Recém-nascidos admitidos no Serviço de Urgência Pediátrica

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Main Author: Fraga, Vanessa Machado
Publication Date: 2018
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.6/8431
Summary: Introdução: A chegada de um recém-nascido é um grande desafio para os pais, existindo muitas questões relativamente à saúde do recém-nascido. A sintomatologia inespecífica associada à vulnerabilidade inerente ao período neonatal geram dúvidas e preocupações que motivam o recurso, muitas vezes inadequado, ao Serviço de Urgência (SU). Objetivos: Este estudo pretende caracterizar a população neonatal que recorre ao SU, identificar os principais motivos de vinda, meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), diagnósticos, tratamentos e orientação, de forma a encontrar estratégias que otimizem a utilização deste serviço. Materiais e Métodos: Análise retrospetiva e descritiva através da revisão de processos de recém-nascidos que recorreram ao SU durante o ano de 2016. Serão analisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, data de admissão, referenciação, motivo de vinda à urgência, MCDT, diagnósticos, tratamentos e orientação. Resultados: Foram observados 75 recém-nascidos num total de 92 admissões no Serviço de Urgência. Cerca de 77% nasceram por parto eutócico e 91,2% eram de termo. A idade média dos recém-nascidos foi 14,1 dias, com predominância do sexo masculino (60,9%). Em 57,6% os episódios ocorreram nas duas primeiras semanas de vida e verificou-se uma maior afluência nos meses de inverno (janeiro, fevereiro e março). Cerca de 89,1% recorreram ao SU por iniciativa própria, e os motivos mais comuns foram os sintomas gastrointestinais (31,4%) seguidos de queixas cutâneo-mucosas (30,6%), queixas respiratórias (18,2%), icterícia (9,1%) e choro/irritabilidade (4,9%). Apenas 30% realizaram MCDT, sendo os mais comuns a medição da bilirrubina transcutânea e a pesquisa de VSR. O diagnóstico mais frequente foi um recém-nascido saudável, correspondendo a 18,5% dos casos. Os seguintes diagnósticos mais comuns foram as infeções respiratórias altas (15,2%) e a icterícia (9,8%). Cerca de 70% dos recém-nascidos não realizaram tratamento. Relativamente à orientação, 87% das admissões tiveram alta para o domicílio e apenas 8,7% resultaram em internamento. Os principais diagnósticos associados a internamento foram as infeções respiratórias e icterícia. Discussão: Neste estudo, verificou-se que na maioria das admissões neonatais no SU não são realizados MCDT e que a maioria tem alta para o domicílio sem nenhum tratamento. Os resultados sugerem que a maioria das visitas se deve a patologia benigna ou questões de puericultura, sem necessidade de atendimento hospitalar urgente. O apoio e formação dos pais, em articulação com os Cuidados de Saúde Primários, aliado ao reforço do ensino e esclarecimento de dúvidas durante o internamento na maternidade são estratégias que poderão evitar a crescente utilização inadequada do SU.
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Serão analisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, data de admissão, referenciação, motivo de vinda à urgência, MCDT, diagnósticos, tratamentos e orientação. Resultados: Foram observados 75 recém-nascidos num total de 92 admissões no Serviço de Urgência. Cerca de 77% nasceram por parto eutócico e 91,2% eram de termo. A idade média dos recém-nascidos foi 14,1 dias, com predominância do sexo masculino (60,9%). Em 57,6% os episódios ocorreram nas duas primeiras semanas de vida e verificou-se uma maior afluência nos meses de inverno (janeiro, fevereiro e março). Cerca de 89,1% recorreram ao SU por iniciativa própria, e os motivos mais comuns foram os sintomas gastrointestinais (31,4%) seguidos de queixas cutâneo-mucosas (30,6%), queixas respiratórias (18,2%), icterícia (9,1%) e choro/irritabilidade (4,9%). Apenas 30% realizaram MCDT, sendo os mais comuns a medição da bilirrubina transcutânea e a pesquisa de VSR. O diagnóstico mais frequente foi um recém-nascido saudável, correspondendo a 18,5% dos casos. Os seguintes diagnósticos mais comuns foram as infeções respiratórias altas (15,2%) e a icterícia (9,8%). Cerca de 70% dos recém-nascidos não realizaram tratamento. Relativamente à orientação, 87% das admissões tiveram alta para o domicílio e apenas 8,7% resultaram em internamento. Os principais diagnósticos associados a internamento foram as infeções respiratórias e icterícia. Discussão: Neste estudo, verificou-se que na maioria das admissões neonatais no SU não são realizados MCDT e que a maioria tem alta para o domicílio sem nenhum tratamento. Os resultados sugerem que a maioria das visitas se deve a patologia benigna ou questões de puericultura, sem necessidade de atendimento hospitalar urgente. O apoio e formação dos pais, em articulação com os Cuidados de Saúde Primários, aliado ao reforço do ensino e esclarecimento de dúvidas durante o internamento na maternidade são estratégias que poderão evitar a crescente utilização inadequada do SU.Background: The arrival of a newborn is a big challenge for parents and there are many questions regarding the newborn’s health. The nonspecific symptomatology associated with the vulnerability inherent to the neonatal period generates doubts that motivate the use of the Emergency Department (ED), which can be often inadequate. Objectives: This study aims to characterize the neonatal population that visits the ED, identify the chief complaints, complementary diagnostic tests, diagnosis and orientation, in order to find strategies that optimize the use of this service. Materials and Methods: Retrospective and descriptive study was conducted by reviewing data of newborns who visited the ED during 2016. The following variables will be analyzed: age, sex, date of admission, referral, reason for visiting the ED, complementary diagnostic tests, diagnosis, treatments and orientation. Results: 75 newborns were observed in a total of 92 visits in the Emergency Department. About 77% were born by eutocic delivery and 91,2% were term. The mean age of the newborns was 14,1 days, with a male’s predominance (60,9%). In 57,6%, the episodes occurred in the first two weeks of life and visits were more frequent in january, february and march. Approximately 89% of the patients came to the ED by their own initiative and the main motives were gastrointestinal symptoms (31,4%) followed by cutaneous mucosal complaints (30,6%), respiratory complaints (18,2%), jaundice (9,1%) and crying/irritability (4,9%). Only 30% performed complementary diagnostic tests, with the most common being transcutaneous bilirubin measurement and RSV screening. The most frequent diagnosis was a healthy newborn, corresponding to 18,5% of the cases. The following most common diagnoses were high respiratory infections (15,2%) and jaundice (9,8%). About 70% of the newborns did not receive any treatment. Regarding orientation, 87% were discharged and only 8,7% resulted in hospital admission. The main diagnoses associated with hospital admission were respiratory infections and jaundice. Discussion: In this study, the majority of the neonatal visits to the ED did not need complementary diagnostic tests and the vast majority were discharged without any treatment. The results suggest that most visits to the ED are due to benign pathology or childcare issues that do not require urgent hospital care. Concluding, it would be beneficial if parents were given support and information about some of newborns’ particularities to avoid the increasing neonatal admissions in the ED.Costa, Ricardo Jorge Barros dauBibliorumFraga, Vanessa Machado2020-01-16T16:40:24Z2018-06-132018-04-162018-06-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8431urn:tid:202363147porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T14:38:20Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8431Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:19:48.999859Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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