Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF

Bibliographic Details
Main Author: Aguiar, Carlos
Publication Date: 2015
Other Authors: Torres, Filipa, Corte-Real, Jerónimo, Ferreira, Luís, Pacheco, Filipe, Castro, Marina
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10198/12845
Summary: Os geógrafos e planeadores portugueses frequentemente definem como Montanha os territórios acima dos 700 m de altitude. Há uma razão prática para isso. A cota dos 700m, com oscilações consoante a exposição, latitude e proximidade do mar, está associada a mudanças significativas no coberto vegetal e no uso agrícola e pastoril do território. A montanha assim definida corresponde a cerca de 11% da superfície do pais. Kapos et al. (2000), pelo contrário, valorizam muito mais o declive do que a cota na identificação dos espaços de montanha. Para estes autores 38% da superfície nacional é Montanha (Azevedo et al., in litt.). Portugal não tem montanhas elevadas, mas é, sem dúvida, um pais de montanhas e de agricultura de montanha. Não surpreende, por isso, que o tema da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF seja precisamente as “Pastagens e o Pastoreio em Área de Montanha”. A Serra do Alvão foi a montanha selecionada como objeto das visitas técnicas pela SPPF. Esta serra eleva-se a 1283 m de altitude no Alto de Caravelas. Reparte-se pelos concelhos de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena e Mondim de Basto. Xistos e granitos são os tipos litológicos dominantes. A combinação de um clima temperado de chuvas copiosas, concentradas no semestre invernal, e um substrato rochoso granítico, originou solos ácidos, de textura grosseira e argilas cauliníticas de baixa capacidade de troca catiónica, nutricionalmente desequilibrados, em resumo pouco férteis. A flora indígena de matos e prados, como todos os participantes nas visitas de estudo terão oportunidade de constatar, reflete isso mesmo. À semelhança de outras visitas técnicas da SPPF, houve que escolher uma exploração agrícola que servisse de ponto de partida para a construção, sempre inacabada, de respostas às perguntas de investigação que dominam cada uma Reuniões de Primavera da SPPF. A pergunta fundamental que atravessa toda a XXXVI Reunião de Primavera da SPPF é a seguinte: A montanha é um espaço demasiado vasto em Portugal para ser votado ao abandono. O bem-estar dos portugueses depende também dos serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha: água de qualidade, paisagem, refúgio de biodiversidade, produtos agrícolas e animais de qualidade, ou cultura, por exemplo. Os pastos e as pastagens são uma componente determinante na génese do pacote de serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha. Sem animais e sem pastos sobrar-nos-á uma montanha disfuncional e pobre. Quais são, então, as melhores soluções técnicas para um regresso bem sucedido dos gados à montanha?
id RCAP_e359a5703eca23e46786cac9e99a14d5
oai_identifier_str oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/12845
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPFPastagensÁrea de MontanhaPastoreioBovinosOs geógrafos e planeadores portugueses frequentemente definem como Montanha os territórios acima dos 700 m de altitude. Há uma razão prática para isso. A cota dos 700m, com oscilações consoante a exposição, latitude e proximidade do mar, está associada a mudanças significativas no coberto vegetal e no uso agrícola e pastoril do território. A montanha assim definida corresponde a cerca de 11% da superfície do pais. Kapos et al. (2000), pelo contrário, valorizam muito mais o declive do que a cota na identificação dos espaços de montanha. Para estes autores 38% da superfície nacional é Montanha (Azevedo et al., in litt.). Portugal não tem montanhas elevadas, mas é, sem dúvida, um pais de montanhas e de agricultura de montanha. Não surpreende, por isso, que o tema da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF seja precisamente as “Pastagens e o Pastoreio em Área de Montanha”. A Serra do Alvão foi a montanha selecionada como objeto das visitas técnicas pela SPPF. Esta serra eleva-se a 1283 m de altitude no Alto de Caravelas. Reparte-se pelos concelhos de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena e Mondim de Basto. Xistos e granitos são os tipos litológicos dominantes. A combinação de um clima temperado de chuvas copiosas, concentradas no semestre invernal, e um substrato rochoso granítico, originou solos ácidos, de textura grosseira e argilas cauliníticas de baixa capacidade de troca catiónica, nutricionalmente desequilibrados, em resumo pouco férteis. A flora indígena de matos e prados, como todos os participantes nas visitas de estudo terão oportunidade de constatar, reflete isso mesmo. À semelhança de outras visitas técnicas da SPPF, houve que escolher uma exploração agrícola que servisse de ponto de partida para a construção, sempre inacabada, de respostas às perguntas de investigação que dominam cada uma Reuniões de Primavera da SPPF. A pergunta fundamental que atravessa toda a XXXVI Reunião de Primavera da SPPF é a seguinte: A montanha é um espaço demasiado vasto em Portugal para ser votado ao abandono. O bem-estar dos portugueses depende também dos serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha: água de qualidade, paisagem, refúgio de biodiversidade, produtos agrícolas e animais de qualidade, ou cultura, por exemplo. Os pastos e as pastagens são uma componente determinante na génese do pacote de serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha. Sem animais e sem pastos sobrar-nos-á uma montanha disfuncional e pobre. Quais são, então, as melhores soluções técnicas para um regresso bem sucedido dos gados à montanha?SPFP, UTAD, IPBBiblioteca Digital do IPBAguiar, CarlosTorres, FilipaCorte-Real, JerónimoFerreira, LuísPacheco, FilipeCastro, Marina2016-03-30T10:56:40Z20152015-01-01T00:00:00Zconference objectinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/12845porAguiar, Carlos; Torres, Filipa; Corte-Real, Jerónimo; Ferreira, Luís; Pacheco, Filipe; Castro, Marina (2015). Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF. In XXXVI Reunião de Primavera: As pastagens e o pastoreio em áreas de Montanha. p. 43-54. Vila Pouca de Aguiarinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-02-25T12:03:22Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/12845Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T11:29:20.872127Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
title Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
spellingShingle Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
Aguiar, Carlos
Pastagens
Área de Montanha
Pastoreio
Bovinos
title_short Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
title_full Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
title_fullStr Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
title_full_unstemmed Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
title_sort Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF
author Aguiar, Carlos
author_facet Aguiar, Carlos
Torres, Filipa
Corte-Real, Jerónimo
Ferreira, Luís
Pacheco, Filipe
Castro, Marina
author_role author
author2 Torres, Filipa
Corte-Real, Jerónimo
Ferreira, Luís
Pacheco, Filipe
Castro, Marina
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Biblioteca Digital do IPB
dc.contributor.author.fl_str_mv Aguiar, Carlos
Torres, Filipa
Corte-Real, Jerónimo
Ferreira, Luís
Pacheco, Filipe
Castro, Marina
dc.subject.por.fl_str_mv Pastagens
Área de Montanha
Pastoreio
Bovinos
topic Pastagens
Área de Montanha
Pastoreio
Bovinos
description Os geógrafos e planeadores portugueses frequentemente definem como Montanha os territórios acima dos 700 m de altitude. Há uma razão prática para isso. A cota dos 700m, com oscilações consoante a exposição, latitude e proximidade do mar, está associada a mudanças significativas no coberto vegetal e no uso agrícola e pastoril do território. A montanha assim definida corresponde a cerca de 11% da superfície do pais. Kapos et al. (2000), pelo contrário, valorizam muito mais o declive do que a cota na identificação dos espaços de montanha. Para estes autores 38% da superfície nacional é Montanha (Azevedo et al., in litt.). Portugal não tem montanhas elevadas, mas é, sem dúvida, um pais de montanhas e de agricultura de montanha. Não surpreende, por isso, que o tema da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF seja precisamente as “Pastagens e o Pastoreio em Área de Montanha”. A Serra do Alvão foi a montanha selecionada como objeto das visitas técnicas pela SPPF. Esta serra eleva-se a 1283 m de altitude no Alto de Caravelas. Reparte-se pelos concelhos de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena e Mondim de Basto. Xistos e granitos são os tipos litológicos dominantes. A combinação de um clima temperado de chuvas copiosas, concentradas no semestre invernal, e um substrato rochoso granítico, originou solos ácidos, de textura grosseira e argilas cauliníticas de baixa capacidade de troca catiónica, nutricionalmente desequilibrados, em resumo pouco férteis. A flora indígena de matos e prados, como todos os participantes nas visitas de estudo terão oportunidade de constatar, reflete isso mesmo. À semelhança de outras visitas técnicas da SPPF, houve que escolher uma exploração agrícola que servisse de ponto de partida para a construção, sempre inacabada, de respostas às perguntas de investigação que dominam cada uma Reuniões de Primavera da SPPF. A pergunta fundamental que atravessa toda a XXXVI Reunião de Primavera da SPPF é a seguinte: A montanha é um espaço demasiado vasto em Portugal para ser votado ao abandono. O bem-estar dos portugueses depende também dos serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha: água de qualidade, paisagem, refúgio de biodiversidade, produtos agrícolas e animais de qualidade, ou cultura, por exemplo. Os pastos e as pastagens são uma componente determinante na génese do pacote de serviços ecossistémicos fornecidos pela montanha. Sem animais e sem pastos sobrar-nos-á uma montanha disfuncional e pobre. Quais são, então, as melhores soluções técnicas para um regresso bem sucedido dos gados à montanha?
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015
2015-01-01T00:00:00Z
2016-03-30T10:56:40Z
dc.type.driver.fl_str_mv conference object
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10198/12845
url http://hdl.handle.net/10198/12845
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Aguiar, Carlos; Torres, Filipa; Corte-Real, Jerónimo; Ferreira, Luís; Pacheco, Filipe; Castro, Marina (2015). Visitas técnicas: guia de campo da XXXVI Reunião de Primavera da SPPF. In XXXVI Reunião de Primavera: As pastagens e o pastoreio em áreas de Montanha. p. 43-54. Vila Pouca de Aguiar
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv SPFP, UTAD, IPB
publisher.none.fl_str_mv SPFP, UTAD, IPB
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833591950141292544