Psicopatia, criminalidade e empatia: resultados de uma amostra prisional portuguesa

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Main Author: Vagaroso, Alberto Óscar Pereira de Almeida
Publication Date: 2015
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10348/5317
Summary: A psicopatia é um construto psicológico, que se demarca pelos seus traços anti-sociais que redundam muitas vezes no delito, e, fundamentalmente, por um conjunto de características específicas a nível interpessoal e afectivo. Se os traços anti-sociais não oferecem dúvidas desconcertantes quanto à sua fenomenologia e como se manifestam, a mesma harmonia não é comungada no campo afectivo/interpessoal. Os psicopatas são encarados como indivíduos manipuladores, superficiais, emocionalmente indiferentes e extremamente racionais e lógicos. No entanto, a literatura actual ainda não identificou a falha afectiva, e o modo como esta alimenta a existência de extremas dificuldades em sentirem compaixão pelo outro. A comunidade científica tem evidenciado a empatia como a principal responsável desta falência, explorando-se a relação entre psicopatia e a empatia e as dimensões que a compõem, a empatia cognitiva e afectiva. Os estudos com amostras comunitárias e em contextos forenses afirmam de um modo geral que é principalmente ao nível da componente afectiva que se faz sentir as mais intensas dificuldades, invocando-se que os indivíduos com psicopatia falham, não no reconhecimento da emoção, mas na partilha da mesma. Todavia, ainda não existe uma harmonia no seio da comunidade científica. São estas questões que o actual estudo pretende analisar a partir dos dados obtidos numa amostra prisional. As análises não confirmaram a relação entre o grupo com índices de psicopatia mais elevados e a empatia a nível estatístico (p=.059), todavia, ao nível da componente afectiva da empatia foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p=.03), entre os grupos de psicopatia na amostra forense. Mais estudos neste sentido poderão constituir a alavanca para encontrar respostas mais fidedignas no caminho para a reabilitação de agressores violentos institucionalizados categorizados com psicopatia.
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