Efeitos protetores do 17beta-estradiol na coagulação e na inflamação sistêmica, após a oclusão total da porção proximal da aorta descendente, em ratos machos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sobral, Marcelo Luiz Peixoto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-17082021-121749/
Resumo: Introdução: As doenças da aorta torácica apresentam alta morbimortalidade e seu tratamento cirúrgico pode comprometer o fluxo sanguíneo do trato gastrointestinal. Em estudo experimental anterior, demonstrou-se que o uso profilático do 17?-estradiol foi capaz de reduzir a inflamação e a mortalidade, pela preservação mesentérica e da integridade intestinal. Pretendemos investigar a influência do estradiol na coagulação, inflamação sistêmica e na lesão hepática após a isquemia e reperfusão (I/R) devido à oclusão proximal da aorta descendente. Métodos: Ratos Wistar machos foram randomizados e alocados em três grupos: (Sham) falsamente operados (n = 8); (IR) animais submetidos à oclusão da aorta por 20 minutos, seguidos por período de reperfusão de 2 horas (n = 8) e (E2) animais tratados com 17beta-estradiol (280ug/kg, iv) 30 minutos antes dos 20 minutos de isquemia e das 2 horas de reperfusão (n = 8). Ao final, amostras de sangue e de tecido hepático foram coletadas. Foram analisados: a coagulação (contagem de plaquetas, agregação plaquetária, fibrinogênio, coagulograma e tromboelastometria rotacional) e a resposta inflamatória sistêmica (citocinas inflamatórias MIP1 alfa, MIP2, CINC-1, IL-1beta, IL-6, IL-10, TNF-alfa e interferon-y); no fígado, os níveis sorológicos de enzimas hepáticas, avaliação da perfusão, da microcirculação e infiltrado leucocitário, análise histológica, avaliação da resposta vascular (eNOS, endotelina-1), moléculas de adesão (ICAM-1, VCAM-1 e P-selectina), avaliação da resposta inflamatória e avaliação da apoptose. Resultados: O grupo IR apresentou aumento da agregação plaquetária (Sham=45,1; IR=79,1; E2=40,8%; p=0,02), firmeza do coágulo (Sham=65,8; IR=80,4; E2=68,9 mm; p=0,012), menor concentração e maior tempo de ativação do fibrinogênio e fibrinólise (p=0,031), em comparação ao grupo tratado com estradiol. Na análise dos oito mediadores inflamatórios no soro, foram observadas diferenças entre IR e Sham e entre IR e E2 nas dosagens da IL-1 (p=0,022), IL-10 (p=0,016) e do IFN-gama (p=0,032). Houve aumento da atividade hepática da AST, ALT e DHL nos dois grupos submetidos a I/R. Na perfusão e microcirculação houve diferença entre o grupo IR e o Sham (p=0,0018 e p=0,003, respectivamente). Na avaliação histológica do fígado houve maior congestão e menor balonização no IR em relação ao Sham (p=0,009 e p=0,01). Além disso, houve redução da expressão hepática da eNOS e ET-1 no grupo IR em relação ao Sham e E2 (Sham=0,22, IR=0,12, E2=0,19; p=0,0002). A análise de apoptose do fígado mostrou redução de BCL-2 no grupo IR e o tratamento com estradiol foi capaz de prevenir essa redução (Sham=0,201, IR=0,043, E2=0,453; p < 0,0001). Conclusão: A infusão profilática de 17beta-estradiol exerceu efeito protetor na coagulação e na inflamação sistêmica, no fígado, efeito protetor na resposta vascular e apoptose após a lesão por I/R. Suporte financeiro: processo 2016/14025-3, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)