As práticas de trabalho em um Tribunal Regional Eleitoral em meio à crise de representatividade : por trás das urnas à luz da Teoria Política de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Capaverde, Caroline Bastos
Orientador(a): Antonello, Cláudia Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200162
Resumo: O objetivo desta trajetória é [foi e continua sendo] compreender elementos que constituem o por trás das urnas do processo eleitoral municipal de 2016, no município de Porto Alegre, em meio à crise de representatividade. O direito humano à comunicação – limitado pelo oligopólio midiático, a representatividade política como profissão no Brasil, os movimentos de rua de 2013, a corrupção e a Lava-Jato, a minirreforma eleitoral de 2015, as eleições gerais de 2014, o Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, interpretamos, engendram a crise de representatividade brasileira. Em meio a este contexto de crise, em atenção à legislação eleitoral brasileira, os Tribunais Regionais Eleitorais necessitam organizar as eleições municipais de 2016. Assim, iniciamos nossa trajetória de pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, e as práticas de trabalho de servidores, colaboradores, terceirizados e magistrados designados, durante o período de organização destas eleições municipais de Porto Alegre, desdobraram-se em nosso objeto de análise. Sob a base comum da abordagem fenomenológica, orientamo-nos pela metodologia fenomenológica para descrever o antes, o durante e o depois do sufrágio de 2016 na capital gaúcha, e realizar posterior análise sob o escopo da noção de prática enquanto fenômeno social, em Schatzki. A partir disso, tal noção de prática, na coexistência humana, fundamentou nosso o primeiro movimento de análise. As perspectivas do entendimento, das regras e da teleoafetividade foram, no entanto, incipientes para o exercício de compreender a que nos propusemos. Identificadas as lacunas da ontologia contextual de Schatzki, buscamos em elementos da teoria política de Hannah Arendt, a qual pensou o compreender como exercício de voltar-se à realidade, possibilidades para uma nova volta de análise, em que este compreender pudesse ser desdobrado em interpretação e significados, utilizando os termos arendtianos. A partir disso, defendemos a tese de que compreender os elementos que estão por trás das urnas do processo eleitoral de 2016, parte da descrição, mas esta última não instrumentaliza-nos para a interpretação. Dessa maneira, ampliamos a análise a partir do compreender arendtiano para a dimensão política destas práticas, na dimensão de estar com o outro, em um espaço de compartilhamento entre-os-homens. Por fim, as práticas em meio à crise de representatividade são compreendidas como “fenômenos que decorrem do imbricamento político da ação, ou seja, do estar para (e com) a liberdade e pluralidade humanas em um espaço de compartilhamento, de vida ativa”.