A transição para a parentalidade na toxicodependência materna : comportamento parental e suporte social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.12/3029 |
Resumo: | Objectivo: Este estudo teve como objectivo contribuir para a construção de um modelo teórico acerca do comportamento parental de mães toxicodependentes em programa de metadona com filhos até aos 24 meses, bem como averiguar a importância do suporte social e percepção de competência materna no comportamento parental e cuidados parentais prestados por estas mães, desde o final da gravidez até aos 24 meses da criança. Metodologia: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a 24 mães em tratamento de metadona, com filhos até aos 24 meses de idade; e foram aplicados o Questionário de Indicadores Individuais, a Entrevista de Redes Sociais, o Questionário de Suporte do Cônjuge ou Parceiro, o Questionário de Cuidados à Criança, a Escala de Percepção de Competência Parental e a Escala de Paciência /Irritabilidade a 26 mães em tratamento de metadona (Grupo Experimental) e a 25 mães não toxicodependentes (Grupo de Controlo), em vários momentos, desde o final da gravidez aos 24 meses da criança. Na análise das entrevistas foi utilizada a metodologia Grounded Theory e os dados resultantes das escalas e questionários foram analisados quantitativamente com o auxílio do pacote estatístico SPSS. Resultados: De acordo com o modelo teórico construído, foi possível identificar a principal preocupação materna – ambivalência em relação à gravidez/maternidade e à toxicodependência, associada a uma forte culpabilização – tornando-se claro um processo de minimização do papel parental, que se torna meramente funcional. Surgiram como factores intervenientes relevantes, que fazem variar o sentimento de ambivalência e qualidade do comportamento parental, a idade da criança, as recaídas, o momento em que se iniciou o tratamento, e o suporte social. No estudo quantitativo a análise das variáveis sociodemográficas revelou diferenças significativas entre os dois grupos em variáveis como o peso do bebé à nascença, a escolaridade e o rendimento mensal líquido. A rede de suporte das mães toxicodependentes é mais alargada no final da gravidez, decrescendo em tamanho e qualidade a partir dos seis meses de idade da criança, assim como o apoio do companheiro, verificando-se uma diferença considerada significativa relativamente às redes sociais globais e primárias das mães não toxicodependentes, com importância no aumento da impaciência na relação mãe-filho e na diminuição da auto-percepção de competência parental. Conclusões: Conclui-se que o comportamento parental de mães toxicodependentes é caracterizado por uma transição para a maternidade realizada com dificuldades, marcada por sentimentos fortes de ambivalência e culpabilização, deixando pouca disponibilidade para um maior envolvimento emocional na relação mãe-bebé que se repercute numa maternidade funcional. A este período de transição, que vai até aos 6 meses da criança, corresponde uma rede social primária e global com dimensões reduzidas e um suporte social que decresce repentinamente após os 6 meses do bebé. A rede de suporte social e a sua evolução ao longo do tempo parecem relacionar-se com o comportamento parental e com os cuidados prestados aos filhos pelas mães em tratamento de metadona. Discutem-se implicações teóricas e práticas dos resultados, limitações metodológicas e apontam-se linhas de investigação futura. |
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Objectivo: Este estudo teve como objectivo contribuir para a construção de um modelo teórico acerca do comportamento parental de mães toxicodependentes em programa de metadona com filhos até aos 24 meses, bem como averiguar a importância do suporte social e percepção de competência materna no comportamento parental e cuidados parentais prestados por estas mães, desde o final da gravidez até aos 24 meses da criança. Metodologia: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a 24 mães em tratamento de metadona, com filhos até aos 24 meses de idade; e foram aplicados o Questionário de Indicadores Individuais, a Entrevista de Redes Sociais, o Questionário de Suporte do Cônjuge ou Parceiro, o Questionário de Cuidados à Criança, a Escala de Percepção de Competência Parental e a Escala de Paciência /Irritabilidade a 26 mães em tratamento de metadona (Grupo Experimental) e a 25 mães não toxicodependentes (Grupo de Controlo), em vários momentos, desde o final da gravidez aos 24 meses da criança. Na análise das entrevistas foi utilizada a metodologia Grounded Theory e os dados resultantes das escalas e questionários foram analisados quantitativamente com o auxílio do pacote estatístico SPSS. Resultados: De acordo com o modelo teórico construído, foi possível identificar a principal preocupação materna – ambivalência em relação à gravidez/maternidade e à toxicodependência, associada a uma forte culpabilização – tornando-se claro um processo de minimização do papel parental, que se torna meramente funcional. Surgiram como factores intervenientes relevantes, que fazem variar o sentimento de ambivalência e qualidade do comportamento parental, a idade da criança, as recaídas, o momento em que se iniciou o tratamento, e o suporte social. No estudo quantitativo a análise das variáveis sociodemográficas revelou diferenças significativas entre os dois grupos em variáveis como o peso do bebé à nascença, a escolaridade e o rendimento mensal líquido. A rede de suporte das mães toxicodependentes é mais alargada no final da gravidez, decrescendo em tamanho e qualidade a partir dos seis meses de idade da criança, assim como o apoio do companheiro, verificando-se uma diferença considerada significativa relativamente às redes sociais globais e primárias das mães não toxicodependentes, com importância no aumento da impaciência na relação mãe-filho e na diminuição da auto-percepção de competência parental. Conclusões: Conclui-se que o comportamento parental de mães toxicodependentes é caracterizado por uma transição para a maternidade realizada com dificuldades, marcada por sentimentos fortes de ambivalência e culpabilização, deixando pouca disponibilidade para um maior envolvimento emocional na relação mãe-bebé que se repercute numa maternidade funcional. A este período de transição, que vai até aos 6 meses da criança, corresponde uma rede social primária e global com dimensões reduzidas e um suporte social que decresce repentinamente após os 6 meses do bebé. A rede de suporte social e a sua evolução ao longo do tempo parecem relacionar-se com o comportamento parental e com os cuidados prestados aos filhos pelas mães em tratamento de metadona. Discutem-se implicações teóricas e práticas dos resultados, limitações metodológicas e apontam-se linhas de investigação futura. |
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