O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2012 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional do IDP |
Download full: | https://repositorio.idp.edu.br//handle/123456789/4408 |
Summary: | O principio da vedação ao enriquecimento sem causa tem seus alicerces no Direito Romano, sendo concebido pela denominadas condicitones, embora ainda não sistematizado, influenciou profundamente a disciplina deste principio no direito contemporâneo alemão, suíço, francês, português e brasileiro. A equidade e a tutela da moral fundamentam a sua existência, visto que este princípio foi concebido para desfazer situações injustas de deslocamento patrimonial. Por ser um princípio geral do direito, irradia seus efeitos por todo o ordenamento jurídico, ou seja, não apenas para o direto privado, como também para o direito público. Seus requisitos tradicionais são: a) enriquecimento; b) empobrecimento correlato da outra parte; c) relação de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento; d) ausência de justa causa. Além destes, há a necessidade deste princípio apenas ser aplicado em caráter subsidiário, isto é, caso inexista outra forma de tutela do direito do empobrecido. E outros dois requisitos de caráter negativo: inexistência de culpa ou dolo/má-fé do empobrecido, por força do princípio que veda alegar a própria torpeza. Na Lei de Licitação e Contratos Administrativos este princípio encontra-se positivado na hipótese de anulação do contrato, reconhecendo o direito do contratado ser indenizado pela Administração pelo que já tiver executado do contrato anulado. Entretanto, o dispositivo afasta este direito se a nulidade for imputada ao contratado empobrecido. Assim, influenciado pela doutrina civilista, nos casos de dolo ou culpa do contratado não caberá direito de indenização, em face não só da vedação à alegação da própria torpeza, como também pelo princípio constitucional da moralidade administrativa e por previsão legal expressa na Lei nº 8.666/93. Ressalva-se apenas a hipótese de culpa concorrente com a Administração, neste caso a indenização será cabível, porém, proporcionalmente reduzida. |
id |
IDP-1_c1f0620e5ece9f706029c5ddb2cc3bdb |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.idp.edu.br:123456789/4408 |
network_acronym_str |
IDP-1 |
network_name_str |
Repositório Institucional do IDP |
repository_id_str |
|
spelling |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativosContratos administrativosDolo do administradoMoralidade administrativaNulidadeO principio da vedação ao enriquecimento sem causa tem seus alicerces no Direito Romano, sendo concebido pela denominadas condicitones, embora ainda não sistematizado, influenciou profundamente a disciplina deste principio no direito contemporâneo alemão, suíço, francês, português e brasileiro. A equidade e a tutela da moral fundamentam a sua existência, visto que este princípio foi concebido para desfazer situações injustas de deslocamento patrimonial. Por ser um princípio geral do direito, irradia seus efeitos por todo o ordenamento jurídico, ou seja, não apenas para o direto privado, como também para o direito público. Seus requisitos tradicionais são: a) enriquecimento; b) empobrecimento correlato da outra parte; c) relação de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento; d) ausência de justa causa. Além destes, há a necessidade deste princípio apenas ser aplicado em caráter subsidiário, isto é, caso inexista outra forma de tutela do direito do empobrecido. E outros dois requisitos de caráter negativo: inexistência de culpa ou dolo/má-fé do empobrecido, por força do princípio que veda alegar a própria torpeza. Na Lei de Licitação e Contratos Administrativos este princípio encontra-se positivado na hipótese de anulação do contrato, reconhecendo o direito do contratado ser indenizado pela Administração pelo que já tiver executado do contrato anulado. Entretanto, o dispositivo afasta este direito se a nulidade for imputada ao contratado empobrecido. Assim, influenciado pela doutrina civilista, nos casos de dolo ou culpa do contratado não caberá direito de indenização, em face não só da vedação à alegação da própria torpeza, como também pelo princípio constitucional da moralidade administrativa e por previsão legal expressa na Lei nº 8.666/93. Ressalva-se apenas a hipótese de culpa concorrente com a Administração, neste caso a indenização será cabível, porém, proporcionalmente reduzida.Instituto Brasiliense de Direito PúblicoPereira, Flávio Henrique UnesCarvalho, Arthur Porto2023-06-02T19:21:47Z2023-06-02T19:21:47Z20122023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCARVALHO, Arthur Porto. O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos. 2023. 92 f. Monografia (Especialização em Direito Administrativo) - Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, 2012.https://repositorio.idp.edu.br//handle/123456789/4408porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do IDPinstname:Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP)instacron:IDP2023-06-02T19:25:55Zoai:repositorio.idp.edu.br:123456789/4408Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPRIhttps://repositorio.idp.edu.br/oai/requestbiblioteca@idp.edu.bropendoar:2023-06-02T19:25:55Repositório Institucional do IDP - Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
title |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
spellingShingle |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos Carvalho, Arthur Porto Contratos administrativos Dolo do administrado Moralidade administrativa Nulidade |
title_short |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
title_full |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
title_fullStr |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
title_full_unstemmed |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
title_sort |
O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos |
author |
Carvalho, Arthur Porto |
author_facet |
Carvalho, Arthur Porto |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Pereira, Flávio Henrique Unes |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Carvalho, Arthur Porto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Contratos administrativos Dolo do administrado Moralidade administrativa Nulidade |
topic |
Contratos administrativos Dolo do administrado Moralidade administrativa Nulidade |
description |
O principio da vedação ao enriquecimento sem causa tem seus alicerces no Direito Romano, sendo concebido pela denominadas condicitones, embora ainda não sistematizado, influenciou profundamente a disciplina deste principio no direito contemporâneo alemão, suíço, francês, português e brasileiro. A equidade e a tutela da moral fundamentam a sua existência, visto que este princípio foi concebido para desfazer situações injustas de deslocamento patrimonial. Por ser um princípio geral do direito, irradia seus efeitos por todo o ordenamento jurídico, ou seja, não apenas para o direto privado, como também para o direito público. Seus requisitos tradicionais são: a) enriquecimento; b) empobrecimento correlato da outra parte; c) relação de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento; d) ausência de justa causa. Além destes, há a necessidade deste princípio apenas ser aplicado em caráter subsidiário, isto é, caso inexista outra forma de tutela do direito do empobrecido. E outros dois requisitos de caráter negativo: inexistência de culpa ou dolo/má-fé do empobrecido, por força do princípio que veda alegar a própria torpeza. Na Lei de Licitação e Contratos Administrativos este princípio encontra-se positivado na hipótese de anulação do contrato, reconhecendo o direito do contratado ser indenizado pela Administração pelo que já tiver executado do contrato anulado. Entretanto, o dispositivo afasta este direito se a nulidade for imputada ao contratado empobrecido. Assim, influenciado pela doutrina civilista, nos casos de dolo ou culpa do contratado não caberá direito de indenização, em face não só da vedação à alegação da própria torpeza, como também pelo princípio constitucional da moralidade administrativa e por previsão legal expressa na Lei nº 8.666/93. Ressalva-se apenas a hipótese de culpa concorrente com a Administração, neste caso a indenização será cabível, porém, proporcionalmente reduzida. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012 2023-06-02T19:21:47Z 2023-06-02T19:21:47Z 2023 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
CARVALHO, Arthur Porto. O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos. 2023. 92 f. Monografia (Especialização em Direito Administrativo) - Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, 2012. https://repositorio.idp.edu.br//handle/123456789/4408 |
identifier_str_mv |
CARVALHO, Arthur Porto. O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa do Estado na declaração de nulidade dos contratos administrativos. 2023. 92 f. Monografia (Especialização em Direito Administrativo) - Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, 2012. |
url |
https://repositorio.idp.edu.br//handle/123456789/4408 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasiliense de Direito Público |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasiliense de Direito Público |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional do IDP instname:Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) instacron:IDP |
instname_str |
Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) |
instacron_str |
IDP |
institution |
IDP |
reponame_str |
Repositório Institucional do IDP |
collection |
Repositório Institucional do IDP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional do IDP - Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) |
repository.mail.fl_str_mv |
biblioteca@idp.edu.br |
_version_ |
1837001394369855488 |