A experiência da pessoa com dor crónica do foro oncológico : estudo fenomenológico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/14638 |
Resumo: | A dor crónica do foro oncológico caracteriza-se por ser uma experiência subjetiva, individual e multidimensional, pois envolve a dimensão física, a psicológica, a social e a espiritual. Definiu-se como objetivo deste estudo: Compreender como é que a pessoa experiencia a dor crónica do foro oncológico. Desta forma, os nossos propósitos levaram-nos a optar por um método de investigação qualitativo de orientação fenomenológica, na perspetiva de Martin Heidegger. A amostra feita intencionalmente foi constituída por doentes seguidos na consulta da dor, do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja. Como instrumento de colheita de dados optámos pela entrevista parcialmente estruturada, sendo os temas propostos: a descrição da dor; o viver o dia-a-dia com a dor; a forma de lidar com as limitações impostas pela dor/doença e as estratégias de gestão utilizadas no controle da dor. Após a recolha de dados e a sua transcrição, procedemos às diferentes etapas da redução fenomenológica tendo por base a metodologia preconizada por Deschamps (1993), que teve o seu início com a colocação em evidência do sentido global do texto. De seguida procedemos à identificação das unidades de significação, posteriormente efetuámos o desenvolvimento do conteúdo das unidades de significação e por fim elaborámos a síntese do conjunto das unidades de significação. Através do agrupamento das unidades de significação, emergiram os temas principais: o Ser-aí e o significado da dor; a relação do Dasein na experiência da dor crónica do foro oncológico; a angústia decorrente da proximidade da morte; a transcendência na experiência da pessoa com dor crónica do foro oncológico; a ambiguidade da solicitude, na experiência da pessoa com dor crónica do foro oncológico e a aprendizagem, na experiência da pessoa com dor crónica do foro oncológico. Os resultados do estudo confirmam que o significado de “dor” é único para cada pessoa, mostram que a perda de papéis dentro da família traduziu-se em sentimentos de impotência e de tristeza. A angústia decorrente da proximidade da morte, sentida em alguns dos entrevistados, revela as questões do sentido da vida/morte, da finitude e as manifestações de resignação, medo, tristeza e revolta, bem como o aceitar o sofrimento, na tentativa de encontrar-lhe um sentido, capaz de lhes proporcionar crescimento interior. Verificámos também que a esperança, descrita como uma força interior, dá-lhes uma capacidade de transcendência capaz de impulsionar o pensamento positivo e influenciar o bem-estar físico, psicológico, social e espiritual. A atenção diferenciada e a preocupação manifestadas pela família são reconhecidas, pelos sujeitos do estudo, como manifestações de apoio, mas também produzem nos mesmos uma ambiguidade de sentimentos. Alguns dos entrevistados, consideram que aprenderam com a doença e cresceram interiormente, ao desenvolverem abertura espiritual, disponibilidade interior e compaixão pelo sofrimento dos que estão à sua volta. Como propostas futuras, este estudo pode constituir uma base para novas pesquisas neste âmbito e possibilitar a reflexão dos enfermeiros, enquanto seres de cuidado e consequentemente proporcionar o enriquecimento e crescimento interior dos mesmos, para que possam cuidar e dar sentido às suas intervenções de forma mais autêntica e personalizada. |
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