Dois homens, duas cabeças e um chapéu: Manuel Valadares e Rómulo de Carvalho, contributos para a ciência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Carlos Manique da
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Peres, Isabel Marília
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/64733
Resumo: Na década de 1930, vários jovens licenciados ou professores universitários foram enviados para o estrangeiro como bolseiros. Regressaram a Portugal acreditando que o conhecimento científico era essencial para o desenvolvimento do país, económica e socialmente. Parte desse grupo de bolseiros, nele se incluindo Manuel Valadares (1904-1982), deu origem ao “Núcleo de Matemática, Física e Química”; era incentivado por Augusto Pires Celestino da Costa (1884-1956), que liderava o Instituto para a Alta Cultura (IAC). O dito grupo fundou laboratórios de investigação, a exemplo do Centro de Estudos de Física da Universidade de Lisboa, bem como criou revistas destinadas à publicação de trabalhos científicos, como a Portugaliae Matemática, em 1937, e a Portugaliae Physica, em 19431. Por outro lado, com o objetivo de divulgar o conhecimento científico entre professores e estudantes, foram editadas revistas como a Gazeta de Matemática, em 1939, e a Gazeta de Física, em 1946. O florescimento da ciência em Portugal foi travado pelo governo de António de Oliveira Salazar, que procurou afastar quase todos aqueles que, de algum modo, contribuíam para esse desenvolvimento. Algumas dezenas de professores universitários foram de- mitidos, rumando em certos casos ao exílio, tal como sucedeu a Manuel Valadares, em 1947, que era, de resto, filiado no Partido Comunista Português (PCP). Mesmo assim, isto é, a distância, não deixou de ter influência na investigação científica que se foi fazendo em Portugal. Rómulo de Carvalho, que desde o liceu tinha tendências comunistas, trabalhou contra o ideal fascista do regime salazarista, através dos livros sobre ciência e da sua poesia. Dessa forma, incentivou os portugueses a terem uma compreensão do mundo mais ampla e independente para poderem refletir sobre ciência e sociedade. O propósito do artigo é, pois, dar a conhecer o papel que os dois atores desempenharam na divulgação do conhecimento científico e na construção de uma certa visão de sociedade.
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