupo controle (GC). Os ratos de cada grupo foram separados em dois subgrupos de 10 animais cada, avaliados no 3º e 7º dia do pós-operatório. O procedimento cirúrgico constou de secção da alça colônica esquerda, 5cm acima da reflexão peritoneal com preservação da arcada vascular e anastomose término-terminal em plano único. O grupo Passiflora recebeu dose única intraperitoneal do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis na dose de 250 mg/Kg. O grupo controle recebeu dose única de solução salina intraperitoneal em volume igual ao GP. Os parâmetros avaliados foram: aspectos macroscópicos da parede e cavidade abdominal, aderências perianastomóticas, pressão de ruptura à insuflação de ar, reação inflamatória tecidual da anastomose que constou de polimorfonucleares, monomorfonucleares e proliferação fibroblástica. RESULTADOS: Os aspectos macroscópicos não apresentaram diferenças significantes entre os grupos. Não ocorreu nenhuma deiscência de anastomose nos grupos estudados. Com relação à pressão de ruptura à insuflação de ar, observou-se que a média foi significantemente maior no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora no 3º dia (P3), cuja pressão foi 42,6 ± 17,8 mmHg em comparação ao subgrupo controle (C3), cuja pressão foi 25,4 ± 14,1 mmHg, p=0,028. O mesmo não ocorreu no 7º dia, onde o subgrupo C7 apresentou pressão de ruptura de 187,3 ± 39,5 mmHg, enquanto o subgrupo P7, apresentou pressão de ruptura de 203,0 ± 50,0 mmHg, p=0,447. Na análise histológica, os polimorfonucleares foram mais freqüentes no subgrupo C3, em comparação ao subgrupo P3, com diferença significante (p=0,034). Os monomorfonucleares (MMN) e proliferação fibroblástica foram mais freqüentes no subgrupo P3, com diferença significante, onde p=0,02 para MMN, e p=0,001 para proliferação fibroblástica. No 7º dia, houve diferença significante em todas as variáveis histológicas coradas pela hematoxilina-eosina e Tricômico de Masson (p<0,05) no subgrupo que recebeu o extrato de Passiflora. CONCLUSÃO: A administração peroperatória do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis influencia de forma significante na cicatrização das anastomoses colônicas em ratos. |
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