Narrativas da Imagem e (Anti)Expanded Cinema em Julião Sarmento
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Publication Date: | 2014 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | https://doi.org/10.14591/aniki.v2n1.103 |
Summary: | Para lá da dificuldade em circunscrever o seu campo teórico e epistemológico – dada a pluralidade de acepções que o mesmo abarca e dos múltiplos desdobramentos que foram despontando nas últimas décadas, - uma das tónicas mais prementes afectas ao expanded cinema refere-se à sua relação com questões de narrativa. Embora pouco óbvia, a referência ao trabalho de Julião Sarmento neste domínio parece-nos particularmente útil, desde logo pelo modo como a obra do artista português configura a existência de um impulso contra-narrativo que, construindo-se primeiramente no interior de uma dialéctica singular entre a fotografia e o cinema, pulveriza de modo particularmente eficaz o centramento estrutural e a linearidade espácio-temporal da sequência de imagens. Seguindo um percurso que nos leva dos filmes experimentais do meio dos anos 70 até às instalações dos anos 2000, procuramos sugerir que a importância do estruturalismo e da perspectiva genealógica da história e da memória do cinema constituem, no contexto da obra do artista, aspectos cada vez mais significativos na pesquisa ligada às novas configurações perceptivas, cognitivas e topológicas que acompanham a emergência do cinema dito expandido. A originalidade e o posicionamento crítico do autor levar-nos-á, por último, a equacionar a hipótese de um anti-expanded-cinema: é que mais do que uma problemática restrita à evolução tecnológica e ao alargamento multi-disciplinar, em Sarmento a expansão do cinema refere-se, sobretudo, à expansão dos critérios ligados à circulação do pensamento e do desejo numa topologia de infra-significação que emerge das novas formas de narrar, de fazer e de exibir cinema. Desta forma, o que está em causa é pois todo um novo modo de identificar, nomear e complexificar a problemática do expanded cinema, para lá da sua definição ortodoxa. |
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Narrativas da Imagem e (Anti)Expanded Cinema em Julião SarmentoVisual Narratives and (Anti)Expanded Cinema in Julião SarmentoJulião SarmentoExpanded CinemaNarrativeStructuralismTimeDesireJulião SarmentoExpanded CinemaNarrativaEstruturalismoTempoDesejoPara lá da dificuldade em circunscrever o seu campo teórico e epistemológico – dada a pluralidade de acepções que o mesmo abarca e dos múltiplos desdobramentos que foram despontando nas últimas décadas, - uma das tónicas mais prementes afectas ao expanded cinema refere-se à sua relação com questões de narrativa. Embora pouco óbvia, a referência ao trabalho de Julião Sarmento neste domínio parece-nos particularmente útil, desde logo pelo modo como a obra do artista português configura a existência de um impulso contra-narrativo que, construindo-se primeiramente no interior de uma dialéctica singular entre a fotografia e o cinema, pulveriza de modo particularmente eficaz o centramento estrutural e a linearidade espácio-temporal da sequência de imagens. Seguindo um percurso que nos leva dos filmes experimentais do meio dos anos 70 até às instalações dos anos 2000, procuramos sugerir que a importância do estruturalismo e da perspectiva genealógica da história e da memória do cinema constituem, no contexto da obra do artista, aspectos cada vez mais significativos na pesquisa ligada às novas configurações perceptivas, cognitivas e topológicas que acompanham a emergência do cinema dito expandido. A originalidade e o posicionamento crítico do autor levar-nos-á, por último, a equacionar a hipótese de um anti-expanded-cinema: é que mais do que uma problemática restrita à evolução tecnológica e ao alargamento multi-disciplinar, em Sarmento a expansão do cinema refere-se, sobretudo, à expansão dos critérios ligados à circulação do pensamento e do desejo numa topologia de infra-significação que emerge das novas formas de narrar, de fazer e de exibir cinema. Desta forma, o que está em causa é pois todo um novo modo de identificar, nomear e complexificar a problemática do expanded cinema, para lá da sua definição ortodoxa.Beyond the difficulties in circumscribing expanded cinema theoretical and epistemological field – due to the plurality and multiple developments that it comprises, - one of the most pressing aspects concerning expanded cinema refers its relation with problems of narrativity. Although less obvious, the mention to Julião Sarmento’s work in this field seems to us particularly useful; to begin with, for the way his work is animated by a counter-narrative compulsion which, building up in the interior of a specific dialectic between cinema and photography, efficiently undermines structural centeredness and the linearity of sequential images. Following a thread encompassing the experimental films from the mid-70s to the installations of 2000s, we seek to argue that the importance of structuralism, as well the genealogical approach to the history and memory of cinema, constitute, within Sarmento’s oeuvre, increasingly important aspects to assess the new forms of perceptive, cognitive and topological arrangements that go along the emergence of the so called expanded cinema. Ultimately, the originality and the critical stance maintained by the artist leads us towards the consideration of an anti-expanded-cinema: more than a thematic traced within the limits of technological development and multi-disciplinary spreading, in Sarmento’s case, the expansion of cinema concerns, mostly, the expansion of the criteria related with the circulation of thought and desire throughout a topology of infra-signification that emerges from the new possibilities of narration, of making and exhibiting cinema. Accordingly, what is at issue is an overall distinct possibility of identify, designate and problematize the category of expanded cinema, beyond its orthodox definition.AIM - Associação de Investigadores da Imagem em Movimento2014-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdftext/htmlhttps://doi.org/10.14591/aniki.v2n1.103https://doi.org/10.14591/aniki.v2n1.103Aniki: Portuguese Journal of the Moving Image; Vol 2 No 1 (2015): Expanded cinema; 49-72Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento; v. 2 n. 1 (2015): Cinema expandido; 49-722183-1750reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttp://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/103http://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/103/pdfhttp://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/103/htmlDuarte, Miguel MesquitaMarques, Brunoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-26T02:01:35Zoai:aim.org.pt/ojs/:article/103Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T12:33:15.741302Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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Para lá da dificuldade em circunscrever o seu campo teórico e epistemológico – dada a pluralidade de acepções que o mesmo abarca e dos múltiplos desdobramentos que foram despontando nas últimas décadas, - uma das tónicas mais prementes afectas ao expanded cinema refere-se à sua relação com questões de narrativa. Embora pouco óbvia, a referência ao trabalho de Julião Sarmento neste domínio parece-nos particularmente útil, desde logo pelo modo como a obra do artista português configura a existência de um impulso contra-narrativo que, construindo-se primeiramente no interior de uma dialéctica singular entre a fotografia e o cinema, pulveriza de modo particularmente eficaz o centramento estrutural e a linearidade espácio-temporal da sequência de imagens. Seguindo um percurso que nos leva dos filmes experimentais do meio dos anos 70 até às instalações dos anos 2000, procuramos sugerir que a importância do estruturalismo e da perspectiva genealógica da história e da memória do cinema constituem, no contexto da obra do artista, aspectos cada vez mais significativos na pesquisa ligada às novas configurações perceptivas, cognitivas e topológicas que acompanham a emergência do cinema dito expandido. A originalidade e o posicionamento crítico do autor levar-nos-á, por último, a equacionar a hipótese de um anti-expanded-cinema: é que mais do que uma problemática restrita à evolução tecnológica e ao alargamento multi-disciplinar, em Sarmento a expansão do cinema refere-se, sobretudo, à expansão dos critérios ligados à circulação do pensamento e do desejo numa topologia de infra-significação que emerge das novas formas de narrar, de fazer e de exibir cinema. Desta forma, o que está em causa é pois todo um novo modo de identificar, nomear e complexificar a problemática do expanded cinema, para lá da sua definição ortodoxa. |
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