Inclusão social em contextos educativos não formais : ementas acessíveis para todos

• Autor(a) principal: Saraiva, Daniela Filipa Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.11/8789
• topic: Acessibilidade; Comunicação acessível; Design inclusivo; Educação não formal; Ementas acessíveis em multiformato; Inclusão; Accessibility; Accessible communication; Inclusive design; Non-formal education; Accessible menus in multiformat; Inclusion

Vários estudos comprovam que a acessibilidade carece ainda de um quadro de ação efetivo e eficaz que habilite o acesso a diversos serviços comuns do dia-a-dia para todas as pessoas. Nomeadamente, no que se refere ao acesso à informação. A acessibilidade é, nos dias de hoje, um direito que ainda não se vê contemplado como pleno e garantido para as pessoas com Necessidades Específicas (NE). Perante este panorama, urge a necessidade de fomentar o reconhecimento da importância de uma sociedade capaz de disponibilizar serviços com uma resposta efetiva a eficaz a todas as pessoas e, em particular, os serviços turísticos. Neste âmbito, no caso de crianças/jovens e cidadãos com Necessidades Específicas (NE) enfrentamos também desafios específicos a este público. Com base nesta premissa, a presente investigação pretendeu, numa abordagem exploratória, proceder à adaptação de ementas de restaurantes, através de um design inclusivo, em comunicação acessível e multiformato. Posteriormente pretendeu-se avaliar este recurso enquanto instrumento promotor da participação plena e efetiva de todos os cidadãos independentemente das suas capacidades e/ou limitações. Tendo como principal objetivo validar o recurso a ementas acessíveis multiformato, enquanto instrumento de promoção da inclusão social e da autonomia de crianças/jovens e cidadãos com NE, a presente investigação teve por base um estudo de casos múltiplos com o envolvimento de dois restaurantes, num contexto de educação não formal. A análise baseou-se nos conteúdos contidos na entrevista semiestruturada realizada a uma técnica especialista nas temáticas centrais, notas de campo, Focus Group aos proprietários e colaboradores do restaurante, bem como dos conteúdos expressos nos inquéritos por questionário realizados aos clientes (n=80) dos restaurantes que serviram de estudo de caso nesta investigação. Por fim, recorrendo à análise de conteúdo e a uma análise estatística descritiva constatamos que todas as categorias de análise revelaram valores significativos e de interesse sobre as perceções dos inquiridos sobre o impacto das ementas acessíveis. Os resultados obtidos através de uma pesquisa exploratória aferiram que 97% das pessoas envolvidas neste estudo consideram que serviços de turismo devem disponibilizar ementas acessíveis para garantir a acessibilidade e a participação de todos. Demonstrando assim, que a adaptação de ementas em comunicação acessível pode representar uma ferramenta de promoção da inclusão (98%) e autonomia (95%) de crianças/jovens e cidadãos com NE. Apesar deste ser um instrumento que ainda carece de maior robustez por parte de investigações científicas, a disponibilização de um recurso multiformato complementar com a utilização de várias formas de comunicação (braille, símbolos pictográficos para a comunicação, áudio e fotografias) revelou-se uma técnica envolvente, versátil, flexível e acessível. Tendo revelado utilidade não apenas para pessoas com NE, assim como para outros cidadãos sem NE e, até mesmo na gestão de serviços. A implementação de ementas acessíveis em serviços turísticos, nomeadamente, restaurantes, poderá habilitar uma participação plena e efetiva a todas as pessoas, independentemente das suas NE, outorgando-lhes a autonomia e independência que lhes conferem dignidade.