Padronização do mapeamento testicular por aspiração percutânea na abordagem do paciente com azoospermia não obstrutiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Luís Felipe Magri Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-12022025-125031/
Resumo: Introdução: A azoospermia é um diagnóstico desafiador durante o tratamento da infertilidade masculina e é classificada como obstrutiva (OA) ou não obstrutiva (NOA). Por meio das técnicas de recuperação de espermatozoides, aproximadamente 60% dos homens com NOA apresentam espermatozoides viáveis nos testículos para uso na reprodução assistida. Devido ao padrão heterogêneo do tecido testicular, a espermatogênese frequentemente ocorre em áreas focais. Para identificar a presença de espermatozoides em diferentes regiões do testículo, foi proposto o mapeamento testicular percutâneo com aspiração por agulha fina (FNA). Este procedimento pode ser utilizado como diagnóstico da causa da azoospermia assim como direcionar a adequada utilização das técnicas de extração de espermatozoides. Objetivos: Padronizar a técnica de mapeamento testicular percutâneo com FNA para avaliação dos pacientes com NOA e determinar o número de punções necessárias de acordo com o volume testicular. Métodos: Estudo prospectivo envolvendo vinte pacientes com azoospermia selecionados do Centro de Reprodução Humana (CRH) Governador Mário Covas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e submetidos ao mapeamento testicular percutâneo com FNA. A frequência de punções por testículo foi correlacionada com o volume testicular. Análises de citologia e histologia foram conduzidas por uma única patologista. Os pacientes foram divididos em dois grupos sendo o primeiro onde foram identificados espermatozoides (Grupo 1) e o segundo onde não foram encontrados espermatozoides (Grupo 2). Após a avaliação histológica os pacientes foram classificados como OA ou NOA. Resultados: Foram realizadas 416 aspirações testiculares em vinte pacientes com idade média de 37,2 anos (± 6,2), FSH sérico de 18,03 mUI/mL (± 15,5), LH de 8,40 mUI/mL (± 6,9), testosterona total de 388,1 ng/dL (± 157,6), volume testicular direito de 8,78 mL (± 4,9) e esquerdo de 7,99 mL (± 5,0). Espermatozoides foram identificados em 11 (55%) pacientes (Grupo 1), sem diferenças significativas em idade, testosterona sérica ou volume testicular quando comparado ao Grupo 2. FSH e LH séricos foram significativamente mais altos no Grupo 2 (p < 0,05). Tecido testicular, juntamente com citologia, foi observado em 366 aspirações (87.9%), permitindo avaliação histológica. Dentre os vinte pacientes, três foram diagnosticados com OA após análise histológica. Entre os pacientes com NOA, não houve diferenças estatisticamente significantes entre idade, exames hormonais séricos e volume testicular entre os grupos 1 e 2. Seis pacientes (35%) apresentaram mais de um tipo histológico no mesmo testículo, e sete (41%) demonstraram diferenças histológicas entre os dois testículos. Espermatozoides foram encontrados em 47% dos casos de NOA. Nenhuma complicação significativa surgiu durante três meses de acompanhamento. A contagem de punções variou com o volume testicular. Uma equação preditiva foi derivada: Número de punções = 1,296 x volume testicular (mL). Conclusões: O mapeamento testicular percutâneo permite o diagnóstico da causa da azoospermia e identifica regiões produtoras de espermatozoides por meio da citologia. Além disso, fornece a histologia testicular nas diferentes regiões testiculares de forma segura, permitindo um adequado planejamento no manejo desses pacientes. A precisão na predição do número de punções necessárias com base no volume testicular orienta a prática clínica