Comando Conjunto de Operações Especiais: potencial contribuição para o enriquecimento do poder nacional

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Main Author: Silva, Charles Alan da
Publication Date: 2022
Format: Bachelor thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
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Summary: Ficou no passado o tempo em que ameaças a um Estado nacional eram provenientes majoritariamente de outro Estado nacional. A vasta gama de desenvolvimentos tecnológicos recentes trouxe gradativamente muitas facilidades à sociedade, mas também novas possibilidades do fraco enfrentar o forte, inicialmente representadas pela execução de atos terroristas bem coordenados e ultimamente por ameaças híbridas que fazem uso dos instrumentos de poder militar, político, econômico, civil e informacional, para atingir as vulnerabilidades do adversário de forma multidomínio, fluida, ambígua e abaixo da linha de conflito, protagonizadas por atores estatais e não estatais, direta ou indiretamente, fazendo do terrorismo apenas uma de suas possibilidades. A insuficiente interoperabilidade entre as Forças de Operações Especiais (FOpEsp) norte-americanas, durante a fracassada tentativa de resgate de reféns no Irã em 1980 e invasão de Granada em 1983, resultou na criação do Comando Conjunto de Operações Especiais (CCjOpEsp) dos Estados Unidos da América, Comando de Oficial-General quatro estrelas, diretamente subordinado ao Secretário de Defesa, com os comandos de operações especiais das Forças Armadas norte-americanas diretamente subordinados. O reconhecimento internacional do salto operacional alcançado pelas suas FOpEsp, seguido do eficiente combate ao terrorismo desencadeado após o atentado de 11 de setembro de 2001 - com enfrentamento profícuo de ameaças híbridas no Oriente Médio, o combate dado à proliferação de armas de destruição em massa, a execução de operações psicológicas, de informação e coordenação interagências, bem como o desenvolvimento de parcerias e disseminação de influência no cenário internacional, em associação ao relativo baixo custo de emprego das FOpEsp, fizeram com que cada vez mais nações passassem a organizar suas FOpEsp de forma similar, tornando CCjOpEsp quase tão disseminados quanto ministérios da defesa o são na atualidade. Dado que a guerra híbrida é sincronizada, sistemática, ameaça permanente e internacional, a resposta também o deve ser. Nesse sentido, os CCjOpEsp passaram a ter importância ainda maior no contexto da segurança multidimensional, estratégia oficial dos governos centrais para desenvolvimento de dissuasão, resiliência e resposta hábil à ameaça tão dinâmica e disruptiva, envolvendo integração permanente de todos os setores correlatos do governo, empregando as FOpEsp como seu braço armado em ações imediatas, cirúrgicas e clandestinas/cobertas em situação de normalidade, exatamente o que já vinha sendo promovido por alguns CCjOpEsp já instituídos. Nesse contexto, este estudo busca esclarecer de que maneira a criação de um CCjOpEsp pode contribuir para o enriquecimento do Poder Nacional, tendo em vista que, é esperado que as ameaças híbridas se tornem cada vez mais desafiadoras no futuro, demandando FOpEsp de categoria mundial, somente desenvolvidas por comandos conjuntos de nível estratégico exclusiva e permanentemente dedicados, ao passo que o Ministério da Defesa não possui em seu organograma de nível estratégico qualquer estrutura conjunta permanente dedicada exclusivamente a assuntos de operações especiais na atualidade, a despeito do caráter conjunto e estratégico das FOpEsp, bem como da promoção de emprego conjunto, interoperabilidade e integração de nossas Forças nos documentos condicionantes de Defesa.
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A insuficiente interoperabilidade entre as Forças de Operações Especiais (FOpEsp) norte-americanas, durante a fracassada tentativa de resgate de reféns no Irã em 1980 e invasão de Granada em 1983, resultou na criação do Comando Conjunto de Operações Especiais (CCjOpEsp) dos Estados Unidos da América, Comando de Oficial-General quatro estrelas, diretamente subordinado ao Secretário de Defesa, com os comandos de operações especiais das Forças Armadas norte-americanas diretamente subordinados. O reconhecimento internacional do salto operacional alcançado pelas suas FOpEsp, seguido do eficiente combate ao terrorismo desencadeado após o atentado de 11 de setembro de 2001 - com enfrentamento profícuo de ameaças híbridas no Oriente Médio, o combate dado à proliferação de armas de destruição em massa, a execução de operações psicológicas, de informação e coordenação interagências, bem como o desenvolvimento de parcerias e disseminação de influência no cenário internacional, em associação ao relativo baixo custo de emprego das FOpEsp, fizeram com que cada vez mais nações passassem a organizar suas FOpEsp de forma similar, tornando CCjOpEsp quase tão disseminados quanto ministérios da defesa o são na atualidade. Dado que a guerra híbrida é sincronizada, sistemática, ameaça permanente e internacional, a resposta também o deve ser. Nesse sentido, os CCjOpEsp passaram a ter importância ainda maior no contexto da segurança multidimensional, estratégia oficial dos governos centrais para desenvolvimento de dissuasão, resiliência e resposta hábil à ameaça tão dinâmica e disruptiva, envolvendo integração permanente de todos os setores correlatos do governo, empregando as FOpEsp como seu braço armado em ações imediatas, cirúrgicas e clandestinas/cobertas em situação de normalidade, exatamente o que já vinha sendo promovido por alguns CCjOpEsp já instituídos. Nesse contexto, este estudo busca esclarecer de que maneira a criação de um CCjOpEsp pode contribuir para o enriquecimento do Poder Nacional, tendo em vista que, é esperado que as ameaças híbridas se tornem cada vez mais desafiadoras no futuro, demandando FOpEsp de categoria mundial, somente desenvolvidas por comandos conjuntos de nível estratégico exclusiva e permanentemente dedicados, ao passo que o Ministério da Defesa não possui em seu organograma de nível estratégico qualquer estrutura conjunta permanente dedicada exclusivamente a assuntos de operações especiais na atualidade, a despeito do caráter conjunto e estratégico das FOpEsp, bem como da promoção de emprego conjunto, interoperabilidade e integração de nossas Forças nos documentos condicionantes de Defesa.There was a time when threats to a national state were mostly posed by another national state, not anymore. The wide range of recent technological developments brought gradually a lot of benefits to the society, but also new ways to fight the stronger adversary, initially represented by well-coordinated terrorist acts and lastly by hybrid threats which utilize military, political, economic, civil and informational instruments of power towards adversary’s vulnerabilities in a multidomain, fluid, ambiguous and short of conflict way, conceived by state and non-state actors, either directly or indirectly, regarding terrorist acts just one of their possibilities. The lack of interoperability among North American Special Operations Forces, during the faulty hostage rescue attempt in Iran in 1980 and Grenada invasion in 1983, resulted in the creation of the United States Special Operations Command (USSOCOM), directed by a four-star general officer who reports directly to the Secretary of Defense, exerting authority over the service’s special operations commands. The international acknowledgment of the high operational standards reached by its Special Operations Forces (SOF), followed by the successful war on terrorism after 9/11 – including effective fight against hybrid threats in Middle East, the countering weapons of mass destruction activities, the conduction of psychological and information operations, interagency coordination, as well as the establishment of new partnerships and dissemination of influence in the international environment, in association with the relative low cost of SOF employment, made more and more nations have their SOF organized the same way, turning Special Operations Commands (SOCOMs) almost as disseminated as Department of Defenses (DoDs) are today all over the world. Given that hybrid war is synchronized, systematic, permanent, and international, so should be the response to it. In this sense, SOCOMs became even more important in the context of comprehensive defense, the official strategy of the central governments in order to develop deterrence, resilience, and proper response, encompassing ermanent interaction among all the government sectors involved, employing SOF as the tip of spear in prompt, precise, and clandestine/covert actions below the threshold of armed conflict, exactly what had been already fostered by some SOCOMs to face such dynamic and disruptive threat. In the context above, this study sought to clarify in which way the creation of a SOCOM can contribute to the National Power’s enhancement, given that hybrid threats may become even more challenging in the future, demanding world-class SOF, only put together by SOCOMs at the strategic level, permanently and exclusively dedicated to SOF, as Brazilian Ministry of Defense has no office exclusively dedicated to SOF matters in its strategic organizational structure at this time, despite the strategic and joint aspects of SOF, as well as joint employment, interoperability, and integration of Brazilian Forces are reiterated in its national defense documents.Escola Superior de Guerra (ESG)Souza Neto, Édison Gomes deSilva, Charles Alan da2024-02-29T18:42:20Z2024-02-29T18:42:20Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846657info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MB2024-02-29T18:42:21Zoai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/846657Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2024-02-29T18:42:21Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false
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