Pastores, pastoreio e risco de incêndio: aliados, cúmplices ou concorrentes?
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Publication Date: | 2018 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10198/18929 |
Summary: | As estatísticas dos incêndios florestais revelam que ao longo dos últimos 36 anos, Portugal foi o único entre os países do sul da Europa que não conseguiu reduzir significativamente a média anual da área ardida. Os trágicos incêndios de 2017, mais uma vez, revelaram a extrema vulnerabilidade de Portugal a condições meteorológicas extremas e a premência em encontrar meios eficazes de gestão dos combustíveis. Apesar da Estratégia Nacional para as Florestas (ENF), prever a gestão de combustíveis através do pastoreio, a sua promoção não tem sido efetiva, sendo muitas vezes, mesmo em meios técnicos, vista com desconfiança. A promoção do pastoreio dirigido (consumo de combustíveis) é complexa, a possibilidade de transformar combustíveis em recursos alimentares reclama a integração de conhecimentos multidisciplinares. O tipo de recurso/combustível condiciona o tipo de animal – herbívoro-pastador ou lignívoro – a utilizar; o consumo de combustíveis não palatáveis pressupõe o seu enquadramento como serviço e não como forma produtiva. À parte das questões biológicas, as de natureza social, também colocam desafios significativos, a promoção do pastoreio dirigido dificilmente poderá ocorrer sem a valorização social da atividade silvopastoril e do combate ao estigma que recai ainda hoje sobre os pastores. O objetivo deste trabalho é comparar a aceitabilidade (preferência positiva ou negativa) das espécies arbustivas mais representativas nas dietas de caprinos da raça Serrana no Nordeste de Portugal com a sua inflamabilidade. Os resultados mostraram que, por vezes, palatabilidade e inflamabilidade não variam no mesmo sentido; no caso das ericáceas (Erica sp.) e esteva (Cistus ladanifer), a inflamabilidade é muito elevada (nível máximo) no verão e o valor de preferência, variou entre espécie recusada a pouco preferida, sugerindo que o consumo de diversas espécies combustíveis não é interessante do ponto de vista produtivo consequentemente a sua remoção deve ser enquadrada como um serviço. |
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