Quedas em idosos : fatores associados e a influência do FNP para o equilíbrio e prevenção nesta população

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Correia, Jéssica da Silva Becker
• Orientador(a): Dias, Caroline Pietta
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Propriocepção; Estabilidade; Ritmo; Exercício; Equilíbrio; Quedas; Mortalidade
• Palavras-chave em Inglês: Proprioceptive neuromuscular facilitation; Balance
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273521

O envelhecimento altera a capacidade de equilíbrio dos idosos aumentando as chances de queda. Estas representam uma das maiores causas externas de mortalidade entre os idosos, bem como são consideradas um ônus econômico visto que afetam diretamente questões relacionadas as políticas de saúde. Os exercícios de equilíbrio e estabilidade de tronco destacam-se quando o objetivo é a melhora do equilíbrio no intuído de prevenção de quedas para esta população. Existem técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) para melhorar o equilíbrio como a estabilização rítmica e reversão de estabilizadores, pouco evidenciadas na literatura. Diante deste cenário, esta dissertação teve como objetivo no capítulo I, identificar os efeitos do sexo, faixa etária e região do país na mortalidade por quedas em idosos no Brasil no período de 2012 a 2017 e no capítulo II comparar os efeitos agudos das técnicas de estabilização rítmica e reversão de estabilizadores do método FNP no equilíbrio estático e dinâmico de idosas sedentárias. De acordo com os objetivos mencionados o capítulo I trata-se de um estudo descritivo baseado em dados secundários sobre os óbitos associados à quedas na população brasileira com idade ≥ 60 anos, registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), provenientes das declarações de óbito e disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Para as análises foi utilizado o teste Chi-quadrado de Pearson (χ²) e calculado o risco relativo (RR) a partir da razão entre a chance de morte por queda dentro da categoria em análise em relação às demais, com um intervalo de confiança de 95% (IC95%). Os fatores de risco para este desfecho foram o sexo feminino, escolaridade de 4 a 7 anos de estudo, cor da pele amarela, ser da região Centro-Oeste e de faixa etária ≥80 anos. O capítulo II trata-se de um ensaio clínico randomizado com amostra de 75 mulheres sedentárias acima de 70 anos de idade, as quais foram divididas em 3 grupos: estabilização rítmica (ER), reversão de estabilizadores (RE) e controle (CR) os quais realizaram uma única sessão de exercícios de prevenção de quedas do Manual de Otago e aplicadas as técnicas do FNP conforme randomização. As avaliações foram compostas por baropodometria dinâmica e estática, estabilometria, Time Up And Go (TUG) e Functional Reach Test (FRT), sendo realizadas pré e imediatamente pós intervenção. A comparação inter-grupos foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis e intra-grupos pelo teste dos postos de sinais de Wilcoxon, com valores de mediana e intervalo interquartil. Os grupos que receberam intervenção com as técnicas de FNP obtiveram melhores resultados nos testes funcionais (p=0,00 r=1,00). A técnica de ER se sobressaiu com relação à análise dos parâmetros baroestabilométricos, tendo apresentado redução na velocidade média de deslocamento do centro de oscilação do corpo (p= 0,01; r= 0,54) e também dos valores de pressão máxima do pé esquerdo (p= 0,04; r= 0,46). Com o uso das técnicas de estabilização do FNP, as idosas apresentaram melhor desempenho na realização dos testes TUG e FRT, bem como redução da velocidade média de deslocamento do centro de oscilação do corpo. Isso denota uma nova perspectiva de abordagem na prevenção e tratamento de desequilíbrio dinâmico de idosas com idade superior a 70 anos, sendo este estrato etário o principal grupo de risco para mortalidade associada à quedas.