A BNCCEM-inglês: uma questão de subalternidade ou agência?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Monteiro, Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-07062022-150841/
Resumo: O desenvolvimento das competências elencadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação básica brasileira ganhou centralidade nas discussões dentro da comunidade escolar e de setores da esfera educacional, em todo o país. A guinada de uma visão plural de ensino de Línguas Estrangeiras (LE) para uma visão singular de ensino de LI me causou estranhamento, e aguçou meu interesse em desenvolver uma pesquisa com enfoque na Educação de Língua Inglesa (LI) para as(os) jovens estudantes no nível do Ensino Médio das escolas públicas do Estado de São Paulo, à luz da BNCC para a etapa do Ensino Médio (BNCCEM), homologada em 14 de dezembro de 2018, de acordo com a lei n 13.415/2017. Minha pesquisa de cunho documental e etnográfico, por meio de uma abordagem qualitativa, interpretativa, bem como uma revisão de literatura, buscou investigar as noções fundantes que culminaram na obrigatoriedade do ensino de (LI), na área de Linguagens e suas tecnologias (LGG), como estabelecido para os Itinerários Formativos, parte flexível da atual política educacional para a etapa do Ensino Médio, a BNCCEM. Do enfoque na proposta da BNCC de preparação de jovens cidadãs e cidadãos para uma atuação no campo de trabalho e na vida social, com protagonismo, segundo os princípios éticos, e com responsabilidade no cuidado de si, dos outros e do planeta, surgiu minha indagação acerca das práticas pedagógicas das aulas de inglês, direcionadas para estudantes das escolas públicas do Estado de São Paulo, em grande parte oriundas(os) de famílias em situação de vulnerabilidade. Afinal, a proposta da BNCCEM para o ensino de inglês pode ensejar a formação de jovens para uma atuação na sociedade, em posição de subalternidade, ou com agência? Apoiada nessa indagação, a partir de uma abordagem das concepções teóricas de subalternidade e agência, meu trabalho destaca a necessidade de o programa de formação de professoras(es) de LI abarcar os estudos das políticas linguísticas brasileiras. Alicerçada no arcabouço teórico que constitui meu trabalho, identifiquei uma possibilidade de formação de jovens cidadãos que atuem em sociedade com protagonismo, a partir de uma educação transdisciplinar de língua inglesa, segundo a perspectiva da Linguística Aplicada Crítica (LAC). Por outro lado, as discussões teóricas apontam para o risco de perpetuação da condição de subalternidade, segundo uma perspectiva de Linguística Aplicada tradicional que gera silenciamento e apagamento das formas de ser, pensar e agir da juventude estudantil das escolas públicas, em específico, que em sua maioria é oriunda de classes sociais desprivilegiadas. Com base nessas considerações, a expectativa desse trabalho é poder de alguma forma contribuir com o aprofundamento de leituras críticas das políticas linguísticas brasileiras, através das lentes decoloniais, na busca por uma Educação Linguística com enfoque em Línguas Estrangeiras (LE) que, além de desenvolver as habilidades de leitura, escrita e comunicação oral, promova a emergência e valorização das identidades e agências das(dos) estudantes, a partir da percepção de que a formação é temática fundamental para a aprendizagem de línguas