Associação da Intensidade de Dor no Tempo Até à Morte dos Doentes Oncológicos Referenciados aos Cuidados Paliativos
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Publication Date: | 2016 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.17/2586 |
Summary: | Introdução: A dor é uma experiência frequente nos doentes com cancro, especialmente naqueles em fase final de vida. Com este estudo, pretendemos estudar a intensidade de dor nos doentes com cancro avançado, referenciados aos cuidados paliativos, analisar os factores associados à ocorrência de dor moderada ou intensa e avaliar a sua relação com o tempo até à morte destes doentes. Material e Métodos: Estudo prospectivo observacional que incluiu consecutivamente todos os doentes referenciados aos cuidados paliativos com tumores sólidos metastizados e sem tratamento oncológico específico. Foi considerada a intensidade de dor da escala de Edmonton, de acordo com a graduação zero a 10, onde 0 = ausência de dor e 10 = máxima dor possível. Resultados: Entre outubro de 2012 e junho de 2015, foram incluídos 301 doentes, com idade mediana de 69 anos (37 - 94), 57% homens e 64,8% dos doentes com performance status 3/4. Aproximadamente 42% dos doentes apresentaram dor ≥ 4 e cerca de 74,4% estavam medicados com analgesia opióide. A intensidade de dor esteve associada ao performance status dos doentes, de acordo com a análise multivariável (OR: 1,7; IC 95%: 1,0 - 2,7; p = 0,045). A mediana do tempo de sobrevivência foi de 37 dias (IC 95%: 28 - 46), tendo os doentes com dor moderada ou intensa (intensidade de dor ≥ 4) uma mediana de sobrevivência de 29 dias (IC 95%: 21 - 37), comparada com os 49 dias (IC 95%: 35 - 63) para os doentes sem dor ou dor ligeira (p = 0,022). Discussão: O performance status, para além de ter estado associado a uma maior intensidade de dor, esteve associado a um menor tempo até à morte dos doentes com cancro avançado referenciados aos cuidados paliativos. Também o internamento, a presença de metastização intra-abdominal e a analgesia opióide estiveram associados de forma negativa ao tempo até à morte destes doentes. Conclusão: A dor oncológica continua a ser um problema clinicamente relevante nos doentes com cancro avançado. |
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Associação da Intensidade de Dor no Tempo Até à Morte dos Doentes Oncológicos Referenciados aos Cuidados PaliativosPain Intensity and Time to Death of Cancer Patients Referred to Palliative CareCHLC ONCCHLC CINVCuidados PaliativosMedição da DorNeoplasiasDorEstudos ProspectivosIntrodução: A dor é uma experiência frequente nos doentes com cancro, especialmente naqueles em fase final de vida. Com este estudo, pretendemos estudar a intensidade de dor nos doentes com cancro avançado, referenciados aos cuidados paliativos, analisar os factores associados à ocorrência de dor moderada ou intensa e avaliar a sua relação com o tempo até à morte destes doentes. Material e Métodos: Estudo prospectivo observacional que incluiu consecutivamente todos os doentes referenciados aos cuidados paliativos com tumores sólidos metastizados e sem tratamento oncológico específico. Foi considerada a intensidade de dor da escala de Edmonton, de acordo com a graduação zero a 10, onde 0 = ausência de dor e 10 = máxima dor possível. Resultados: Entre outubro de 2012 e junho de 2015, foram incluídos 301 doentes, com idade mediana de 69 anos (37 - 94), 57% homens e 64,8% dos doentes com performance status 3/4. Aproximadamente 42% dos doentes apresentaram dor ≥ 4 e cerca de 74,4% estavam medicados com analgesia opióide. A intensidade de dor esteve associada ao performance status dos doentes, de acordo com a análise multivariável (OR: 1,7; IC 95%: 1,0 - 2,7; p = 0,045). A mediana do tempo de sobrevivência foi de 37 dias (IC 95%: 28 - 46), tendo os doentes com dor moderada ou intensa (intensidade de dor ≥ 4) uma mediana de sobrevivência de 29 dias (IC 95%: 21 - 37), comparada com os 49 dias (IC 95%: 35 - 63) para os doentes sem dor ou dor ligeira (p = 0,022). Discussão: O performance status, para além de ter estado associado a uma maior intensidade de dor, esteve associado a um menor tempo até à morte dos doentes com cancro avançado referenciados aos cuidados paliativos. Também o internamento, a presença de metastização intra-abdominal e a analgesia opióide estiveram associados de forma negativa ao tempo até à morte destes doentes. Conclusão: A dor oncológica continua a ser um problema clinicamente relevante nos doentes com cancro avançado.Ordem dos MédicosRepositório da Unidade Local de Saúde São JoséBarata, PSantos, FMesquita, GCardoso, ACustódio, MPAlves, MPapoila, ALBarbosa, ALawlor, P2016-12-05T15:33:08Z2016-112016-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.17/2586porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-06T16:52:03Zoai:repositorio.chlc.pt:10400.17/2586Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T00:22:58.117267Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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Introdução: A dor é uma experiência frequente nos doentes com cancro, especialmente naqueles em fase final de vida. Com este estudo, pretendemos estudar a intensidade de dor nos doentes com cancro avançado, referenciados aos cuidados paliativos, analisar os factores associados à ocorrência de dor moderada ou intensa e avaliar a sua relação com o tempo até à morte destes doentes. Material e Métodos: Estudo prospectivo observacional que incluiu consecutivamente todos os doentes referenciados aos cuidados paliativos com tumores sólidos metastizados e sem tratamento oncológico específico. Foi considerada a intensidade de dor da escala de Edmonton, de acordo com a graduação zero a 10, onde 0 = ausência de dor e 10 = máxima dor possível. Resultados: Entre outubro de 2012 e junho de 2015, foram incluídos 301 doentes, com idade mediana de 69 anos (37 - 94), 57% homens e 64,8% dos doentes com performance status 3/4. Aproximadamente 42% dos doentes apresentaram dor ≥ 4 e cerca de 74,4% estavam medicados com analgesia opióide. A intensidade de dor esteve associada ao performance status dos doentes, de acordo com a análise multivariável (OR: 1,7; IC 95%: 1,0 - 2,7; p = 0,045). A mediana do tempo de sobrevivência foi de 37 dias (IC 95%: 28 - 46), tendo os doentes com dor moderada ou intensa (intensidade de dor ≥ 4) uma mediana de sobrevivência de 29 dias (IC 95%: 21 - 37), comparada com os 49 dias (IC 95%: 35 - 63) para os doentes sem dor ou dor ligeira (p = 0,022). Discussão: O performance status, para além de ter estado associado a uma maior intensidade de dor, esteve associado a um menor tempo até à morte dos doentes com cancro avançado referenciados aos cuidados paliativos. Também o internamento, a presença de metastização intra-abdominal e a analgesia opióide estiveram associados de forma negativa ao tempo até à morte destes doentes. Conclusão: A dor oncológica continua a ser um problema clinicamente relevante nos doentes com cancro avançado. |
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