Desastre e resiliência em São Francisco Xavier: causas e consequências da degradação ambiental e ações de resposta e recuperação

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Michelin, Camila Miranda
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Desastres; Degradação de ecossistemas; Restauração ecológica; Turbidez; Métodos mistos; Memória coletiva; Disasters; Degradation of ecosystems; Ecological restoration; Turbidity; Mixed methods; Collective memory
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217523

A degradação dos ecossistemas é responsável pelo aumento da frequência de desastres de diversos tipos ao redor do mundo. As perdas humanas, sociais, econômicas e ambientais advindas deles têm prejudicado o desenvolvimento de nações e exigido estudos e recursos de muitas organizações dedicadas ao tema. Em 2008, uma exploração autorizada de pinheiros na Serra da Mantiqueira levou ao desmatamento de uma floresta na Mata Atlântica e à movimentação de solo para abertura de estradas em uma fazenda localizada em São Francisco Xavier, no estado de São Paulo. A atividade degradou aquele ecossistema e desencadeou um desastre com diversos impactos, sendo a interrupção do abastecimento de água um dos mais noticiados. A ausência de estudos detalhados deste evento motivou esta pesquisa, com a intenção de investigar suas causas e efeitos e de levantar e avaliar as principais medidas adotadas em resposta e recuperação ao desastre. Para atingir esses objetivos foi necessário selecionar um método de pesquisa abrangente que fosse capaz de combinar pesquisas quantitativas e qualitativas para fornecer uma compreensão mais completa do fenômeno estudado. Assim, utilizou-se a pesquisa de métodos mistos, a partir da Estratégia Exploratória Sequencial, orientando a coleta e análise de dados e informações por diferentes métodos para posterior integração de resultados. Este estudo concluiu que o evento em questão se tratou de um desastre de pequena escala; que as principais causas indicadas pela comunidade realmente foram as responsáveis pelo desastre; que as ações em resposta e recuperação planejadas foram executadas e; que estas foram suficientes para minimizar os principais impactos causados ao ambiente e às pessoas. Este trabalho também verificou que as ações de resposta e recuperação foram suficientes, principalmente, porque a comunidade possuía bons recursos próprios de articulação social e provocação institucional para buscar e exigir a resposta necessária, além de acesso aos recursos naturais preservados e resilientes da Serra da Mantiqueira, o que atestou a resiliência da comunidade promovida pela conservação do ecossistema.