Islão-Mulheres: coexistir enquanto mulher, muçulmana e feminista, uma abordagem interseccional. Um estudo exploratório de uma revolução sexual

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Main Author: Matos, Sofia Ladha dos Santos
Publication Date: 2024
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10362/181953
Summary: Observa-se a religião, o Islão em particular, como secular e, por isso, incompatível com o feminismo. No feminismo mainstream ainda existe um vazio para que o pluralismo possa ecoar livremente, uma vez que dificilmente tem a religião como uma questão identitária importante e apenas a aborda de forma superficial. O feminismo islâmico encontra então na interseccionalidade uma porta para se apresentar. As mulheres muçulmanas veem-se em duas caixas das quais procuram urgentemente sair: a ideia externa de um padrão de mulher muçulmana oprimida pela religião e o conflito de ensinamentos e práticas tradicionais seculares que insistem num contexto social que já não existe, o da revelação na Arábia do século VII. Face à crescente presença de comunidades muçulmanas na Europa, e nomeadamente em Portugal, bem como ao consequente crescimento da Islamofobia, a presente pesquisa procura explorar e compreender se é possível existir a junção de dois conceitos complexos como feminismo e Islão, considerando o feminismo islâmico como ponte para futuras investigações dentro da temática. Esta investigação permite afirmar, como premissa inicial, a existência de um Islão equitativo, em que homens e mulheres são tidos como individuais e não superiores um em relação ao outro, no entanto, as interpretações feitas dos textos sagrados têm todas elas o mesmo em comum: são feitas por homens, em sociedades e comunidades ainda patriarcais. Partindo desta evidência, o feminismo islâmico contribui com releituras femininas e feministas dos mesmos. Desta forma, assumir-se mulher muçulmana e feminista, tanto no mundo ocidental como no oriental, ainda que soe contraditório, gere discórdia e seja um caminho complexo, é necessário e viável.
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