Perfil das mulheres que recorrem a uma interrupção voluntária da gravidez num hospital terciário português: período pré e pandémico ao COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Palma,Sara
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Presado,Helena, São-João,Ricardo, Godinho,Ana Beatriz, Mira,Ana Rita, Pereira,Alcides, Ayres-de-Campos,Diogo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
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Resumo: Resumo Introdução: O efeito da pandemia COVID-19 no acesso a métodos contracetivos, na ocorrência de gestações não planeadas e na interrupção-voluntária-da-gravidez, em Portugal, é ainda desconhecido. É possível que o maior isolamento das populações e a reorganização dos cuidados de saúde para fazer face ao elevado número de infeções, possa ter reduzido a acessibilidade às consultas de planeamento familiar com repercussões na interrupção-voluntária-da-gravidez. Objetivos: Avaliar o impacto da pandemia COVID-19 no número e perfil das mulheres que realizaram uma interrupção-voluntária-da-gravidez num hospital terciário português. Desenho do Estudo: Observacional e retrospetivo. População: 1287 mulheres que realizaram uma interrupção-voluntária-da-gravidez. Métodos: Dados recolhidos através dos processos clínicos informatizados onde foram avaliadas as caraterísticas sociodemográficas e reprodutivas das mulheres que realizaram interrupções-voluntárias-da-gravidez, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. O ano 2019 foi considerado como período pré-pandémico e 2020 o primeiro ano da pandemia. Resultados: Em 2020, verificou-se um ligeiro aumento no número de interrupções-voluntárias-da-gravidez. As mulheres são, maioritariamente, portuguesas, nulíparas e solteiras. Observa-se uma redução do número de interrupções-de-gravidez nas adolescentes e um aumento em mulheres com idade superior a 31 anos, ensino secundário, desempregadas, com pouca qualificação laboral e estudantes. Assinala-se uma pronunciada redução (38%), das interrupções-voluntárias-da-gravidez agendadas através dos cuidados primários e com médico de família. Verifica-se um incremento (18%) no número de consultas de follow-up hospitalar e um decréscimo (45%) nas de planeamento familiar agendadas no centro de saúde. Um número elevado de mulheres não utilizava contraceção antes do procedimento. Assistiu-se a um aumento de 8,6% das que escolheram contracetivos-reversíveis-de-longa-duração e o anel vaginal após o procedimento. Conclusão: Em 2020, ocorreu uma clara diminuição da resposta dos cuidados primários na área do planeamento familiar. As mulheres, eram mais velhas, desempregadas, sem qualificação ou estudantes, optando por contracetivos reversíveis de longa duração e anel vaginal.
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