As terapêuticas ablativas na fibrilhação auricular
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Publication Date: | 2013 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.6/1406 |
Summary: | Introdução: A Fibrilhação Auricular é a arritmia cardíaca mais frequente na prática clínica, com uma prevalência aumentada na população idosa. É uma importante causa de eventos tromboembólicos, aumentando significativamente o risco de AVC. A FA caracteriza-se por uma activação auricular desorganizada, acelerada e irregular. Esta arritmia pode ser classificada de acordo com o padrão clínico em FA paroxística, FA persistente e FA permanente. O avanço no conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos desta arritmia, juntamente com o progresso das técnicas ablativas, tem impulsionado o desenvolvimento da ablação como alternativa terapêutica importante. Objectivos: Esta revisão bibliográfica pretende abordar os avanços e resultados da ablação da FA, no que diz respeito às técnicas, selecção de pacientes e controvérsias implicadas na aplicação dos procedimentos. Métodos: Foram pesquisados vários artigos científicos da última década em motores de busca médicos com as palavras-chave “atrial fibrillation”, “atrial fibrillation ablation”, “surgical ablation of atrial fibrillation”, “catheter ablation”, no intervalo temporal de Julho de 2012 a Fevereiro de 2013. Desenvolvimento: O mecanismo responsável pela génese e manutenção da FA parece englobar os “triggers” focais, localizados habitualmente nas veias pulmonares, responsáveis pela iniciação da arritmia e o complexo substrato anatómico que garante a manutenção de múltiplas ondas de reentrada. Desta forma, as técnicas de ablação actuais procuram eliminar ou isolar os factores deflagradores do resto das aurículas, a fim de restaurar o ritmo sinusal. A ablação cirúrgica para o tratamento da FA é, normalmente, realizada durante outro procedimento cirúrgico cardíaco, valvular ou coronário e, mais raramente, como procedimento isolado. Deste modo, surgiu o procedimento Cox Maze que foi criado para interromper os circuitos de reentrada que se desenvolvem nas aurículas. Contudo, esta técnica apresentou limitações de origem técnica e no sentido de simplicar este processo, o procedimento tradicional tem vindo a ser substituído por ablação por cateter usando várias fontes de energia. De acordo com as guidelines, a ablação por cateter é indicada em doentes com FA paroxística ou persistente, refractária ao tratamento com pelo menos uma droga antiarrítmica. Conclusão: A ablação é um tratamento promissor nos pacientes com FA. Várias tecnologias estão disponíveis e espera-se que o avanço conduza a procedimentos mais seguros com melhores resultados. Ensaios clínicos com períodos longos de seguimento são necessários para melhorar a triagem dos pacientes que mais beneficiarão deste tratamento e estabelecer a ablação como terapia de primeira linha. |
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As terapêuticas ablativas na fibrilhação auricularFibrilhação auricular - Ablação cirúrgica - Ablação por cateterFibrilhação auricular - Terapêuticas ablativasIntrodução: A Fibrilhação Auricular é a arritmia cardíaca mais frequente na prática clínica, com uma prevalência aumentada na população idosa. É uma importante causa de eventos tromboembólicos, aumentando significativamente o risco de AVC. A FA caracteriza-se por uma activação auricular desorganizada, acelerada e irregular. Esta arritmia pode ser classificada de acordo com o padrão clínico em FA paroxística, FA persistente e FA permanente. O avanço no conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos desta arritmia, juntamente com o progresso das técnicas ablativas, tem impulsionado o desenvolvimento da ablação como alternativa terapêutica importante. Objectivos: Esta revisão bibliográfica pretende abordar os avanços e resultados da ablação da FA, no que diz respeito às técnicas, selecção de pacientes e controvérsias implicadas na aplicação dos procedimentos. Métodos: Foram pesquisados vários artigos científicos da última década em motores de busca médicos com as palavras-chave “atrial fibrillation”, “atrial fibrillation ablation”, “surgical ablation of atrial fibrillation”, “catheter ablation”, no intervalo temporal de Julho de 2012 a Fevereiro de 2013. Desenvolvimento: O mecanismo responsável pela génese e manutenção da FA parece englobar os “triggers” focais, localizados habitualmente nas veias pulmonares, responsáveis pela iniciação da arritmia e o complexo substrato anatómico que garante a manutenção de múltiplas ondas de reentrada. Desta forma, as técnicas de ablação actuais procuram eliminar ou isolar os factores deflagradores do resto das aurículas, a fim de restaurar o ritmo sinusal. A ablação cirúrgica para o tratamento da FA é, normalmente, realizada durante outro procedimento cirúrgico cardíaco, valvular ou coronário e, mais raramente, como procedimento isolado. Deste modo, surgiu o procedimento Cox Maze que foi criado para interromper os circuitos de reentrada que se desenvolvem nas aurículas. Contudo, esta técnica apresentou limitações de origem técnica e no sentido de simplicar este processo, o procedimento tradicional tem vindo a ser substituído por ablação por cateter usando várias fontes de energia. De acordo com as guidelines, a ablação por cateter é indicada em doentes com FA paroxística ou persistente, refractária ao tratamento com pelo menos uma droga antiarrítmica. Conclusão: A ablação é um tratamento promissor nos pacientes com FA. Várias tecnologias estão disponíveis e espera-se que o avanço conduza a procedimentos mais seguros com melhores resultados. Ensaios clínicos com períodos longos de seguimento são necessários para melhorar a triagem dos pacientes que mais beneficiarão deste tratamento e estabelecer a ablação como terapia de primeira linha.Introduction: Atrial fibrillation is the cardiac arrhythmia most frequently found in clinical practice, with an increased prevalence in the elderly population. It is an important cause of thromboembolic events, increasing significantly the risk of stroke. AF is characterized by a disorganized, irregular and rapid atrial activation. This arrhythmia can be classified according to the clinical standard regarding paroxysmal AF, persistent AF and permanent AF. Advances in the knowledge of pathophysiology of this arrhythmia, along with the progress of ablative techniques, impelled the development of ablation as an important therapeutic alternative. Objectives: This literature review aims to broach the progress and outcomes of ablation of AF in what concerns to techniques, patient selection and controversies related to procedure implementation. Methods: Several scientific articles from the last decade had been searched in medical search engines with the keywords "atrial fibrillation", "atrial fibrillation ablation", "surgical ablation of atrial fibrillation", "catheter ablation" between the period from July 2012 to February 2013. Development: The mechanism associated to the genesis and maintenance of AF seems to embrace the focal triggers usually located in the pulmonary veins, responsible for the initiation of the arrhythmia and complex anatomical substrate that ensures the maintenance of multiple wave reentry. Thus, the current ablation techniques attempt to eliminate or isolate triggers in the remaining atria in order to restore sinus rhythm. Surgical ablation for treatment of AF is usually performed under other cardiac surgery, valvular or coronary and, more rarely, as a single procedure. Therefore, Cox-Maze procedure appeared to interrupt reentrant circuits that develop in the atria. However, this technique has presented technical limitations and in order to simplify this process the traditional procedure has been replaced by catheter ablation using several energy sources. According to the guidelines, the ablation catheter is indicated in patients with paroxysmal or persistent FA refractory to treatment with one or more antiarrhythmic drug. Conclusion: Ablation is a promising treatment for patients with AF. Several technologies are available and advance is expected to occur in order to provide more secure procedures and better results. Clinical trials with long follow-up periods are necessary to improve patient selection in what concerns to who would benefit most from this treatment and establishing ablation as first-line therapy.Universidade da Beira InteriorBranco, Vítor Alexandre Pereira GonçalvesuBibliorumSilva, Joana Rita Oliveira Gomes Leite2013-10-08T13:40:37Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1406porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T16:08:26Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1406Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:32:02.622263Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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