Alopécia areata: análise retrospectiva da consulta de dermatologia pediátrica (2000-2008)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/35049 |
Resumo: | Introdução: A alopécia areata (AA) é um tipo de alopécia não cicatricial, cuja primeira manifestação ocorre antes dos 16 anos em 50% dos casos. Para a maioria dos autores, tem etiologia autoimune mas parecem estar também envolvidos factores genéticos, psicológicos e ambientais. Objectivos: Revisão de aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em doentes com AA e início da doença antes dos 16 anos. Identificar características do funcionamento psicológico dos doentes e relacionar acontecimentos de vida significativos com o aparecimento da doença. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo baseado na consulta de processos clínicos dos doentes com AA seguidos na consulta de Dermatologia Pediátrica do Hospital de São Marcos, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2008. A quinze destes doentes foram aplicados instrumentos de avaliação psicométrica. Resultados: Neste estudo foram incluídos 48 doentes (54% sexo masculino, 46% sexo feminino). A idade média à data de diagnóstico foi de 7,8 anos. Em 10% dos doentes identificaram-se antecedentes familiares de AA e em 25% verificou-se associação com atopia. A forma limitada da doença foi a mais frequentemente observada (82% dos doentes), tendo tido as formas extensas aparecimento mais precoce. Na doença limitada, a terapêutica mais utilizada foi a corticoterapia tópica (53% dos doentes), registando-se melhoria na maioria dos casos e resolução completa em 54%. Em 71% dos doentes com envolvimento de mais de 50% do couro cabeludo foi instituída terapêutica sistémica (corticoterapia e/ ou ciclosporina). Destes, em apenas um se verificou melhoria sustentada; nos restantes, a evolução foi ondulante. Dos doentes avaliados do ponto de vista psicológico, em 80% identificou-se evento potencialmente traumático a anteceder o aparecimento da primeira manifestação da doença dermatológica. Discussão: A análise dos resultados está de acordo com alguns estudos publicados. No entanto, o tamanho desta série de doentes e a escassez de literatura relativa à AA em idade pediátrica dificultam a comparação dos resultados e definição de protocolos na investigação e tratamento destes doentes. Uma abordagem multidisciplinar será importante dado o impacto da doença no bem-estar destas crianças |
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Alopécia areata: análise retrospectiva da consulta de dermatologia pediátrica (2000-2008)Alopecia areata: a retrospective study of the paediatric dermatology department (2000-2008)Introdução: A alopécia areata (AA) é um tipo de alopécia não cicatricial, cuja primeira manifestação ocorre antes dos 16 anos em 50% dos casos. Para a maioria dos autores, tem etiologia autoimune mas parecem estar também envolvidos factores genéticos, psicológicos e ambientais. Objectivos: Revisão de aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em doentes com AA e início da doença antes dos 16 anos. Identificar características do funcionamento psicológico dos doentes e relacionar acontecimentos de vida significativos com o aparecimento da doença. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo baseado na consulta de processos clínicos dos doentes com AA seguidos na consulta de Dermatologia Pediátrica do Hospital de São Marcos, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2008. A quinze destes doentes foram aplicados instrumentos de avaliação psicométrica. Resultados: Neste estudo foram incluídos 48 doentes (54% sexo masculino, 46% sexo feminino). A idade média à data de diagnóstico foi de 7,8 anos. Em 10% dos doentes identificaram-se antecedentes familiares de AA e em 25% verificou-se associação com atopia. A forma limitada da doença foi a mais frequentemente observada (82% dos doentes), tendo tido as formas extensas aparecimento mais precoce. Na doença limitada, a terapêutica mais utilizada foi a corticoterapia tópica (53% dos doentes), registando-se melhoria na maioria dos casos e resolução completa em 54%. Em 71% dos doentes com envolvimento de mais de 50% do couro cabeludo foi instituída terapêutica sistémica (corticoterapia e/ ou ciclosporina). Destes, em apenas um se verificou melhoria sustentada; nos restantes, a evolução foi ondulante. Dos doentes avaliados do ponto de vista psicológico, em 80% identificou-se evento potencialmente traumático a anteceder o aparecimento da primeira manifestação da doença dermatológica. Discussão: A análise dos resultados está de acordo com alguns estudos publicados. No entanto, o tamanho desta série de doentes e a escassez de literatura relativa à AA em idade pediátrica dificultam a comparação dos resultados e definição de protocolos na investigação e tratamento destes doentes. Uma abordagem multidisciplinar será importante dado o impacto da doença no bem-estar destas criançasVeritatiRocha, JoanaVentura, FilipaVieira, Ana PaulaPinheiro, Ana RaquelFernandes, SusanaBrito, Celeste2021-09-21T11:37:29Z2011-032011-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/35049por0870-399Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-13T12:39:47Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/35049Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:50:44.282580Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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