Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Farneda, Eliete Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25032025-083615/
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Resumo: |
Partindo-se da premissa de que a língua portuguesa europeia de herança tem um alto grau de obsolescência em Trinidad e Tobago, esta tese tem por objetivo analisar a superdiversidade na paisagem sociolinguística na região de Port-of-Spain, capital de Trinidad e Tobago, no Caribe anglófono. A partir dessa análise, pretende-se relacionar a superdiversidade étnica e as memórias individuais e coletivas, buscando-se o lugar da língua portuguesa de herança nessa superdiversidade. Parte-se do princípio de que barreiras culturais implícitas na formação linguística e sociocultural do país, com raízes históricas advindas do século XIX, implicaram a formação de uma nova identidade sociocultural em decorrência da cisão entre a língua e a cultura, o que promoveu o surgimento e o fortalecimento de identidades múltiplas, de um hibridismo étnico que, através da paisagem sociolinguística, descortina a riqueza da superdiversidade do país. Esta pesquisa é de cunho etnográfico, qualitativo e quantitativo e, para a obtenção dos dados, aplicou-se um questionário online, entrevistas virtuais e presenciais, para um número de 16 participantes, adultos, com idade acima de 30 anos e com ancestralidade madeirense, a fim de relacionar a memória e a identidade individual. Além do questionário e das entrevistas, realizou-se uma pesquisa de campo, para mapear a presença da língua portuguesa europeia na superdiversidade da paisagem sociolinguística local. A análise da paisagem sociolinguística da região estudada incorpora-se aos espaços de memória individual e da comunidade étnica ancorando-se em estudos voltados ao pertencimento e à identidade cultural, à Língua de Herança (Lima-Hernandes e Ciochi-Sassi, 2015), à superdiversidade (Vertovec, 2007), à memória e identidade (Jelín, 2002), às Barreiras Culturais à Comunicação (Chibás Ortiz, 2020), bem como em estudos relacionados à língua portuguesa de herança no Caribe anglófono (Ferreira, 2011-2016; Collins-Gonsalves, 2017-2020) e em evidências na paisagem linguística local. Os resultados obtidos nas análises mostraram que, embora os madeirenses e seus ancestrais tenham contribuído para o desenvolvimento econômico do país, ainda há em seus discursos identitários e na superdiversidade existente na paisagem linguística local marcas que evidenciam barreiras culturais remanescentes do século XIX, o que justifica a obsolescência da língua portuguesa e atribui a ela o status de criticamente em perigo de extinção. Esse resultado pede, portanto, uma estratégia de ressignificação dessa língua e da aplicação, ainda que tardia, de políticas públicas que implementem ações afirmativas no âmbito sociolinguístico, para esse fim |