Avaliar o impacto de duas temperaturas em biomarcadores de crescimento e de stress no cultivo de corvina-legítima (Argyrosomus regius (Asso, 1801))

• Autor(a) principal: Antunes, Miguel Mergulhão da Silva Ferrão
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7974
• topic: Argyrosomus regius; Corvina-legítima; Temperatura; Crescimento; Stress oxidativo

A corvina legítima, Argyrosomus regius, é um peixe teleósteo pertencente à família Sciaenidae e à ordem Perciformes. Esta espécie tem potencial para a produção em larga escala porque possui várias características positivas, como a fácil adaptação às condições de cativeiro, crescimento rápido, boa conversão alimentar, elevado valor nutricional e uma boa aceitação por parte do consumidor. A temperatura da água é um dos principais fatores que exerce influência na atividade metabólica e fisiológica dos peixes porque são animais que não conseguem regular a temperatura corporal. Essa influência pode afetar o apetite, crescimento, desenvolvimento e reprodução dos peixes. Em aquacultura, a temperatura para o cultivo da espécie pode estar entre os 22 e os 25ºC. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de duas temperaturas da água na sobrevivência, desenvolvimento e crescimento de juvenis de corvina. Para isso, durante um período de 45 dias foram estudados 1800 juvenis de corvina nas instalações da Estação Piloto de Piscicultura de Olhão. Fez-se uma distribuição aleatória dos indivíduos, onde dois triplicados homogéneos de juvenis foram colocados em seis tanques de fibra de vidro com um volume de 300L, cuja densidade não ultrapassou os 1,49 kg/m3. Um desses triplicados com temperatura de 24ºC e os outros com temperatura de 28ºC. Para além das 3 amostragens biométricas realizadas no decorrer do ensaio, na amostragem final foram também recolhidas amostras de fígado para avaliar a atividade das enzimas do stress oxidativo nos peixes cultivados às duas temperaturas. Os resultados mostram que na temperatura de 28ºC os resultados da performance de crescimento foi significativamente melhor do que na temperatura de 24ºC. Os resultados obtidos para a atividade das enzimas de stress oxidativo sugerem que não há alterações entre os dois tratamentos, indicando que o aumento da temperatura não se traduz num aumento do stress oxidativo nos animais. No entanto, sugere-se a realização de mais analítica para confirmar estes resultados. Os resultados obtidos neste estudo são bastante relevantes para o setor da aquacultura na medida em que comprovam que, para além da temperatura de 24ºC ser ajustada à produção desta espécie, a temperatura de 28ºC consegue ser ainda mais promissora, tendo apresentado melhores resultados na produção de juvenis de A. regius.