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Dimensões do significado do trabalho e a constituição de perfis de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros: relações com aspectos sociais, demográficos e de empregabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Teixeira, Paula Maria Rattis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18157/tde-06022025-105327/
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo investigar relações existentes, no contexto brasileiro, entre as características sociais e do trabalho e emprego e a subjetividade de trabalhadoras e trabalhadores, tomando como construto de análise o significado do trabalho. Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem quantitativa, cujos dados foram coletados por meio de uma survey em todo o território nacional. O significado do trabalho é construto multifacetado com histórico de debate acadêmico nacional e internacional, em abordagens, por vezes distintas. A partir do referencial teórico da Psicologia, optou-se pela elaboração e validação de instrumento de pesquisa próprio, o qual foi denominado de QSigT – Questionário de Significado do Trabalho. Para sua elaboração partiu-se da revisão da literatura somada à análise de instrumentos de pesquisa já validados para o contexto brasileiro. A validação de QSigT passou pelas etapas de validação de conteúdo a partir da análise de juízes, análise semântica em grupos focais, validade baseada da fidedignidade e validade baseada na estrutura interna por meio de análise fatorial, mais precisamente utilizando Análise de Componentes Principais para Dados Categóricos (CATPCA). A partir da aplicação da CATPCA a uma amostra de validação com 395 participantes, as 6 componentes previamente identificadas como compondo o significado do trabalho se converteram em 11 dimensões de análise: Exploração e alienação, Centralidade, Afirmação da identidade, Ética do trabalho, Orientação racionalista, Realização pessoal, Concepção coletivista ou individualista do trabalho, Aquiescência, Status social, Suporte laboral, e Emulação. A amostra da pesquisa partiu de uma amostragem não probabilística por cotas e contou com 858 participantes representantes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Foi avaliado, através de modelos lineares generalizados e de árvores de regressão, como características sociodemográficas e de empregabilidade têm influência sobre os significados atribuídos ao trabalho. De maneira geral, os trabalhadores e trabalhadoras compreendem o trabalho como categoria social central, como fonte de autorrealização e determinante para afirmação da identidade dos sujeitos. Não são fortemente influenciados pela ética do trabalho, mas sim pelo racionalismo taylorista. Valorizam majoritariamente o suporte laboral, ao passo que são aquiescentes com normas organizacionais. Os participantes, em geral, também consideram que o trabalho é fonte de exploração dos sujeitos e acreditam que a competição não é benéfica para o ambiente de trabalho. As análises demonstraram que as variáveis com maior poder para explicar diferenças significativas entre os significados atribuídos ao trabalho foram escolaridade, renda, a ocupação de função gerencial e as condições de formalização do emprego. Adicionalmente foi aplicada análise de cluster com o objetivo de identificar perfis de trabalhadores no contexto brasileiro, os quais puderam ser agrupados a partir de um padrão semelhante de respostas ao questionário de pesquisa. Foram identificados 6 perfis de trabalhadores: Autocentrado, Gerencial, Conveniente-institucionalista, Progressista, Expressivo e Crítico. Os resultados que apontam múltiplos padrões de significados são relevantes na medida em que contribuem para explicar a heterogeneidade da classe trabalhadora na contemporaneidade. Ora, se a classe trabalhadora é diversa em sua concepção acerca do que significa o trabalho, políticas que visem proporcionar melhores condições de vida e emprego não podem se dar com base na homogeneidade.