Prevalência e fatores associados à Síndrome da Apneia obstrutiva do sono em médicos residentes: uma avaliação por polissonografia domiciliar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Gabriel Matias dos
Data de Publicação: 2025
Outros Autores: Carballal, Isabela Silveira de Oliveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/77808
Resumo: Introdução: O sono é essencial para o funcionamento cognitivo e a saúde geral, sendo que sua privação pode levar a déficits cognitivos, distúrbios do humor e aumento do risco de doenças cardiovasculares e metabólicas. Profissionais médicos, especialmente residentes, estão particularmente vulneráveis a distúrbios do sono devido às cargas de trabalho intensas, o que pode comprometer seu desempenho clínico e aumentar a incidência de erros médicos. Entre esses distúrbios, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é altamente prevalente, mas frequentemente subdiagnosticada, especialmente em indivíduos jovens sem fatores de risco clássicos. A polissonografia domiciliar surge como uma alternativa promissora para a triagem da SAOS nessa população. Objetivos: Avaliar a prevalência da SAOS em médicos residentes por meio da polissonografia domiciliar e investigar associações entre sintomas relacionados ao sono, dados antropométricos e eventos respiratórios durante o sono. Métodos: Estudo observacional transversal e aberto, incluindo 24 médicos residentes. Os participantes preencheram um questionário estruturado sobre sintomas relacionados ao sono e realizaram polissonografia domiciliar utilizando o oxímetro Oxistar BX1. O desfecho primário foi o índice de apneia-hipopneia (IAH), sendo a SAOS definida por IAH > 5 eventos/hora. A análise estatística incluiu estatísticas descritivas, teste t de Student para amostras independentes e correlação de Spearman, conduzidas no SPSS v.26. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 27,83 ± 1,9 anos, com um IMC médio de 22,5 ± 2,9 kg/m². A maioria (80%) era do sexo feminino. O IAH médio foi de 3,12 eventos/hora (variação de 0,2 a 12,9), com 16,6% (n=4) dos participantes apresentando critérios para SAOS, todos do sexo masculino. Observou-se uma correlação positiva moderada entre IMC e IAH (r = 0,553, p = 0,005), sugerindo que indivíduos com IMC mais elevado apresentaram valores mais altos de IAH. No entanto, metade dos diagnosticados com SAOS possuía IMC dentro da faixa considerada normal (<24,9). O ronco foi significativamente associado a maiores valores de IAH (ρ = 0,436, p = 0,033), com indivíduos que relataram ronco apresentando um IAH médio de 8,60 ± 2,12, enquanto aqueles que não roncam tiveram média de 2,62 ± 2,76 (p = 0,007). Não houve correlação significativa entre sintomas cognitivos, sonolência diurna e valores elevados de IAH (ρ = 0,056, p > 0,05). Conclusão: Apesar da maioria dos participantes apresentar um IAH relativamente baixo, um subgrupo demonstrou critérios clínicos para SAOS, especialmente homens. Esses achados ressaltam a importância de uma triagem mais abrangente para SAOS, mesmo em indivíduos jovens sem fatores de risco tradicionais. A polissonografia domiciliar demonstrou ser uma ferramenta viável e eficaz para detecção da SAOS nessa população, sendo uma alternativa prática à polissonografia convencional. Estudos futuros devem explorar intervenções direcionadas para mitigar o impacto dos distúrbios do sono em profissionais médicos.
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