A conspiração do silêncio em cuidados paliativos : os actores, contextos e práticas na perspectiva da equipa multidisciplinar
| Main Author: | |
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| Publication Date: | 2009 |
| Format: | Master thesis |
| Language: | por |
| Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| Download full: | http://hdl.handle.net/10400.14/3619 |
Summary: | A conspiração do silêncio é um processo de ocultação de informação ao doente. Acontece com frequência em cuidados paliativos, contexto sensível às questões da dor, do sofrimento e da morte. O presente estudo surgiu da necessidade de conhecer a vivência da conspiração do silêncio na perspectiva da equipa multidisciplinar em cuidados paliativos. Consideramos que esta investigação terá relevância para a melhoria da prestação de cuidados paliativos ao pretender conhecer um fenómeno que parece constituir um entrave à criação de condições de humanização, de tranquilidade e de comunicação aberta, características deste tipo de cuidados. Neste sentido, elegeu-se a Grounded Theory como referencial metodológico capaz de nos ajudar na concretização deste objectivo. Através da observação participante, da realização de entrevistas e Focus Group aos elementos da equipa multidisciplinar do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia do Porto, conseguimos compreender como é vivenciada a conspiração do silêncio neste contexto de cuidados, na perspectiva da equipa, quer para o doente, quer para a família, quer para si própria. Através da análise dos dados percebemos que o doente, a família e a equipa são os três actores intervenientes na conspiração do silêncio em cuidados paliativos. Compreendemos que esta, ao ocorrer, pode consequentemente ser mantida ou ser destruída. A conspiração do silêncio pode ser mantida e ser considerada adaptativa e, nesse sentido, não tem consequências negativas, podendo o doente viver tranquilamente, visto essa situação não lhe causar preocupação. No entanto, pode também ser não adaptativa e, nesse sentido, cria desconforto, angústia e isolamento, dificulta a abordagem da própria equipa, impede despedidas, prolonga os processos de agonia e desfavorece a comunicação. Posto isto, há necessidade que seja destruída, sendo que qualquer um dos elementos intervenientes pode propiciar que isso aconteça através de diferentes estratégias. Quando a conspiração do silêncio é destruída, considera-se que isso traz consequências quer positivas, quer negativas, para os três actores, concluindo-se, no entanto, que as positivas superam as negativas. A equipa sofre represálias e lida com a revolta quando destrói a conspiração, no doente verifica-se sempre um sofrimento inicial, enquanto na família se constata uma dificuldade acrescida na vivência do luto. Quando se consegue avançar com este processo o cuidar fica facilitado, consegue-se cuidar num todo, a equipa acaba por lidar com a gratidão, todos ficam em sintonia com a equipa, o doente pode ter uma morte tranquila e percebe-se melhor os relacionamentos no seio da família. Assim, concluímos que uma relação de verdade, com a destruição dos silêncios gera, certamente, uma angústia e um sofrimento iniciais, mas evita os efeitos negativos de não adaptação às situações vividas no contexto dos cuidados paliativos. |
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A conspiração do silêncio é um processo de ocultação de informação ao doente. Acontece com frequência em cuidados paliativos, contexto sensível às questões da dor, do sofrimento e da morte. O presente estudo surgiu da necessidade de conhecer a vivência da conspiração do silêncio na perspectiva da equipa multidisciplinar em cuidados paliativos. Consideramos que esta investigação terá relevância para a melhoria da prestação de cuidados paliativos ao pretender conhecer um fenómeno que parece constituir um entrave à criação de condições de humanização, de tranquilidade e de comunicação aberta, características deste tipo de cuidados. Neste sentido, elegeu-se a Grounded Theory como referencial metodológico capaz de nos ajudar na concretização deste objectivo. Através da observação participante, da realização de entrevistas e Focus Group aos elementos da equipa multidisciplinar do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia do Porto, conseguimos compreender como é vivenciada a conspiração do silêncio neste contexto de cuidados, na perspectiva da equipa, quer para o doente, quer para a família, quer para si própria. Através da análise dos dados percebemos que o doente, a família e a equipa são os três actores intervenientes na conspiração do silêncio em cuidados paliativos. Compreendemos que esta, ao ocorrer, pode consequentemente ser mantida ou ser destruída. A conspiração do silêncio pode ser mantida e ser considerada adaptativa e, nesse sentido, não tem consequências negativas, podendo o doente viver tranquilamente, visto essa situação não lhe causar preocupação. No entanto, pode também ser não adaptativa e, nesse sentido, cria desconforto, angústia e isolamento, dificulta a abordagem da própria equipa, impede despedidas, prolonga os processos de agonia e desfavorece a comunicação. Posto isto, há necessidade que seja destruída, sendo que qualquer um dos elementos intervenientes pode propiciar que isso aconteça através de diferentes estratégias. Quando a conspiração do silêncio é destruída, considera-se que isso traz consequências quer positivas, quer negativas, para os três actores, concluindo-se, no entanto, que as positivas superam as negativas. A equipa sofre represálias e lida com a revolta quando destrói a conspiração, no doente verifica-se sempre um sofrimento inicial, enquanto na família se constata uma dificuldade acrescida na vivência do luto. Quando se consegue avançar com este processo o cuidar fica facilitado, consegue-se cuidar num todo, a equipa acaba por lidar com a gratidão, todos ficam em sintonia com a equipa, o doente pode ter uma morte tranquila e percebe-se melhor os relacionamentos no seio da família. Assim, concluímos que uma relação de verdade, com a destruição dos silêncios gera, certamente, uma angústia e um sofrimento iniciais, mas evita os efeitos negativos de não adaptação às situações vividas no contexto dos cuidados paliativos. |
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