Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.19/2557 |
Resumo: | Enquadramento: A interrupção voluntária da gravidez tem sido um tema controverso nas sociedades economicamente desenvolvidas, abrangendo múltiplas perspetivas, mobilizando valores humanos, éticos, sociais, psicológicos, políticos; técnicos e económicos. O conhecimento desta temática por parte dos profissionais de saúde constitui-se como essencial na promoção do planeamento familiar e do empoderamento da mulher/ casal na adesão a comportamentos assertivos com uma vivência da sexualidade responsável e saudável. Objetivos: Identificar as variáveis sociodemográficas e obstétricas que são determinantes nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez; Analisar a influência da autoestima, da funcionalidade familiar, do suporte social e da satisfação com a vida conjugal nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Métodos: Estudo não experimental, quantitativo, descritivo-correlacional e explicativo, com uma amostra não probabilística por conveniência (n=101). A recolha de dados efetuou-se através de um questionário constituído por uma componente sociodemográfica e historial obstétrico, e por uma segunda parte onde recorremos a quatro escalas: Funcionalidade familiar, SmilKstein (1978), versão portuguesa de Azevedo & Matos (1989); Self Esteem Scale, Rosenberg (1965), versão portuguesa de Santos & Maia (1999, 2003); Satisfação com o suporte social, Ribeiro (1999); Satisfação em áreas da vida conjugal, Narciso, I. & Costa, M. E. (1996). Este instrumento de colheita de dados foi aplicado a mulheres que interromperam a gravidez num hospital da região centro. Resultados: A idade das mulheres oscilou entre os 16 e os 49 anos, 61,4% são solteiras/ divorciadas, apresentam um agregado familiar médio de 3,18 elementos, (48,3%) são gesta três e têm em média de 5,81 semanas de gestação. 97% não planeou esta gravidez. Constatamos diferenças estatísticas significativas para as variáveis: Idade, são as mulheres mais novas que mais valorizam a dimensão “motivos de ordem pessoal” (p=0,001) e a “atitude total” (p=0,036); Nacionalidade, são as mulheres estrangeiras que maior importância atribuem à dimensão “motivos familiares” (p=0,035); Situação laboral, são as estudantes que revelam interromper a gravidez por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). 52,5% aponta motivos de ordem económica para a concretizar, são as mulheres mais velhas (53,6%) que maior significado atribuem à dimensão “motivos de ordem económica” (p=0,000), enquanto que as Primigestas o fazem por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). Verificamos ainda que os “motivos de ordem familiar” são os mais significativos nas mulheres com disfuncionalidade familiar leve (p=0,007), com moderada satisfação com o suporte social (p=0,014) e baixa satisfação conjugal (p=0,002). Por fim, constatamos que o Suporte social, na dimensão “intimidade” (p=0,000 - 0,006), face aos motivos de ordem familiar e total das atitudes, respetivamente, e “suporte social total” (p=0,005 ) relativamente aos motivos de ordem socioeconómica; e a Satisfação em áreas da vida conjugal, nas dimensões “sexualidade” (p=0,000) e “autonomia” (p=0,021 ), quanto aos motivos de ordem familiar e pessoal, respetivamente; têm poder preditivo sobre as atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Conclusão: Podemos assim afirmar que a idade, a situação laboral, a nacionalidade, ser primigesta, as motivações económicas, funcionalidade familiar, a satisfação com o suporte social e a satisfação conjugal apresentam evidências de sensibilidade no contexto da interrupção voluntária da gravidez. O conhecimento mais aprofundado das atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez, permitirá produzir reflexos na prática de cuidados especializados, no contexto do planeamento familiar e pré-concecional, visando a excelência das práticas em Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecologia. Palavras-chave: Atitudes, interrupção voluntária da gravidez, funcionalidade familiar, autoestima, suporte social e satisfação conjugal. |
id |
RCAP_814691c93b6281fe88b38dd187e7adf8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/2557 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidezAborto induzidoApoio socialAtitude perante a saúdeAuto-conceitoAuto-estimaCasamentoFamíliaMulherSatisfação pessoalSexualidadeAbortion, inducedAttitude to healthFamilyMarriagePersonal satisfactionSelf conceptSelf esteemSexualitySocial supportWomenEnquadramento: A interrupção voluntária da gravidez tem sido um tema controverso nas sociedades economicamente desenvolvidas, abrangendo múltiplas perspetivas, mobilizando valores humanos, éticos, sociais, psicológicos, políticos; técnicos e económicos. O conhecimento desta temática por parte dos profissionais de saúde constitui-se como essencial na promoção do planeamento familiar e do empoderamento da mulher/ casal na adesão a comportamentos assertivos com uma vivência da sexualidade responsável e saudável. Objetivos: Identificar as variáveis sociodemográficas e obstétricas que são determinantes nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez; Analisar a influência da autoestima, da funcionalidade familiar, do suporte social e da satisfação com a vida conjugal nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Métodos: Estudo não experimental, quantitativo, descritivo-correlacional e explicativo, com uma amostra não probabilística por conveniência (n=101). A recolha de dados efetuou-se através de um questionário constituído por uma componente sociodemográfica e historial obstétrico, e por uma segunda parte onde recorremos a quatro escalas: Funcionalidade familiar, SmilKstein (1978), versão portuguesa de Azevedo & Matos (1989); Self Esteem Scale, Rosenberg (1965), versão portuguesa de Santos & Maia (1999, 2003); Satisfação com o suporte social, Ribeiro (1999); Satisfação em áreas da vida conjugal, Narciso, I. & Costa, M. E. (1996). Este instrumento de colheita de dados foi aplicado a mulheres que interromperam a gravidez num hospital da região centro. Resultados: A idade das mulheres oscilou entre os 16 e os 49 anos, 61,4% são solteiras/ divorciadas, apresentam um agregado familiar médio de 3,18 elementos, (48,3%) são gesta três e têm em média de 5,81 semanas de gestação. 97% não planeou esta gravidez. Constatamos diferenças estatísticas significativas para as variáveis: Idade, são as mulheres mais novas que mais valorizam a dimensão “motivos de ordem pessoal” (p=0,001) e a “atitude total” (p=0,036); Nacionalidade, são as mulheres estrangeiras que maior importância atribuem à dimensão “motivos familiares” (p=0,035); Situação laboral, são as estudantes que revelam interromper a gravidez por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). 52,5% aponta motivos de ordem económica para a concretizar, são as mulheres mais velhas (53,6%) que maior significado atribuem à dimensão “motivos de ordem económica” (p=0,000), enquanto que as Primigestas o fazem por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). Verificamos ainda que os “motivos de ordem familiar” são os mais significativos nas mulheres com disfuncionalidade familiar leve (p=0,007), com moderada satisfação com o suporte social (p=0,014) e baixa satisfação conjugal (p=0,002). Por fim, constatamos que o Suporte social, na dimensão “intimidade” (p=0,000 - 0,006), face aos motivos de ordem familiar e total das atitudes, respetivamente, e “suporte social total” (p=0,005 ) relativamente aos motivos de ordem socioeconómica; e a Satisfação em áreas da vida conjugal, nas dimensões “sexualidade” (p=0,000) e “autonomia” (p=0,021 ), quanto aos motivos de ordem familiar e pessoal, respetivamente; têm poder preditivo sobre as atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Conclusão: Podemos assim afirmar que a idade, a situação laboral, a nacionalidade, ser primigesta, as motivações económicas, funcionalidade familiar, a satisfação com o suporte social e a satisfação conjugal apresentam evidências de sensibilidade no contexto da interrupção voluntária da gravidez. O conhecimento mais aprofundado das atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez, permitirá produzir reflexos na prática de cuidados especializados, no contexto do planeamento familiar e pré-concecional, visando a excelência das práticas em Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecologia. Palavras-chave: Atitudes, interrupção voluntária da gravidez, funcionalidade familiar, autoestima, suporte social e satisfação conjugal.Ferreira, Manuela Maria ConceiçãoDuarte, João CarvalhoInstituto Politécnico de ViseuFernandes, Bruno Filipe Almeida2015-01-20T11:50:20Z2014-03-2620142014-03-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/2557urn:tid:201164701porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-06T13:55:24Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/2557Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T00:09:21.045297Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
title |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
spellingShingle |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez Fernandes, Bruno Filipe Almeida Aborto induzido Apoio social Atitude perante a saúde Auto-conceito Auto-estima Casamento Família Mulher Satisfação pessoal Sexualidade Abortion, induced Attitude to health Family Marriage Personal satisfaction Self concept Self esteem Sexuality Social support Women |
title_short |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
title_full |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
title_fullStr |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
title_full_unstemmed |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
title_sort |
Atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez |
author |
Fernandes, Bruno Filipe Almeida |
author_facet |
Fernandes, Bruno Filipe Almeida |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Ferreira, Manuela Maria Conceição Duarte, João Carvalho Instituto Politécnico de Viseu |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fernandes, Bruno Filipe Almeida |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Aborto induzido Apoio social Atitude perante a saúde Auto-conceito Auto-estima Casamento Família Mulher Satisfação pessoal Sexualidade Abortion, induced Attitude to health Family Marriage Personal satisfaction Self concept Self esteem Sexuality Social support Women |
topic |
Aborto induzido Apoio social Atitude perante a saúde Auto-conceito Auto-estima Casamento Família Mulher Satisfação pessoal Sexualidade Abortion, induced Attitude to health Family Marriage Personal satisfaction Self concept Self esteem Sexuality Social support Women |
description |
Enquadramento: A interrupção voluntária da gravidez tem sido um tema controverso nas sociedades economicamente desenvolvidas, abrangendo múltiplas perspetivas, mobilizando valores humanos, éticos, sociais, psicológicos, políticos; técnicos e económicos. O conhecimento desta temática por parte dos profissionais de saúde constitui-se como essencial na promoção do planeamento familiar e do empoderamento da mulher/ casal na adesão a comportamentos assertivos com uma vivência da sexualidade responsável e saudável. Objetivos: Identificar as variáveis sociodemográficas e obstétricas que são determinantes nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez; Analisar a influência da autoestima, da funcionalidade familiar, do suporte social e da satisfação com a vida conjugal nas atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Métodos: Estudo não experimental, quantitativo, descritivo-correlacional e explicativo, com uma amostra não probabilística por conveniência (n=101). A recolha de dados efetuou-se através de um questionário constituído por uma componente sociodemográfica e historial obstétrico, e por uma segunda parte onde recorremos a quatro escalas: Funcionalidade familiar, SmilKstein (1978), versão portuguesa de Azevedo & Matos (1989); Self Esteem Scale, Rosenberg (1965), versão portuguesa de Santos & Maia (1999, 2003); Satisfação com o suporte social, Ribeiro (1999); Satisfação em áreas da vida conjugal, Narciso, I. & Costa, M. E. (1996). Este instrumento de colheita de dados foi aplicado a mulheres que interromperam a gravidez num hospital da região centro. Resultados: A idade das mulheres oscilou entre os 16 e os 49 anos, 61,4% são solteiras/ divorciadas, apresentam um agregado familiar médio de 3,18 elementos, (48,3%) são gesta três e têm em média de 5,81 semanas de gestação. 97% não planeou esta gravidez. Constatamos diferenças estatísticas significativas para as variáveis: Idade, são as mulheres mais novas que mais valorizam a dimensão “motivos de ordem pessoal” (p=0,001) e a “atitude total” (p=0,036); Nacionalidade, são as mulheres estrangeiras que maior importância atribuem à dimensão “motivos familiares” (p=0,035); Situação laboral, são as estudantes que revelam interromper a gravidez por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). 52,5% aponta motivos de ordem económica para a concretizar, são as mulheres mais velhas (53,6%) que maior significado atribuem à dimensão “motivos de ordem económica” (p=0,000), enquanto que as Primigestas o fazem por “motivos de ordem pessoal” (p=0,000). Verificamos ainda que os “motivos de ordem familiar” são os mais significativos nas mulheres com disfuncionalidade familiar leve (p=0,007), com moderada satisfação com o suporte social (p=0,014) e baixa satisfação conjugal (p=0,002). Por fim, constatamos que o Suporte social, na dimensão “intimidade” (p=0,000 - 0,006), face aos motivos de ordem familiar e total das atitudes, respetivamente, e “suporte social total” (p=0,005 ) relativamente aos motivos de ordem socioeconómica; e a Satisfação em áreas da vida conjugal, nas dimensões “sexualidade” (p=0,000) e “autonomia” (p=0,021 ), quanto aos motivos de ordem familiar e pessoal, respetivamente; têm poder preditivo sobre as atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez. Conclusão: Podemos assim afirmar que a idade, a situação laboral, a nacionalidade, ser primigesta, as motivações económicas, funcionalidade familiar, a satisfação com o suporte social e a satisfação conjugal apresentam evidências de sensibilidade no contexto da interrupção voluntária da gravidez. O conhecimento mais aprofundado das atitudes da mulher face à interrupção voluntária da gravidez, permitirá produzir reflexos na prática de cuidados especializados, no contexto do planeamento familiar e pré-concecional, visando a excelência das práticas em Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecologia. Palavras-chave: Atitudes, interrupção voluntária da gravidez, funcionalidade familiar, autoestima, suporte social e satisfação conjugal. |
publishDate |
2014 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2014-03-26 2014 2014-03-26T00:00:00Z 2015-01-20T11:50:20Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.19/2557 urn:tid:201164701 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.19/2557 |
identifier_str_mv |
urn:tid:201164701 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833600420271882240 |