Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Granha, Isabela Fonseca de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-22042025-151508/
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Resumo: |
O glioblastoma (GBM) é um tumor do Sistema Nervoso Central (SNC) altamente heterogêneo e capaz de desenvolver resistência às terapias disponíveis. Dados clínicos indicam que o tratamento padrão não é muito eficaz, e alternativas de segunda linha não têm impacto sobre a sobrevida dos pacientes. Além disso, as células do GBM desenvolvem mecanismos para evitar os efeitos citotóxicos da temozolomida (TMZ), o medicamento quimioterápico usado no tratamento padrão, tornando-se resistentes. De maneira geral, as células resistentes à TMZ são enriquecidas com marcadores e subpopulações de células-tronco de glioma (GSCs). O Zika vírus (ZIKV) é um vírus oncolítico que tem tropismo pelas células do SNC e já demonstrou a capacidade de combater o GBM tanto in vitro quanto in vivo. Ao revisar a literatura, observamos que os marcadores e vias envolvidos na manutenção do fenótipo das GSCs também estão relacionados à resistência à TMZ e são alterados durante a infecção por ZIKV. Portanto, formulamos a hipótese de que células resistentes à TMZ são enriquecidas com tais marcadores e, consequentemente, podem ser mais sensíveis ao ZIKV. Este projeto teve como objetivo investigar se a resistência à TMZ confere maior sensibilidade ao ZIKV e se a resposta à TMZ pode prever a resposta ao ZIKV. Estabelecemos um protocolo com doses clinicamente relevantes e período de tratamento prolongado para induzir resistência à TMZ em linhagens celulares de GBM. Em seguida, realizamos ensaios funcionais in vitro para caracterizar o fenótipo de resistência e a morte celular induzida por ZIKV, além da replicação viral, tanto em monocamada quanto em esferas tumorais. Após o tratamento, observamos dois fenótipos de resistência à TMZ: um adquirido durante o tratamento, com aumento nos valores de IC50; e o outro não responsivo ao tratamento, sem aumento nos valores de IC50. A literatura indica dois padrões de resposta celular à TMZ, correlacionados com o status de metilação do MGMT: resistência inata (não adaptativa, N-ADA) e resistência adquirida com o tratamento (adaptativa, ADA). Assim, após a quimioterapia com TMZ, as células tumorais podem se tornar mais resistentes ao tratamento ou permanecer não responsivas. Em análise in silico observamos que as linhagens celulares N-ADA apresentaram maior expressão de MGMT em comparação com as linhagens ADA. Em seguida, tratamos essas células em modelos de monocamada e cultura 3D com ZIKV. Nossos dados indicam que, embora o ZIKV infecte e mate tanto as células resistentes quanto as não resistentes, ele tem maior replicação e induz maior morte celular no grupo ADA em comparação com o grupo N-ADA. Adicionalmente, foram observadas diferenças na expressão de genes de GSCs (i.e. AXL, SOX2, EZH2) e genes de resposta a interferon (ISG15, OAS1 e OASL) entre linhagens ADA e N-ADA, sugerindo mecanismos moleculares distintos entre os grupos. Por fim, essa descoberta indica que a resistência adquirida a TMZ é um preditor da atividade antitumoral do ZIKV, demonstrando que essa viroterapia seria adequada para tumores de GBM que respondem à quimioterapia. |