Perspectivas ético-políticas de assistentes sociais pesquisadores/as sobre o sofrimento psíquico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Cleyton da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251928
Resumo: A presente tese tem como objetivo discutir as perspectivas ético-políticas de assistentes sociais pesquisadores/as sobre o sofrimento. Para tanto, utilizando-se da pesquisa bibliográfica e documental, a partir do referencial teórico-metodológico marxista, analisou artigos publicados por assistentes sociais em nove periódicos da área de Serviço Social, no período de 2013 a 2023, e as publicações do “CFESS Manifesta” sobre o tema “Saúde Mental”. Parte da hipótese de que as/os profissionais incorporam, de maneira acrítica, a perspectiva da razão diagnóstica do DSM sobre o sofrimento, compreendendo-o como “transtorno mental”. A tese enquadra o sofrimento como expressão da questão social, nas condições do capitalismo neoliberal, e, como tal, defende ser o sofrimento objeto de estudo e da intervenção profissional do Serviço Social. A análise do material revelou que assistentes sociais, apesar de assumirem, em seus textos, as perspectivas do projeto ético-político profissional e antimanicomial, referem-se ao sofrimento como “transtorno mental”, sem discutir o sentido ético-político dessa concepção, focando suas discussões, majoritariamente, no âmbito da política pública de saúde mental, ressaltando, por um lado, os avanços da reforma psiquiátrica brasileira em relação à construção da cidadania aos indivíduos em sofrimento, sobretudo, por meio da garantia do cuidado em liberdade, e, por outro, debatendo os retrocessos causados pelo movimento de contrarreforma do Estado e pelo avanço do conservadorismo. Por fim, conclui que a incorporação dessa concepção de sofrimento por assistentes sociais seria reflexo, por um lado, do avanço do conservadorismo na profissão, especialmente no âmbito da formação profissional, mas, por outro, de um afastamento preventivo do Serviço Social em relação ao tema da “Subjetividade”, no pós-intenção de ruptura, abrindo lacunas teórico-metodológicas e ético-políticas no Serviço Social, que vem sendo ocupadas por perspectivas contrárias ao projeto profissional e à perspectiva antimanicomial, de modo que os estudos e pesquisas sobre o tema, à luz da teoria social crítica, ainda são tímidos e insuficientes, o que reflete em escassos subsídios à formação e ao trabalho profissional nesse campo.