Diabetes Mellitus: uma nova abordagem na terapêutica da diabetes tipo 2
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Publication Date: | 2009 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10284/1149 |
Summary: | A diabetes mellitus é hoje um dos maiores problemas mundiais de Saúde Pública. Estima-se que em 2025 existirão mais de 300 milhões de diabéticos em todo o mundo, número este que poderá ascender a 366 milhões até 2030. A diabetes é definida como uma desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por uma hiperglicemia crónica com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou acção da insulina, ou de ambas. Desde as suas origens até aos dias de hoje muitos dados e factos surgiram. Com a evolução científica, etiológica e tecnológica ocorrida principalmente no século passado, a descoberta da diabetes tornou-se mais abrangente, embora as verdadeiras causas que lhe dão origem ainda são um constante desafio da ciência. A mesma evolução tornou imperiosa uma modificação da classificação com base nos conhecimentos adquiridos. Por outro lado, a necessidade de evitar as complicações tardias associadas à diabetes, nomeadamente doença cardiovascular, implica uma reavaliação dos níveis de glicemia em jejum e a qualquer hora para o seu diagnóstico, bem como, uma correspondência adequada entre os referidos valores e os encontrados após realização de uma prova de tolerância à glicose oral (P.T.G.O.). A classificação que actualmente existe em vigor estabelece a existência de quatro tipos etiológicos de diabetes: Diabetes Tipo 1; Diabetes Tipo 2; Diabetes Mellitus Gestacional; e Outros Tipos Específicos. Para além dos tipos etiológicos existem também os chamados Estádios Clínicos. Os critérios de diagnóstico sofreram também alterações ao longo do tempo. Os requisitos para confirmar o diagnóstico numa pessoa com sintomatologia grave e com hiperglicemia diferem dos necessários numa pessoa assintomática com valores de glicemia apenas ligeiramente acima do valor limite para o diagnóstico. Possivelmente a maior evolução ocorreu ao nível da terapêutica. Um plano de tratamento da diabetes pode incluir várias estratégias: consciencialização e educação do doente para a adesão à terapêutica, implementação de plano alimentar e recomendações nutricionais, prática de exercício físico, administração de agentes antidiabéticos, insulina, e gestão das complicações associadas. Ao nível da terapêutica da diabetes tipo 2, surgiu recentemente uma classe de agentes antidiabéticos, os inibidores da DPP-IV. A inibição desta enzima aumenta os níveis e prolonga a actividade das hormonas incretinas, nomeadamente, GLP-1 e GIP. As hormonas incretinas são hormonas são hormonas produzidas no intestino e libertadas em resposta à ingestão de nutrientes orais. A sua função é a de potenciar a secreção de insulina pelas células β pancreáticas como resposta à subida dos níveis de glicemia após a ingestão de uma refeição. Esta capacidade das hormonas incretinas potenciarem a secreção de insulina induzida pela glicose tornou-as alvo atractivos da terapêutica antidiabética. A sitagliptina e avildagliptina, exemplos de inibidores da DPP-IV, apresentam resultados ao nível do controlo glicémico bastante satisfatórios. Para além de conseguirem reduzir os níveis de glicose plasmática em jejum, diminuem também os valores de HbA1C. A análise deste último parâmetro pode revelar o grau de controlo glicémico dos últimos dois a três meses. Actualmente, em Portugal já existem produtos comercializados que englobam na sua formulação dois princípios activos. Estas associações terapêuticas apresentam mecanismos de acção complementares, permitindo um melhor controlo glicémico e uma maior adesão do doente à terapêutica. |
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