Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Jordão, Guilherme Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-22012025-115338/
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Resumo: |
A literatura moçambicana pós-independência vem apresentando uma perspectiva crítica em relação a figuras históricas e aos eventos que marcaram a resistência do Reino de Gaza e seu líder Ngungunhane frente a invasão colonial portuguesa, desde sua ascensão em 1884, até sua captura em 1895 e exílio no ano seguinte, a partir de recursos literários variados. A revista literária Charrua (1984 1986) teve um papel importante ao reunir escritores que buscavam uma literatura além da retórica defendida pela chamada literatura de combate apoiada pelo novo regime, cuja proposta era celebrar e enaltecer personagens líricos combatentes contra os colonialistas portugueses. O efeito dessa publicação é sentido na produção literária e de onde surgirão autores que influenciarão a literatura nacional, pelo que ficou conhecido como a Geração Charrua. Os romances selecionados para este estudo proporcionam um debate sobre a relação da história e ficção que exigem uma interdisciplinaridade para sua análise que enriquece a crítica. As obras Gungunhana; Ualalapi; As mulheres do imperador (2018) de Ungulani Ba Ka Khosa e Mulheres de cinzas (2015) de Mia Couto, operam uma revisitação ao período em que a colonização portuguesa ganha uma nova dinâmica com a queda do Reino de Gaza e seu líder Ngungunhane, cada uma explorando com recursos próprios esse importante momento que terão profundas repercussões sociais e históricas. Ao combinar documentos, cartas ou passagens bíblicas, com saltos temporais narrativos, por exemplo, Ungulani potencializa a perspectiva crítica ao mesmo tempo que a ficcionaliza, por outro lado, Mia Couto expõe a complexidade das relações político-sociais na colonização através do próprio enredo e pela intercalação das formas narrativas em primeira pessoa e epistolar marcadas por dois personagens igualmente distintos nas suas origens. A proposta deste estudo tem por objetivo orientar um horizonte de leitura crítica no qual estabelece como fundamento elementos da teoria literária com a história. Para isso, o exercício de pontuar historicamente os episódios dos romances e eventos históricos seguido do debate sobre o gênero literário, seu surgimento e reformulação ao longo tempo contribui para refletir sobre a forma literária enquanto elemento de crítica. O desenvolvimento e as transições dessas formas são apresentados criticamente em relação aos romances deste estudo oferecendo um apontamento sobre a dificuldade não somente de estabelecer as obras sob uma configuração teórica tradicional, como, também, determinar seu pertencimento sem ressalvas. Por fim, um recorte de um debate sobre literatura e história no século XX é apresentado para estimular a reflexão sobre as relações da estética literária, a forma do romance histórico e seus pontos de contato e diferenças com os romances analisados |