Visões da pobreza na primeira pessoa : contributos para o entendimento do fenómeno social da pobreza na cidade de Beja
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Publication Date: | 2012 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.14/11581 |
Summary: | Esta investigação consta de um estudo qualitativo que incide na forma como as pessoas pobres vivem a sua situação, pretendendo compreender o modo como são experienciadas as situações de pobreza na primeira pessoa, visando enquadrar o fenómeno social da pobreza nas suas formas de territorialidade, ao analisar as respostas sociais existentes, num território concreto e definido – a cidade de Beja. O procedimento metodológico foi o indutivo uma vez que se partiu do estudo de uma situação concreta do real para a compreensão e interpretação dessa mesma realidade, sem que o propósito fosse a concretização de uma explicação do problema plausível de ser generalizável. Os instrumentos de observação utilizados foram as entrevistas semi-directivas para indagar os profissionais de Serviço Social vinculados a instituições da cidade de Beja, com intervenção no fenómeno, sendo igualmente construídas entrevistas em profundidade para estudar e compreender as vivências, discursos e trajectórias de vida das pessoas em situação de pobreza. As referências teóricas de suporte basearam-se nas consistentes contribuições de diversos autores como: Alfredo Bruto da Costa, Serge Paugam, Luis Capucha, Francisco Branco, José Pereirinha, Renato do Carmo, José Cutileiro, Nuno Alves, entre outros. Concluiu-se que o quotidiano das pessoas pobres, é altamente influenciado pela experiência da pobreza, que confina estas pessoas ao universo doméstico do lar, constatação justificada pela ausência de recursos financeiros. Na forma de vivenciar a pobreza, o papel de protecção da família, enquanto “amortecedor” dos efeitos da pobreza, traduz um nexo de causalidade entre o nível de coesão familiar e o provimento de apoio afectivo e material. Deste modo, a incidência, intensidade e durabilidade são importantes indicadores na forma de vivenciar a pobreza. Tal pode conduzir a que a experiência deste fenómeno social se torne num modo de vida, no qual a aceitação e resignação tornam o “ser pobre” como um facto paulatinamente assimilado por quem o vive. Opostamente as pessoas que vivem esta situação mais recentemente, tendem a não assumi-la como elemento identitário, com receio do estigma social, facto que as empurra para a procura de saídas da pobreza. |
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