Estudos de Literatura - Paisagens do Ser - Landscapes of the Self
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Publication Date: | 2019 |
Other Authors: | , , |
Format: | Book |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10174/28744 |
Summary: | Libertando-se do domínio e da dependência de cartografias tradicionais do conhecimento, o projeto de publicação do primeiro volume de Estudos de Literatura do Centro de Estudos em Letras (CEL-UÉ), intitulado Paisagens do Ser, cruza fronteiras epistemológicas e práticas de pesquisa. Entende-se neste contexto Paisagens do Ser como as formas narrativa, dramática ou lírica que autores de todos os séculos e nacionalidades, utilizaram para criar personagens e contextos que, de um modo ou de outro representam os indivíduos e as sociedades. A adoção de abordagens críticas diferentes visa dar visibilidade a trabalhos na área da literatura e da cultura que discutem questões de identidade, de memória, de poder ou de representação, entre outras, em contextos e em tempos sociais e culturais diversos, desde a esfera pública à privada, aos vários lugares e espaços de intimidade ou de exterioridade e de alteridade, dando voz à multiplicidade e heterogeneidade da investigação do CEL-UÉ. Nesta diversidade das Paisagens do Ser, de que testemunham estes artigos, transparecem duas grandes áreas: as Paisagens exteriores e as Paisagens interiores. A cidade, nas suas mais variadas figurações é, por excelência, a paisagem física, se não a predileta, a que mais inspirou os artistas, sobretudo desde o século XIX. Fernando Gomes, percorrendo alguns autores ao longo dos séculos, relembra as origens do mito da cidade perversa em oposição à cidade da perfeição, salientando as funções literárias desse confronto assim como a ambivalência do homem perante a sua criação. Londres, nomeadamente os modos como é representada como um lugar de Poder em contextos privados, sociais e políticos, nos dois volumes da autobiografia política de Margaret Thatcher: The Path to Power e The Downing Street Years, é tema do artigo da coautoria de Ana Clara Birrento e Olga Gonçalves. Numa colaboração metodológica entre agendas críticas dos estudos culturais e a análise do discurso, o artigo mapeia a cidade na sua intersecção entre um eixo de subjetividade e a lógica do Poder de Estado. Deslocando-nos para Sul, para as paisagens mediterrânicas, Odete Jubilado desenvolve uma análise comparatista em torno das narrativas breves de Lettres de mon Moulin de Alphonse Daudet e de Gente Singular de Manuel Teixeira Gomes, realçando o modo como estes autores partilham as suas memórias sobre a Provence e o Algarve. A ilha de Malta é, n’O Mistério da Estrada de Sintra, o cenário de uma história de amor e de crime. Ana Luísa Vilela argumenta que, através desta narrativa, Eça de Queirós contribuiu para a formação de uma imagem de Malta, à semelhança da mulher romântica, inquietante, sedutora e imprevisível. As paisagens africanas são o cenário de Onitsha de Le Clézio e Um rio chamado tempo e uma casa chamada terra de Mia Couto. Celina Martins expõe o modo como estas narrativas encenam a viagem iniciática dos protagonistas numa África concebida como espaço de transcendência, um lugar de iniciação e abertura à alteridade. As paisagens interiores influenciadas, quer positiva quer negativamente, pelo ambiente que nos rodeia são fonte inesgotável de criação literária. A tradição satírica instituída por Horácio – produção da sua sátira enquanto caminha pela cidade – é inspiração do enunciador dos poemas de Nicolau Tolentino. Carlos Nogueira procura demonstrar que é através de um riso instável que o eu-poetapersonagem tolentiniano desconstrói os modelos morais e comportamentais de toda a sociedade do seu tempo. Por seu turno, a poesia de Antero de Quental apresenta um jogo cerrado e dialético de imagens e de pensamentos. Destacando a negatividade e as suas imagens mais representativas, António Cândido Franco procura demonstrar que a poesia de Quental é expressão e paisagem duma complexa metafísica que é capaz, porém, de se resolver numa unidade superior de todos os opostos. Creta é o local geográfico, mas também paisagem íntima, lugar mítico e literário explorado por Jorge de Sena no seu poema “Em Creta, com o Minotauro”. Elisa Nunes Esteves faz uma releitura deste texto, considerado um hino a Creta, salientando os temas da identidade, da relação com a pátria e o exílio idealizado pelo eu lírico. “Ser ou não ser Ofélia” eis a questão colocada por Carla Ferreira de Castro que acompanha os versos de Shakespeare com várias aproximações a diferentes momentos artísticos. O seu artigo confronta-nos com uma dupla perspetiva da paisagem, na vertente geográfica - a do riacho que Ofélia escolhe como mortalha - e na paisagem psicológica, que corresponde à essência da jovem órfã, incapaz de coexistir com as sucessivas perdas que experiência. A representação do “eu” e do “outro” na literatura do século XIX é o tema abordado por Ana Cláudia Salgueiro da Silva que propõe uma leitura de dois romances: Uma Família Inglesa de Júlio Dinis e O Primo Basílio de Eça de Queirós que, através de olhares plurais, oferecem uma visão distinta do real com finalidade pedagógica, nomeadamente a consolidação de estruturas fundamentais como o casamento. Os meandros do sentir e da interioridade e a forma como o confronto com a sociedade determina as deambulações efetuadas ao longo da diegese dos protagonistas de Eurico, o presbítero e Ivanhoe, são objeto da leitura comparada de Teresa Mendes que procura perceber os mecanismos narrativos e textuais encontrados por Alexandre Herculano e Walter Scott para construir as suas personagens. Este primeiro volume de Estudos de Literatura do Centro de Estudos em Letras (CEL – UÉ), intitulado Paisagens do Ser, apresenta-se como uma coletânea de artigos de crítica literária que se debruçam sobre obras em modos discursivos diversos – narrativas, textos dramáticos e líricos – que, pela sua multiplicidade, Estudos de Literatura: Paisagens do Ser / Landscapes of the Self testemunham do vigor e contemporaneidade da representação literária do indivíduo e da sociedade. |
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A adoção de abordagens críticas diferentes visa dar visibilidade a trabalhos na área da literatura e da cultura que discutem questões de identidade, de memória, de poder ou de representação, entre outras, em contextos e em tempos sociais e culturais diversos, desde a esfera pública à privada, aos vários lugares e espaços de intimidade ou de exterioridade e de alteridade, dando voz à multiplicidade e heterogeneidade da investigação do CEL-UÉ. Nesta diversidade das Paisagens do Ser, de que testemunham estes artigos, transparecem duas grandes áreas: as Paisagens exteriores e as Paisagens interiores. A cidade, nas suas mais variadas figurações é, por excelência, a paisagem física, se não a predileta, a que mais inspirou os artistas, sobretudo desde o século XIX. 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A representação do “eu” e do “outro” na literatura do século XIX é o tema abordado por Ana Cláudia Salgueiro da Silva que propõe uma leitura de dois romances: Uma Família Inglesa de Júlio Dinis e O Primo Basílio de Eça de Queirós que, através de olhares plurais, oferecem uma visão distinta do real com finalidade pedagógica, nomeadamente a consolidação de estruturas fundamentais como o casamento. Os meandros do sentir e da interioridade e a forma como o confronto com a sociedade determina as deambulações efetuadas ao longo da diegese dos protagonistas de Eurico, o presbítero e Ivanhoe, são objeto da leitura comparada de Teresa Mendes que procura perceber os mecanismos narrativos e textuais encontrados por Alexandre Herculano e Walter Scott para construir as suas personagens. Este primeiro volume de Estudos de Literatura do Centro de Estudos em Letras (CEL – UÉ), intitulado Paisagens do Ser, apresenta-se como uma coletânea de artigos de crítica literária que se debruçam sobre obras em modos discursivos diversos – narrativas, textos dramáticos e líricos – que, pela sua multiplicidade, Estudos de Literatura: Paisagens do Ser / Landscapes of the Self testemunham do vigor e contemporaneidade da representação literária do indivíduo e da sociedade.CEL-UÉ. 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Nesta diversidade das Paisagens do Ser, de que testemunham estes artigos, transparecem duas grandes áreas: as Paisagens exteriores e as Paisagens interiores. A cidade, nas suas mais variadas figurações é, por excelência, a paisagem física, se não a predileta, a que mais inspirou os artistas, sobretudo desde o século XIX. Fernando Gomes, percorrendo alguns autores ao longo dos séculos, relembra as origens do mito da cidade perversa em oposição à cidade da perfeição, salientando as funções literárias desse confronto assim como a ambivalência do homem perante a sua criação. Londres, nomeadamente os modos como é representada como um lugar de Poder em contextos privados, sociais e políticos, nos dois volumes da autobiografia política de Margaret Thatcher: The Path to Power e The Downing Street Years, é tema do artigo da coautoria de Ana Clara Birrento e Olga Gonçalves. 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Celina Martins expõe o modo como estas narrativas encenam a viagem iniciática dos protagonistas numa África concebida como espaço de transcendência, um lugar de iniciação e abertura à alteridade. As paisagens interiores influenciadas, quer positiva quer negativamente, pelo ambiente que nos rodeia são fonte inesgotável de criação literária. A tradição satírica instituída por Horácio – produção da sua sátira enquanto caminha pela cidade – é inspiração do enunciador dos poemas de Nicolau Tolentino. Carlos Nogueira procura demonstrar que é através de um riso instável que o eu-poetapersonagem tolentiniano desconstrói os modelos morais e comportamentais de toda a sociedade do seu tempo. Por seu turno, a poesia de Antero de Quental apresenta um jogo cerrado e dialético de imagens e de pensamentos. Destacando a negatividade e as suas imagens mais representativas, António Cândido Franco procura demonstrar que a poesia de Quental é expressão e paisagem duma complexa metafísica que é capaz, porém, de se resolver numa unidade superior de todos os opostos. Creta é o local geográfico, mas também paisagem íntima, lugar mítico e literário explorado por Jorge de Sena no seu poema “Em Creta, com o Minotauro”. Elisa Nunes Esteves faz uma releitura deste texto, considerado um hino a Creta, salientando os temas da identidade, da relação com a pátria e o exílio idealizado pelo eu lírico. “Ser ou não ser Ofélia” eis a questão colocada por Carla Ferreira de Castro que acompanha os versos de Shakespeare com várias aproximações a diferentes momentos artísticos. O seu artigo confronta-nos com uma dupla perspetiva da paisagem, na vertente geográfica - a do riacho que Ofélia escolhe como mortalha - e na paisagem psicológica, que corresponde à essência da jovem órfã, incapaz de coexistir com as sucessivas perdas que experiência. A representação do “eu” e do “outro” na literatura do século XIX é o tema abordado por Ana Cláudia Salgueiro da Silva que propõe uma leitura de dois romances: Uma Família Inglesa de Júlio Dinis e O Primo Basílio de Eça de Queirós que, através de olhares plurais, oferecem uma visão distinta do real com finalidade pedagógica, nomeadamente a consolidação de estruturas fundamentais como o casamento. Os meandros do sentir e da interioridade e a forma como o confronto com a sociedade determina as deambulações efetuadas ao longo da diegese dos protagonistas de Eurico, o presbítero e Ivanhoe, são objeto da leitura comparada de Teresa Mendes que procura perceber os mecanismos narrativos e textuais encontrados por Alexandre Herculano e Walter Scott para construir as suas personagens. Este primeiro volume de Estudos de Literatura do Centro de Estudos em Letras (CEL – UÉ), intitulado Paisagens do Ser, apresenta-se como uma coletânea de artigos de crítica literária que se debruçam sobre obras em modos discursivos diversos – narrativas, textos dramáticos e líricos – que, pela sua multiplicidade, Estudos de Literatura: Paisagens do Ser / Landscapes of the Self testemunham do vigor e contemporaneidade da representação literária do indivíduo e da sociedade. |
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