Estratégias alegóricas da narrativa histórica nacional : reapropriação e remontagem na arte contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zandavalli, Rochele Boscaini
Orientador(a): Santos, Alexandre Ricardo dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/290497
Resumo: A pesquisa tem como objetivo discutir teoricamente a retomada de imagens de acervos e arquivos fotográficos na obra de artistas que, via procedimentos estratégicos, revidam aos discursos coloniais, tensionam regimes de visibilidade, repensam as narrativas históricas nacionais. Estudo os impactos desses procedimentos na significação das imagens, via elaboração de novas abordagens e narrativas, e analiso de quais formas eles propõem uma refuncionalização da arte como campo de emancipação política. A partir de procedimentos de apropriação e montagem que as reconfiguram e ressignificam, esses artistas encaram tais imagens como força contradiscursiva, gerando contrarretratos de si e da história. Este estudo busca delinear uma sensibilidade predominante entre as atuais gerações de artistas no Brasil, analisando algumas obras de Denilson Baniwa, Hal Wildson, Jonathas de Andrade, Manuela Eichner, Rosana Paulino, Ventura Profana e Yhuri Cruz. Eles tomam posição ao abrir o visível, derrubar pontos de vista, comparar para expor as complexidades, jogar imagens contra imagens. O esquadrinhamento dos corpos imposto pelo controle social e ideológico e reforçado pelos enquadramentos fotográficos e outras formatações de representação, é combatido através da ativação das forças dialéticas das imagens e da aisthesis do corpo coletivo. A discussão teórica se baseia no pensamento de Walter Benjamin, Craig Owens, Georges Didi-Huberman e Guy Debord. Ao olhar para o passado e confiscar suas imagens, estes artistas combatem uma temporalidade insustentável, deslocada da experiência que ela documenta. A montagem, por sua vez, permite uma apreensão do tempo histórico em termos de intensidade e não de cronologia. A rememoração é vista em relação à produção contemporânea e à história de nossas representações em seu viés alegórico. Nestas operações o referente da alegoria é a própria história. São artistas que retomam arquivos históricos para, a partir da transmutação de suas imagens, pensar criticamente qual seu sentido hoje. Nesta pesquisa veremos como eles trabalham a partir das imagens e das narrativas históricas, em direção à emancipação política.