Construção de uma exposição temporária no Museu da Horta : conceção, museografia e mediação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.3/5064 |
Resumo: | A museologia nos Açores, desde o século XIX, encontra-se em constante evolução e crescimento. Este é notório desde o século XIX com o aparecimento das primeiras experiências museológicas até ao século XXI com a criação de uma rede açoriana de museus. Este trabalho centra-se na museologia açoriana, em particular no Museu Regional localizado na cidade da Horta, na Ilha do Faial: o Museu da Horta. Esta é uma das principais e mais relevantes instituições museológicas da ilha. Localizada no centro histórico da cidade no edifício do Antigo Colégio dos Jesuítas, esta instituição possui um acervo variado e heterogéneo que inclui uma coleção única em todo o arquipélago açoriano, a coleção de Miolo de Figueira, que constitui um dos grandes atrativos deste museu exposto com carácter duradouro. À parte das limitações espaciais e de pessoal manifestadas pela instituição ao longo da sua existência, nos últimos anos, este museu tem aumentado a sua atividade expositiva, quer com a abertura de novas exposições temporárias e de longa duração, que exploram temáticas de relevância histórica local, quer pela inauguração do seu núcleo museográfico da Casa Manuel de Arriaga no âmbito do Centenário da República Portuguesa. Neste contexto, o Museu da Horta tem realizado um contínuo esforço e trabalho no aperfeiçoamento das suas condições, apostando no aumento da sua área expositiva, o que permite uma nova e renovada programação museológica, mas também na melhoria das condições de reservas com um constante trabalho na conservação e inventariação do acervo. Num sentido lato, este trabalho visa valorizar esta instituição e as suas coleções bem como prestar um contributo positivo e educacional à cultura e população local. Esta valoração passa por um trabalho de conceptualização de um novo programa e conteúdo museológico temporário, que saia do conforto da instituição, com uma temática nunca abordada ou com pouca relevância. Tendo em conta que uma exposição é um iniciador de conversas com um complemento educacional, este programa inclui um projeto de mediação. Partindo de um interesse pessoal pela história e cultura local, e assente numa museologia de género, surge a ideia de programar um conteúdo baseado na mulher faialense no contexto da cidade da Horta. Pode-se afirmar que o objetivo secundário deste trabalho e programa museológico é honrar a memória de mulheres, anónimas ou não, que prestaram um vasto e inegável contributo à sociedade e cultura, cujos nomes e obra foram arquivados ou até mesmo esquecidos. A exposição serve assim como um lembrete das mulheres faialenses nas suas diversas vertentes, retirando-as da sombra, mesmo que seja por alguns meses. No contexto da investigação científica para este programa museológico, estabelecemos a linha cronológica compreendida entre o início do século XIX até à década de 30 do século XX. A escolha deste período para estudo e consequente construção do plano científico, deve-se ao facto de este período ter interesse cultural e histórico para a cidade da Horta, além de ser uma época dentro da temporalidade apresentada por esta instituição museológica. Nesta época, a Horta era uma cidade munida de uma imensa vitalidade e movimento, em muito devido à natureza do seu porto natural, centralidade e estabelecimento dos cônsules de diversos países bem como a constante passagem de visitantes estrangeiros. Foi nesta época que se fizeram grandes melhoramentos nas infraestruturas da cidade como a construção do seu porto e a instalação dos cabos transatlânticos e da rede de luz pública. É nesta sociedade cosmopolita que a mulher faialense em estudo nasce e se desenvolve. Uma mulher que aos poucos se liberta da dependência imposta, seja pelo poder patriarcal ou pela própria sociedade, e que começa a abrir, de um modo transversal à classe social, os seus horizontes laborais, culturais e privados. Elas começam a usufruir gradualmente de extensa e variada educação escolar que lhes permite uma participação mais ativa na vida cultural local através da escrita, música e até mesmo desporto. |
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À parte das limitações espaciais e de pessoal manifestadas pela instituição ao longo da sua existência, nos últimos anos, este museu tem aumentado a sua atividade expositiva, quer com a abertura de novas exposições temporárias e de longa duração, que exploram temáticas de relevância histórica local, quer pela inauguração do seu núcleo museográfico da Casa Manuel de Arriaga no âmbito do Centenário da República Portuguesa. Neste contexto, o Museu da Horta tem realizado um contínuo esforço e trabalho no aperfeiçoamento das suas condições, apostando no aumento da sua área expositiva, o que permite uma nova e renovada programação museológica, mas também na melhoria das condições de reservas com um constante trabalho na conservação e inventariação do acervo. Num sentido lato, este trabalho visa valorizar esta instituição e as suas coleções bem como prestar um contributo positivo e educacional à cultura e população local. Esta valoração passa por um trabalho de conceptualização de um novo programa e conteúdo museológico temporário, que saia do conforto da instituição, com uma temática nunca abordada ou com pouca relevância. Tendo em conta que uma exposição é um iniciador de conversas com um complemento educacional, este programa inclui um projeto de mediação. Partindo de um interesse pessoal pela história e cultura local, e assente numa museologia de género, surge a ideia de programar um conteúdo baseado na mulher faialense no contexto da cidade da Horta. Pode-se afirmar que o objetivo secundário deste trabalho e programa museológico é honrar a memória de mulheres, anónimas ou não, que prestaram um vasto e inegável contributo à sociedade e cultura, cujos nomes e obra foram arquivados ou até mesmo esquecidos. A exposição serve assim como um lembrete das mulheres faialenses nas suas diversas vertentes, retirando-as da sombra, mesmo que seja por alguns meses. No contexto da investigação científica para este programa museológico, estabelecemos a linha cronológica compreendida entre o início do século XIX até à década de 30 do século XX. A escolha deste período para estudo e consequente construção do plano científico, deve-se ao facto de este período ter interesse cultural e histórico para a cidade da Horta, além de ser uma época dentro da temporalidade apresentada por esta instituição museológica. Nesta época, a Horta era uma cidade munida de uma imensa vitalidade e movimento, em muito devido à natureza do seu porto natural, centralidade e estabelecimento dos cônsules de diversos países bem como a constante passagem de visitantes estrangeiros. Foi nesta época que se fizeram grandes melhoramentos nas infraestruturas da cidade como a construção do seu porto e a instalação dos cabos transatlânticos e da rede de luz pública. É nesta sociedade cosmopolita que a mulher faialense em estudo nasce e se desenvolve. 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